Na imagem Hugo Antônio está montado em um cavalo de cor marrom. Ele está vestido com uma uma blusa de manga curta, na cor azul, uma calça jeans azul e calçado com uma bota.

O egresso do curso de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (UFLA) Hugo Pereira Antônio, cego desde os três anos, abordou em seu trabalho de conclusão de curso a importância da atuação do zootecnista como promotor de acessibilidade em centros equestres no Brasil.

De acordo com Hugo “pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, precisam que a acessibilidade a locais públicos ou privados seja de forma livre e segura, incluindo os centros equestres, uma vez que já foram comprovados os inúmeros benefícios que o contato com os cavalos proporciona”.

Ele explica que para um melhor aproveitamento do tratamento equoterapêutico é preciso um contato direto com o cavalo, momentos fora das pistas ou desmontados são de extrema importância para o desenvolvimento da sensibilidade das pessoas, e para que isso aconteça, a segurança e acessibilidade do local devem estar em primeiro lugar.

“Precisamos mudar o modo de pensar e agir, eu nunca achei que zootecnia, cavalos e acessibilidade pudessem um dia se complementar tão bem a ponto de se tornar um assunto que contribui não só para a equideocultura como também para o profissional que atua neste ramo”, afirma.

Partindo desse princípio o recém-formado realizou o seu estágio na Universidade do Cavalo (UC), localizada na cidade de Salto de Pirapora (SP), com o objetivo de aprimorar os conhecimentos teórico-práticos sobre equideocultura e observar a realidade dos centros, percebendo os pontos que precisam ser melhorados em relação à acessibilidade.

“Na maioria desses centros ainda se nota a falta de adaptações nas estruturas físicas e nas construções, como sanitários adaptados, rampas de acesso para cadeirantes, corredores amplos e até mesmo no acesso ao local inicial de atendimento”, comenta.

A equideocultura é uma importante atividade do agronegócio brasileiro e consequentemente contribui para a economia nacional, Hugo explica que “graças aos atributos profissionais, o zootecnista vem se destacando também nessa atividade, atuando nas áreas de nutrição, alimentação, manejo de solo, formação de pastagens e demais assuntos que englobam as demandas exigidas pelo mercado do cavalo. Mas, para mim, não ficou apenas nisso, pois durante o tempo de estágio pude entender a realidade para atuar como promotor da acessibilidade de pessoas portadoras de necessidades especiais” enfatiza.

O professor da UFLA Francisco Duque de Mesquita Neto, orientador do TCC, comenta que Hugo possui uma habilidade única e ao ter a oportunidade de realizar o estágio na Universidade do Cavalo “pode mostrar com a sua autoconfiança como as pessoas que possuem algum tipo de necessidade especial precisam apenas de respeito e inclusão, pois eles são capazes de executar diversas funções e, em grande parte, se destacam naquilo que propõe a fazer”, destaca.

Saiba mais sobre a pesquisa no vídeo abaixo:

Texto: Caroline Batista - Jornalista, bolsista Comunicação/UFLA

Edição de Vídeo: Sérgio Augusto - Comunicação/UFLA