Os produtos cárneos cozidos curados, como salsicha, linguiça, mortadela e presunto, são largamente consumidos pelos brasileiros. O que muita gente não sabe é que esses alimentos levam em suas composições o nitrito (NO2) – tanto de potássio quanto de sódio -, que, em reação com outras substâncias, pode formar compostos e fazer mal à saúde. O Departamento de Ciência dos Alimentos (DCA), da Universidade Federal de Lavras (UFLA), desenvolve uma pesquisa que busca a substituição total ou parcial do nitrito em produtos cárneos curados por óleos essenciais.

O trabalho está em andamento e tem a participação dos professores Eduardo Mendes Ramos e Roberta Hilsdorf Piccoli, ambos do DCA. A professora Roberta, coordenadora do estudo, contou que começou a usar óleos essenciais em 2003, a partir de uma parceria com a professora Maria das Graças Cardoso, do Departamento de Química (DQI), para impedir o crescimento de microrganismos causadores de toxinfecções alimentares. Depois, essa mesma atividade migrou para produtos lácteos e, agora, ela se concentra nos cárneos.

Produtos são analisados em laboratório

Conforme ainda a professora, na indústria alimentícia, utiliza-se com frequência o nitrito com o objetivo de fixar a cor e desenvolver o sabor de produto curado, além de inibir o crescimento de bactérias e aumentar a validade para o consumo com segurança. Os óleos essenciais são retirados de condimentos responsáveis pelo aroma e gosto dos produtos e, no caso da UFLA, esse líquido é adquirido para ser utilizado diretamente nos experimentos.

A pesquisa desenvolvida no DCA aponta que os óleos essenciais misturados aos produtos cárneos curados também prolongam sua vida útil e impedem o desenvolvimento de bactérias maléficas à saúde. “O óleo é antioxidante e não deixa ocorrer a degradação dos pigmentos da carne, que continua com a cor vermelha”, acrescentou a professora, que destacou ainda que na indústria alimentícia os óleos são usados em menor escala e na condição de aromatizantes naturais.

Pesquisa está em andamento no DCA

A professora disse também que as próximas etapas da pesquisa vão caminhar no sentido de reduzir os impactos sensoriais dos óleos essenciais nos embutidos cárneos curados. Para alcançar esse objetivo, será a utilizada a nanotecnologia. Encontrar a concentração adequada dos óleos para cada produto também faz parte do trabalho dos pesquisadores. “Já testamos vários óleos e selecionamos alguns. Nós vamos fazer misturas desses óleos para ver qual delas oferece as melhores características sensoriais aos produtos”.

Mesmo com experimentos, a professora observou que os trabalhos buscam conservar as características essenciais do produto. “Buscamos manter o sabor com o qual o consumidor está acostumado. O que podemos fazer é tirar algo que pode fazer mal para o ser humano e substituir por outro que pode ser melhor e sem manipulação química”.

Texto: Rafael Passos – Jornalista/bolsista – Fapemig

Fotos: Mayara Toyama – Estagiária/DCOM

Diretrizes para publicação de notícias de pesquisa no Portal da UFLA e Portal da Ciência

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A Comunicação da UFLA, por meio do projeto Núcleo de Divulgação Científica e da Coordenadoria de Divulgação Científica, assumiu o forte compromisso de compartilhar continuamente com a sociedade as pesquisas científicas produzidas na Instituição, bem como outros conteúdos de conhecimento que possam contribuir com a democratização do saber.

Sendo pequeno o número de profissionais na equipe de Comunicação da UFLA; sendo esse órgão envolvido também com todas as outras demandas de comunicação institucional, e considerando que as reportagens de pesquisa exigem um trabalho minucioso de apuração, redação e revisões, não é possível pautar todas as pesquisas em desenvolvimento na UFLA para que figurem no Portal da Ciência e no Portal UFLA. Sendo assim, a seleção de pautas seguirá critérios jornalísticos. Há também periodicidades definidas de publicação.

Todos os estudantes e professores interessados em popularizar o conhecimento e compartilhar suas pesquisas, podem apresentar sugestão e pauta à Comunicação pelo Suporte. As propostas serão analisadas com base nas seguintes premissas:

  • Deve haver tempo hábil para produção dos conteúdos: mínimo de 20 dias corridos antes da data pretendida de publicação. A possibilidade de publicações em prazo inferior a esse será avaliada pela Comunicação.

  • Algumas pautas (pesquisas) podem ser contempladas para publicação no Portal, produção de vídeo para o Youtube, produção de vídeo para Instagram e produção de spot para o quadro Rádio Ciência (veiculação na Rádio Universitária). Outras pautas, a critério das avaliações jornalísticas, poderão ter apenas parte desses produtos, ou somente reportagem no Portal. Outras podem, ainda, ser reservadas para publicação na revista de jornalismo científico Ciência em Prosa.

  • As matérias especiais de pesquisa e com conteúdos completos serão publicadas uma vez por semana.

  • É possível a publicação de notícias sobre pesquisa não só quando finalizadas. Em algumas situações, a pesquisa pode ser noticiada quando é iniciada e também durante seu desenvolvimento.

  • A ordem de publicação das diversas matérias em produção será definida pela Comunicação, considerando tempo decorrido da sugestão de pauta, vínculo do estudo com datas comemorativas e vínculo do estudo com acontecimentos factuais que exijam a publicação em determinado período.

  • O pesquisador que se dispõe a divulgar seus projetos também deve estar disponível para responder dúvidas do público que surgirem após a divulgação, assim como para atendimento à imprensa, caso haja interesse de veículos externos em repercutir a notícia.

  • Os textos são publicados, necessariamente, em linguagem jornalística e seguindo definições do Manual de Redação da Comunicação. O pesquisador deve conferir a exatidão das informações no texto final da matéria e dialogar com o jornalista caso haja necessidade de alterações, de forma a se preservar a linguagem e o formato essenciais ao entendimento do público não especializado.

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