Gatos costumam acariciar as pessoas com um envolvente roçar de seu corpo, que começa com a cabeça e termina com a cauda. É comum eles agirem assim também com objetos e coisas, o que sugere que o comportamento vai além da demonstração de afeto. Que outro sentido está por trás dessa atitude felina?


“Ao esfregar o corpo em pessoas e objetos, o gato manifesta o chamado comportamento afiliativo, comunicando seu pertencimento social. Essa é uma forma de
demarcar um ambiente familiar, produzindo a sensação de tranquilidade necessária ao seu bem-estar”, explica o professor do Departamento de Medicina Veterinária da UFLA Sérgio Bambirra, especialista em bem-estar e comportamento animal.
Essa forma de comunicação está associada ao funcionamento de glândulas situadas em diferentes partes do corpo do animal, que secretam substâncias químicas voláteis conhecidas como feromônios - também produzidas por outras espécies, inclusive pelo ser humano. Essas substâncias aderem nas pessoas e na superfície dos objetos e são reconhecidas apenas pelos próprios gatos.

Os feromônios estimulam um órgão especial conhecido como vomeronasal, ou órgão de Jacobson, localizado entre a parte interna da boca e o nariz do gato. O caminho neuronal percorrido pelo estímulo até o cérebro do felino não coincide com o da percepção olfativa. Como consequência, os feromônios são processados separadamente dos odores sentidos pelo nariz em uma parte do cérebro conhecido como bulbo acessório.
A produção de feromônio associada ao bem-estar ajuda a explicar por que a mudança de um ambiente familiar gera tanto desconforto nos felinos. “No atendimento médico-veterinário, por exemplo, esse estranhamento pode gerar um problema conhecido como “síndrome do consultório veterinário”. Ao ser levado para um lugar com muitos estímulos diferentes - pessoas, ruídos, cheiros de muitos outros animais -, o gato associa a ida ao veterinário como um evento muito ruim, amedrontador”, afirma o docente.
Para reduzir o trauma causado nos bichanos, clínicas veterinárias têm aderido ao conceito “cat friendly” e criado um ambiente mais aconchegante, com consultórios exclusivos para gatos, odorizados com feromônios sintéticos similares aos naturais e um atendimento que proporciona mais liberdade ao animal.

 

De companheiros de bruxas a animais de estimação

gato preto pixabay

Endeusado no Egito Antigo, o gato foi, até recentemente, uma espécie muito estigmatizada pela sociedade ocidental. Personagem central de estórias de terror, apresentado como companheiro inseparável das bruxas, apontado como símbolo de azar, o felino sequer era considerado capaz de se afeiçoar às pessoas. “Essa visão negativa do gato é uma herança da Idade Média. Mulheres consideradas feiticeiras, e perseguidas pelos Tribunais da Inquisição, eram vistas acompanhadas por gatos. Assim, surgiu a lenda de que o gato, principalmente o preto, é
um animal amaldiçoado, um bicho de estimação de feiticeiras”, explica o professor.
A relação social com o gato começou a mudar com a intensificação da urbanização que, no Brasil, só ocorreu a partir da década de 1960. A verticalização do espaço urbano, e a consequente redução dos ambientes de moradia, fez crescer a busca por animais de estimação mais independentes e com menor exigência de atenção do que os cães.
“Foi nesse contexto que cresceu, de forma acentuada, a escolha do gato como um pet e que o estigma sofrido por tantos séculos começou a ser quebrado”. O professor Bambirra enfatiza que o gato é um animal extremamente sociável, mas sua manifestação de afeto é muito mais sutil. Por isso, é muito importante saber o que seu comportamento quer dizer.

 

Decifrando os bichanos

Além da “roçadinha”, outras atitudes felinas também envolvem a produção de feromônios, associados ou não a outras formas de estímulos. Aprenda a interpretá-las:

Massagem com as patas: pode ser considerada a primeira manifestação de comportamento afiliativo da espécie. O filhote massageia sua mãe durante o aleitamento para estimular as glândulas mamárias, mas também para deixar seu cheiro na mãe e ser impregnado pelo cheiro dela. Esse comportamento é repetido durante a vida com pessoas e objetos, quando o animal se encontra em situações muito relaxantes e confortáveis.

