O programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia da Madeira, do Departamento de Ciências Florestais (DCF) da Universidade Federal de Lavras (UFLA), alcançou uma importante conquista: a 100ª defesa de dissertação. O trabalho desenvolveu uma técnica rápida e confiável para avaliar a qualidade do carvão. A pesquisa, cujo título apresenta “Aplicação da espectroscopia no infravermelho próximo para estimativa das propriedades do carvão vegetal”, foi desenvolvida pela engenheira florestal Lívia Ribeiro Costa. O professor/doutor Paulo Ricardo Gherardi Hein, do DCF, foi responsável pela orientação.
Para o professor José Tarcísio Lima, do DCF, a centésima dissertação significa a consolidação do programa de pós-graduação, criado em junho de 2006, e o reforço da posição de destaque da instituição no âmbito das Ciências Florestais. Lima ressaltou também que um dos desafios para os próximos anos é avançar com os estudos, levando conhecimento gerado na UFLA para outros países.
O chefe do DCF, professor Luis Antônio Coimbra Borges, enalteceu a qualidade das pesquisas científicas do departamento e o empenho de professores e alunos. “No Brasil o programa já está bastante consolidado e estamos avançando para outros países. Com a pós-graduação forte e com uma seleção bem feita, é certo que vocês (os alunos) terão sucesso na vida profissional”.
Pesquisa
Lívia Costa explicou que o trabalho criou uma técnica rápida e confiável para avaliar a qualidade do carvão. “Esses modelos matemáticos podem ser aplicados pelas indústrias do setor para controle de qualidade da matéria prima em tempo real”.
Para chegar aos objetivos da pesquisa, foi utilizada a radiação eletromagnética incidida sobre amostras de carvão. Com isso, a informação espectral gerada por equipamento foi usada em modelos matemáticos que são capazes de estimar diversas propriedades do carvão em poucos segundos. A engenheira observou que a rapidez na análise é importante, uma vez que os métodos clássicos em laboratório demandam mais tempo.
De acordo ainda com a engenheira, o trabalho mostra que, ao conhecerem as características do carvão de maneira rápida, as empresas podem monitorar de forma contínua a qualidade do produto. “Existem poucos grupos de pesquisa no mundo que avaliaram o carvão vegetal pela espectroscopia no infravermelho próximo. O trabalho desenvolvido na UFLA é pioneiro nessa linha e provavelmente servirá como uma referência para o desenvolvimento de novos estudos e aplicações”, destacou.
A banca que avaliou a pesquisa foi formada pelo professor Tiago José Pires de Oliveira, do Departamento de Engenharia (DEG) da UFLA, pela professora Priscila Ferreira de Sales, do Departamento de Ciências e Linguagens/Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) – Campus Bambuí –, e pelo professor Paulo Ricardo Hein.
Texto: Rafael Passos – Jornalista/Bolsita – Fapemig