Usados para combater pragas e doenças no campo, os defensivos agrícolas também contribuem para  a resistência da espécie cultivada e o aumento de produtividade nas lavouras. Para evitar a aplicação incorreta desses produtos, o professor da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) Rone Batista de Oliveira ensinou as melhores técnicas de aplicação dos defensivos agrícolas nas culturas de milho e sorgo durante o XXXII Congresso Nacional de Milho e Sorgo, que é realizado na Universidade Federal de Lavras (UFLA) até sexta-feira (14/9). 

Na palestra, o professor, que é o coordenador do Laboratório de Tecnologia de Aplicação e Agricultura de Precisão da UENP, explicou a importância da aplicação dos defensivos agrícolas nas plantações, com o auxílio do pulverizador. "Muitas vezes o produtor tem dificuldade de identificar problemas na aplicação, seja pela prática ou costume que ele já tem, ou até pela falta de conhecimento", informou. 

Segundo Rone Batista de Oliveira, os fatores determinantes do tipo de tecnologia de aplicação do produto fitossanitário depende do tipo de alvo a ser atacado, por exemplo, se a praga é lagarta,  percevejo ou planta daninha. Além de ser necessário observar outros quesitos, como o tipo de máquina pulverizadora, condições climáticas, risco de deriva, técnica de aplicação, tipo de solo, folhas, entre outros. 

Um dos problemas recorrentes é a escolha errada da ponta de pulverização, que é uma peça de engenharia de precisão com vários modelos e vazões. "A escolha incorreta  pode trazer perdas de 30% para o agricultor", exemplificou. Para evitar o prejuízo, na hora de definir a tecnologia de aplicação do defensivo agrícola utilizada, o produtor ainda deve definir a quantidade de litros de produtos químicos a ser pulverizados por hectare e o tamanho de suas gotas correto para a ponta de pulverização específica.    "O tempo de pulverização decorre da temperatura, umidade do ar, vento e correntes convectivas", afirmou. 

 Adjuvantes agrícolas 

No intuito de defender as plantações de milho do ataque de pragas e doenças consideradas prejudiciais no ciclo da cultura, o pesquisador Rone Batista de Oliveira testou, em parceria de cooperativas, 81 tipos de formulações de adjuvantes agrícolas para serem diluídas em água. Adjuvantes agrícolas são substâncias ou compostos sem propriedades fitossanitárias, acrescidos aos defensivos agrícolas têm a finalidade de aumentar a eficácia e facilitar a pulverização. Eles agem para melhorar a ação do agroquímico. "As misturas são feitas em tanque com um agitador. As coisas acontecem simultaneamente no campo. Por isso, as misturas, ao contrário de um único produto, consegue matar todas as pragas e doenças de uma vez", explicou. 

De 50 misturas para a plantação de milho,  67,4% não apresentaram risco de incompatibilidade física; 18,6% sim e 14% mereceram atenção. "De forma geral, usamos um terço de água para não ocorrer incompatibilidade", disse. 

Pollyanna Dias, jornalista- bolsista Dcom/Fapemig