Arranhadura: o hábito de arranhar sofás e outros objetos também é uma manifestação de comportamento afiliativo, acompanhada por marcações visuais. O comportamento também é uma forma natural de remover uma cutícula que cresce debaixo das garras do felino.

Borrifada ou spray de urina: forma de demarcação territorial por meio da pulverização de pequenas quantidades de urina contendo feromônios, sobre superfícies - geralmente verticais - e objetos.

Existem, no mercado, feromônios sintéticos que imitam os odores naturais exalados pelos gatos. Essas substâncias podem ser usadas para ajudar na adaptação a ambientes e na melhoria de problemas de marcação de urina e arranhadura de objetos. Embora não possuam contra-indicação, o ideal é que os produtos sejam usados com prescrição veterinária.

 

Diretrizes para publicação de notícias de pesquisa no Portal da UFLA e Portal da Ciência

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A Comunicação da UFLA, por meio do projeto Núcleo de Divulgação Científica e da Coordenadoria de Divulgação Científica, assumiu o forte compromisso de compartilhar continuamente com a sociedade as pesquisas científicas produzidas na Instituição, bem como outros conteúdos de conhecimento que possam contribuir com a democratização do saber.

Sendo pequeno o número de profissionais na equipe de Comunicação da UFLA; sendo esse órgão envolvido também com todas as outras demandas de comunicação institucional, e considerando que as reportagens de pesquisa exigem um trabalho minucioso de apuração, redação e revisões, não é possível pautar todas as pesquisas em desenvolvimento na UFLA para que figurem no Portal da Ciência e no Portal UFLA. Sendo assim, a seleção de pautas seguirá critérios jornalísticos. Há também periodicidades definidas de publicação.

Todos os estudantes e professores interessados em popularizar o conhecimento e compartilhar suas pesquisas, podem apresentar sugestão e pauta à Comunicação pelo Suporte. As propostas serão analisadas com base nas seguintes premissas:

  • Deve haver tempo hábil para produção dos conteúdos: mínimo de 20 dias corridos antes da data pretendida de publicação. A possibilidade de publicações em prazo inferior a esse será avaliada pela Comunicação.

  • Algumas pautas (pesquisas) podem ser contempladas para publicação no Portal, produção de vídeo para o Youtube, produção de vídeo para Instagram e produção de spot para o quadro Rádio Ciência (veiculação na Rádio Universitária). Outras pautas, a critério das avaliações jornalísticas, poderão ter apenas parte desses produtos, ou somente reportagem no Portal. Outras podem, ainda, ser reservadas para publicação na revista de jornalismo científico Ciência em Prosa.

  • As matérias especiais de pesquisa e com conteúdos completos serão publicadas uma vez por semana.

  • É possível a publicação de notícias sobre pesquisa não só quando finalizadas. Em algumas situações, a pesquisa pode ser noticiada quando é iniciada e também durante seu desenvolvimento.

  • A ordem de publicação das diversas matérias em produção será definida pela Comunicação, considerando tempo decorrido da sugestão de pauta, vínculo do estudo com datas comemorativas e vínculo do estudo com acontecimentos factuais que exijam a publicação em determinado período.

  • O pesquisador que se dispõe a divulgar seus projetos também deve estar disponível para responder dúvidas do público que surgirem após a divulgação, assim como para atendimento à imprensa, caso haja interesse de veículos externos em repercutir a notícia.

  • Os textos são publicados, necessariamente, em linguagem jornalística e seguindo definições do Manual de Redação da Comunicação. O pesquisador deve conferir a exatidão das informações no texto final da matéria e dialogar com o jornalista caso haja necessidade de alterações, de forma a se preservar a linguagem e o formato essenciais ao entendimento do público não especializado.

Sugestões para aperfeiçoamentos neste Portal podem ser encaminhadas para comunicacao@ufla.br.



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