Uma pesquisa realizada na Universidade Federal de Lavras (UFLA) buscou identificar e quantificar, por meio do monitoramento por satélite, as áreas irrigadas pelo sistema de pivô central em Minas Gerais. O estudo, coordenado pela professora do Departamento de Engenharia (DEG) Elizabeth Ferreira, ocupa quatro páginas da edição de número 58 da revista Minas fez Ciência, publicação da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig).

O texto enfatiza a importância do trabalho, considerando a produção de alimentos como o desafio do século XXI, devido ao crescimento populacional no mundo. A agricultura aparece, então, como recurso primordial para o combate à fome, assim como para sua prevenção. Na primeira parte da pesquisa, iniciada em 2009, foi possível mapear as áreas que possuem pivôs de irrigação em atividade no Estado. A forma circular das áreas facilita sua identificação por análise visual, com base nas imagens de satélites.

Os resultados dessa primeira fase de estudos revelaram 3.871 pivôs em todo o Estado, com 255 mil hectares de área irrigada. Cento e oitenta municípios em Minas Gerais apresentaram território irrigado por pivô central, sendo que três deles – Paracatu, Unaí e Rio Paranaíba – destacaram-se por apresentarem números acima de cem equipamentos.

A partir desses dados, a pesquisa ingressou em nova etapa, em que se investiga o uso e o consumo da água pelo setor agrícola de Minas. As informações já reunidas permitem aos pesquisadores saber a abrangência dos pivôs instalados, os locais em que estão e a bacia hidrográfica da qual se extrai água em cada caso. A intenção é que o estudo completo colabore para o desenvolvimento de técnicas específicas de irrigação para locais de climas quentes, contribuindo para a maior qualidade da prática agrícola e para o consumo racional da água.

O texto publicado na revista é de William Ferraz e a pesquisa foi contemplada por edital Demanda Universal, da Fapemig.

O sistema de Pivô Central

O sistema baseia-se em equipamento colocado no centro de determinada área de cultivo. Ele possui estrutura suspensa capaz de aspergir a água sobre a plantação, alcançando a área circular em seu entorno.