Juliano Tavares / Ascom Ufla

Na última sexta-feira (30/10), o doutorando Ricardo Pedreschi defendeu a primeira tese do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia da Madeira da Ufla. Orientado pelo prof. Lourival Marin Mendes, do Departamento de Ciências Florestais, o trabalho intitulado “Aproveitamento do bagaço de cana da indústria sucroalcooleira na produção de painéis aglomerados” teve como coorientador o prof. Fabio Akira Mori, do DCF.
 
Ainda fizeram parte da banca os profs. Paulo Fernando Trugilho, do DCF, Francisco Carlos Gomes, do Departamento de Engenharia e profa. Ana Márcia Macedo Ladeira Carvalho, da UFV. O Pró-Reitor de Pós-Graduação, prof. Mozar José de Brito também esteve presente na defesa.
 
Painéis de bagaço de cana 
 
O ineditismo da pesquisa envolveu a utilização de bagaço de cana-de-açúcar na produção de painéis aglomerados com novas tecnologias, muito utilizados na área de construção civil e na indústria moveleira. No entanto, normalmente esses painéis são produzidos a base de madeiras como eucalipto e pinho.
 
Com o novo material proposto, ao invés de fazer uso de madeira originada de reflorestamento ou florestamento, as indústrias de painéis poderiam aproveitar (um) resíduos da indústria sucroalcooleira.
 
A pesquisa
 
Por meio do experimento, Ricardo avaliou o efeito da constituição dos painéis em camadas, os tipos e teores de adesivos, suas associações e comparou com painéis produzidos em escala industrial com painéis de bagaço de cana da China e com painéis comerciais de eucalipto no Brasil.
 
Segundo o pesquisador, “a partir dos resultados obtidos, pode-se concluir que os painéis homogêneos (sem diferenciação de camadas) mostraram a mesma qualidade ou foram até mesmo superiores aos painéis produzidos em camadas (miolo e faces)”.
No que diz respeito às propriedades elasticidade, ruptura e absorção de água, não observou-se diferença entre os adesivos MUF (Melamina Uréia-formaldeido) e UF (Uréia-formaldeido). Além disso, os painéis homogêneos e com o adesivo MUF apresentaram resultados melhores, sendo que estes tratamentos atenderam a todos os valores exigidos pelas normas, com exceção do módulo de elasticidade.
 
O autor da tese explica, ainda, que quando se comparou os materiais utilizados, “o melhor tratamento obtido para os painéis de bagaço de cana produzidos em laboratório e os painéis produzidos em escala industrial da China se mostraram estatisticamente iguais aos produzidos industrialmente com madeira de eucalipto no Brasil em todas as propriedades analisadas”.