O professor do Departamento de Biologia da Universidade Federal de Lavras (DBI/UFLA) Rafael Dudeque Zenni será o único pesquisador brasileiro a participar do relatório do Painel Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES) sobre as chamadas espécies exóticas invasoras, isto é, espécies introduzidas pela ação humana em um ambiente diferente do original, de maneira intencional ou acidental, que causam grande impacto à biodiversidade e à saúde humana.

O trabalho terá duração de quatro anos e deve ser concluído em 2023. O docente da UFLA será um dos autores líderes do capítulo 5, que irá revisar os programas globais, nacionais e regionais, atuais e passados, de manejo e políticas públicas sobre espécies exóticas invasoras.

“Em virtude dos danos causados pelas espécies exóticas invasoras, o Brasil, junto com outros 127 países, está criando um esforço global para avaliar Professor Rafael Dudeque Zennie fazer uma síntese da situação atual das invasões biológicas e das espécies exóticas invasoras no mundo. Nesse relatório temático, será feita uma síntese de todo conhecimento existente sobre o assunto”, explica o professor Rafael Zenni. 

Vários capítulos estão previstos para esse relatório. O pesquisador irá rever e avaliar as ações passadas e atuais de manejo de espécies exóticas invasoras, as políticas públicas existentes para prevenção, controle e manejo. O objetivo é compreender o que funciona e o que não funciona no controle de espécies exóticas invasoras, para sugerir projetos e melhorias que realmente deem certo para lidar com essas ameaças.

Exemplos de espécies exóticas

Há mais de 300 espécies exóticas invasoras apenas no Brasil. Entre elas, o professor destaca o mosquito da dengue, introduzido ainda durante o período colonial no Brasil e responsável por inúmeros prejuízos não só à saúde humana, mas também à economia. “Outro exemplo é o mexilhão-dourado, que hoje causa mais de R$ 1,5 milhões de prejuízo às usinas hidrelétricas somente em Minas Gerais, custo que é repassado para a conta de luz de cada um de nós”, comenta o professor Rafael Zenni.

Há várias plantas, como por exemplo os pinheiros e  os eucaliptos, que são espécies amplamente utilizadas nos plantios florestais, mas se não forem controladas e corretamente manejadas podem escapar dos cultivos e começar a invadir e a ocupar ambientes naturais afetando a biodiversidade.

Reportagem: Greicielle dos Santos - bolsista Dcom/Fapemig

Edição do vídeo: Sérgio Augusto - Editor/Dcom