Uma comitiva do estado americano Havaí, composto de oito pesquisadores e cafeicultores, visitou nesta semana (29/6) a Universidade Federal de Lavras (UFLA) e a Agência de Inovação do Café (InovaCafé) para aprofundar o conhecimento sobre uma praga que tem causado prejuízos às lavouras cafeeiras da ilha – a broca-do-café.
A visita foi coordenada pelo pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Júlio César de Souza, que estuda a praga há mais de 40 anos, e acompanhada pelos professores Antônio Nazareno Guimarães Mendes, Rubens José Guimarães, Virgílio Anastácio da Silva, Mário Lúcio Vilela Resende e do pesquisador do Instituto Agronômico (IAC), Sérgio Parreiras Pereira.
Um dos objetivos da visita foi conhecer a realidade da broca-do-café nas condições do Brasil, pois a praga foi constatada recentemente na ilha americana e os produtores estão tendo grandes prejuízos.
De acordo com Júlio César, pesquisadores da Epamig e UFLA pretendem formar um intercâmbio com os pesquisadores havaianos para oferecer ajuda no enfrentamento à praga. “Nesse aspecto ficamos felizes, a Epamig e a UFLA são instituições de referência neste tema. É sinal que o nosso trabalho conjunto tem dado resultado.”, comenta.
O pesquisador ressaltou ainda o momento problemático que vivem os produtores havaianos, já que na ilha não são usados defensivos agrícolas químicos e a situação tem se agravado, com a broca se multiplicando geometricamente.
Vale destacar que em termos econômicos, a broca é a principal praga para o cultivo de robusta e a segunda mais importante para o café arábica. De acordo com a Organização Internacional do Café (OIC), é o inseto que mais danifica a cafeicultura em todo o mundo.
No Brasil, estudos apontam o monitoramento do cafeeiro como alternativa para auxiliar o controle químico e biológico da broca-do-café. Essa praga preocupa os cafeicultores pela possibilidade de perdas qualitativas e quantitativas, já que a broca ataca as sementes dos frutos. A broca foi controlada no Brasil a partir da década de 1970 pelo uso do inseticida Endosulfan, que em 2013 teve sua comercialização suspensa devido à alta toxicidade e ao potencial de danos ao meio ambiente. Trabalho realizado em conjunto entre Epamig, Embrapa e UFLA busca validar novas alternativas para o controle da praga.