Utilizando a casca da amêndoa do cacau, até então considerada apenas um resíduo da agroindústria, pesquisadores das universidades federal de Lavras (UFLA) e Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) produziram cookies, barras de cereais, bebida láctea, sobremesa láctea tipo flan e sorvete. A pesquisa de mestrado de Hanna Elisia Araújo de Barros teve a orientação do professor Marcelo Franco (UESB) e coorientação dos docentes da UFLA: Eduardo Valério de Barros Vilas Boas e Elisângela Elena Nunes de Carvalho.

A casca da amêndoa do cacau possui propriedades semelhantes aos frutos, sendo rica em compostos antioxidantes, vitaminas, fibras e minerais. “Essas peculiaridades permitem agregar sabor e valor nutricional e funcional a novos produtos”, explica o professor Eduardo. Conforme os pesquisadores, o desenvolvimento de novos produtos alimentícios atrelado ao aproveitamento de coprodutos agroindustriais visa atender às novas exigências do mercado consumidor que tem procurado cada vez mais alimentos saudáveis e sustentáveis.

A casca da amêndoa do cacau pode corresponder a até 20% da amêndoa do fruto. Assim, além de agregar sabor e valor nutricional e funcional aos alimentos, o uso desse resíduo passa a ser uma prática ecologicamente correta. “Os produtos principais da indústria cacaueira são o chocolate e a manteiga do cacau e normalmente o resíduo desta indústria normalmente é utilizado como fonte de energia nas caldeiras ou é descartado provocando um impacto ambiental. Para minimizar esse problema, esses resíduos têm sido aproveitados no intuito de enriquecer o alimento do ponto de vista nutricional, funcional e sensorial”, afirma Eduardo.

A análise sensorial foi realizada com 95 provadores, homens e mulheres com idade entre 18 e 65 anos que são consumidores frequentes de biscoitos tipo cookie. Hanna destaca que todos os produtos tiveram boa aceitação sensorial durante os testes realizados.

Para a fabricação dos cookies, os pesquisadores utilizaram em algumas formulações além da casca da amêndoa do cacau, a farinha de soja, que é uma fonte proteica vegetal, e a farinha de banana verde, que é rica em amido resistente, fibra dietética, sais minerais e compostos fenólicos. “A formulação dos cookies feitos com 100% de farelo de cacau mostrou ser a ideal para a atividade antioxidante, mas observamos também que a farinha de soja e a farinha de banana verde tiveram uma influência positiva, ou seja, o farelo de cacau, a farinha de soja e a farinha de banana verde agregaram valor nutricional e potencial funcional ao produto final, caracterizando os cookies como um alimento com propriedades funcionais, fonte de proteína, fibra e com elevado potencial antioxidante, sendo desta forma recomendado para a dieta humana”, explica Hanna.

Parceria

A pesquisa faz parte do Programa Nacional de Cooperação Acadêmica (Procad) com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG) e a UESB, a UFLA tem desenvolvido diversas pesquisas que agregam valor à resíduos da agroindústria e aos frutos de cerrado. Pelo projeto, estudantes dos programas de pós-graduação nas áreas de Engenharia, Tecnologia e Ciência dos Alimentos realizam o intercâmbio entre as instituições para executar partes de suas pesquisas.

 

Reportagem: Karina Mascarenhas, jornalista - bolsista Dcom/Fapemig

Edição do Vídeo: Sérgio Augusto - Dcom/UFLA

 
Assunto(s): coprodutos do cacau , Procad , 

Diretrizes para publicação de notícias de pesquisa no Portal da UFLA e Portal da Ciência

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A Comunicação da UFLA, por meio do projeto Núcleo de Divulgação Científica e da Coordenadoria de Divulgação Científica, assumiu o forte compromisso de compartilhar continuamente com a sociedade as pesquisas científicas produzidas na Instituição, bem como outros conteúdos de conhecimento que possam contribuir com a democratização do saber.

Sendo pequeno o número de profissionais na equipe de Comunicação da UFLA; sendo esse órgão envolvido também com todas as outras demandas de comunicação institucional, e considerando que as reportagens de pesquisa exigem um trabalho minucioso de apuração, redação e revisões, não é possível pautar todas as pesquisas em desenvolvimento na UFLA para que figurem no Portal da Ciência e no Portal UFLA. Sendo assim, a seleção de pautas seguirá critérios jornalísticos. Há também periodicidades definidas de publicação.

Todos os estudantes e professores interessados em popularizar o conhecimento e compartilhar suas pesquisas, podem apresentar sugestão e pauta à Comunicação pelo Suporte. As propostas serão analisadas com base nas seguintes premissas:

  • Deve haver tempo hábil para produção dos conteúdos: mínimo de 20 dias corridos antes da data pretendida de publicação. A possibilidade de publicações em prazo inferior a esse será avaliada pela Comunicação.

  • Algumas pautas (pesquisas) podem ser contempladas para publicação no Portal, produção de vídeo para o Youtube, produção de vídeo para Instagram e produção de spot para o quadro Rádio Ciência (veiculação na Rádio Universitária). Outras pautas, a critério das avaliações jornalísticas, poderão ter apenas parte desses produtos, ou somente reportagem no Portal. Outras podem, ainda, ser reservadas para publicação na revista de jornalismo científico Ciência em Prosa.

  • As matérias especiais de pesquisa e com conteúdos completos serão publicadas uma vez por semana.

  • É possível a publicação de notícias sobre pesquisa não só quando finalizadas. Em algumas situações, a pesquisa pode ser noticiada quando é iniciada e também durante seu desenvolvimento.

  • A ordem de publicação das diversas matérias em produção será definida pela Comunicação, considerando tempo decorrido da sugestão de pauta, vínculo do estudo com datas comemorativas e vínculo do estudo com acontecimentos factuais que exijam a publicação em determinado período.

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