No mundo animal, muitas dúvidas martelam na nossa cabeça. E uma delas é: por que os galos sempre cantam antes do amanhecer? Quem já teve a oportunidade de presenciar pessoalmente, sabe que ele funciona como um relógio. Se para alguns a cantoria ajuda na hora de se levantar, para outros, o som é um verdadeiro tormento.

Mas existe uma explicação científica para isso? Na tentativa de chegar a uma conclusão sobre o fenômeno, cientistas do mundo inteiro já realizaram testes para tentar enganar esses pássaros, colocando-os em ambientes escuros e claros, com som alto e sem barulho, entre outros.

O professor do Departamento de Zootecnia (DZO) da Universidade Federal de Lavras (UFLA) Édison José Fassani esclarece que pesquisas concluíram que os galos cantam religiosamente ao amanhecer porque seu relógio biológico controla todo o ritmo diário da ave.  “A primeira atividade diária dos galos é a de cantar. Eles cantam não para nos acordar, mas para demarcar território e indicar que quem manda naquele espaço é ele”, salienta.

Ou seja, como os galos são animais territorialistas, o canto antes do amanhecer serve para que ele demarque seu território. “Mesmo livres ou presos em um galinheiro, eles continuam cantando nas madrugadas, pois nesse horário, sem os barulhos do dia, o som de seu canto vai mais longe, fazendo outros galos saberem que existe um adversário logo ali”, informa.

Para os cientistas, a preferência das aves pelo fim da madrugada decorre da hierarquia entre eles. Existe uma ordem de canto até entre os galos de um mesmo galinheiro, segundo Édison José Fassani. “O galo dominante tem o privilégio de cantar primeiro e os outros galos cantam logo após”, comenta.

Outras aves territorialistas também cantam antes do amanhecer, como é o caso do canário-da-terra. “Eles voltaram a ser ouvido nas madrugadas até dentro de nossas cidades em virtude da diminuição da caça desse animal e conscientização da população na preservação da fauna brasileira”, disse.

Essa e outras reportagens científicas desenvolvidas com estudos da UFLA você confere na revista Ciência em Prosa. Boa leitura!

Pollyanna Dias, jornalista- bolsista Dcom/Fapemig  

Roteiro e Edição do Vídeo: Ana Carolina Rocha e Rafael de Paiva  - estagiários Dcom/Fapemig