Já se imaginou morando em um lugar em que a primeira língua fosse a Língua Brasileira de Sinais (Libras)? Como seria ir a um restaurante, cinema, ou frequentar a escola ou Universidade? Pois é, isso ocorre o tempo todo com os surdos em nosso país e no mundo, só que em uma situação contrária. Devido a essa diferença linguística, dizer que os surdos vivem em um isolamento social não é pouco.

Assim, para conscientizar a população sobre a importância do aprendizado de Libras, o mestrando Rafael Carlos Lima da Silva, do Departamento de Educação da Universidade Federal de Lavras (DED/UFLA), analisa em seu trabalho o ensino-aprendizagem de Libras e também a formação de professores na área. Em sua pesquisa ele aborda o processo de ensino-aprendizagem de maneira autônoma e por autoinstrução. Processo este que faz com que não seja necessário o contato direto com o professor.  

O pesquisador explica que, “por meio da autoinstrução e da autonomia, o aluno se torna responsável pelo seu aprendizado e não há necessidade de estar exclusivamente no ambiente escolar para aprender. Não é desmerecido ou ignorado o papel do professor, porém, em situações em que esteja presente, ele mediará o aprendizado do estudante, indicará caminhos e recursos”.

Na pesquisa, o mestrando narra o seu processo de autoinstrução em Libras, que teve início aos 20 anos. Não tendo caso de pessoas surdas na família, a presença de intérpretes de Libras em canais da televisão foi o meio de aprendizado de Rafael. Por isso, ele aponta que todas as pessoas podem aprender Libras, sem necessariamente, estar em contato com um surdo. “Seria muito bom se todo aprendiz de Libras tivesse contato com surdos que usam Libras. Mas, atualmente, a Libras está presente em diversos lugares: dicionários, aparelhos de celular, internet, livros e TV. Se o aprendiz não se envolver e criar situações, dificilmente outras pessoas poderão fazer isso por ele”, completa o mestrando.

Como resultados da pesquisa, Rafael ressalta que aprender Libras é um processo complexo, dinâmico e desafiador, e que “por vezes, haverá frustração na aprendizagem, como por exemplo, achar que não está aprendendo nada e que vai errar os sinais quando encontrar com surdos. Porém, o erro faz parte do processo”. A responsabilidade de aprendizado está no aprendiz e o professor exerce o papel de mediador, de orientador da aprendizagem.

Formação de professores de Libras

A pesquisa que tem orientação da professora Tânia Regina de Souza Romero, do Departamento de Estudos da Linguagem (DEL), destaca que a formação de professores de Libras no Brasil é uma das melhores da América Latina, tendo o primeiro curso em modalidade bilíngue: Letras-Libras, ofertado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Em Minas Gerais, quando o assunto é formação de professores de Libras, destacam-se os polos do curso de Pedagogia Bilíngue na UFLA e, no norte do Estado, o curso de Letras-Libras no Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG).

Entretanto, apesar de várias conquistas para a comunidade surda, a quantidade de profissionais qualificados em Libras nas instituições de ensino ainda é pequena. Para atender a demanda seria preciso investir em mais difusão da Libras e em formação de tradutores/intérpretes e professores de Libras. “Quando há a presença do intérprete, tende-se a acreditar que ele é o professor do aluno surdo. Mas, o intérprete é importante até que se consolide a educação bilíngue, em que os professores consigam ministrar as disciplinas em Libras e estabeleçam uma relação direta com os surdos. Nessa perspectiva, não se exclui a importância do intérprete, mas a sua atuação será em outros momentos, como na tradução-interpretação de artigos, livros, textos e palestras”, conclui o pesquisador.

Reportagem: Greicielle dos Santos - bolsista Dcom/Fapemig

Edição do vídeo: Sérgio Augusto - Editor/Dcom

Diretrizes para publicação de notícias de pesquisa no Portal da UFLA e Portal da Ciência

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A Comunicação da UFLA, por meio do projeto Núcleo de Divulgação Científica e da Coordenadoria de Divulgação Científica, assumiu o forte compromisso de compartilhar continuamente com a sociedade as pesquisas científicas produzidas na Instituição, bem como outros conteúdos de conhecimento que possam contribuir com a democratização do saber.

Sendo pequeno o número de profissionais na equipe de Comunicação da UFLA; sendo esse órgão envolvido também com todas as outras demandas de comunicação institucional, e considerando que as reportagens de pesquisa exigem um trabalho minucioso de apuração, redação e revisões, não é possível pautar todas as pesquisas em desenvolvimento na UFLA para que figurem no Portal da Ciência e no Portal UFLA. Sendo assim, a seleção de pautas seguirá critérios jornalísticos. Há também periodicidades definidas de publicação.

Todos os estudantes e professores interessados em popularizar o conhecimento e compartilhar suas pesquisas, podem apresentar sugestão e pauta à Comunicação pelo Suporte. As propostas serão analisadas com base nas seguintes premissas:

  • Deve haver tempo hábil para produção dos conteúdos: mínimo de 20 dias corridos antes da data pretendida de publicação. A possibilidade de publicações em prazo inferior a esse será avaliada pela Comunicação.

  • Algumas pautas (pesquisas) podem ser contempladas para publicação no Portal, produção de vídeo para o Youtube, produção de vídeo para Instagram e produção de spot para o quadro Rádio Ciência (veiculação na Rádio Universitária). Outras pautas, a critério das avaliações jornalísticas, poderão ter apenas parte desses produtos, ou somente reportagem no Portal. Outras podem, ainda, ser reservadas para publicação na revista de jornalismo científico Ciência em Prosa.

  • As matérias especiais de pesquisa e com conteúdos completos serão publicadas uma vez por semana.

  • É possível a publicação de notícias sobre pesquisa não só quando finalizadas. Em algumas situações, a pesquisa pode ser noticiada quando é iniciada e também durante seu desenvolvimento.

  • A ordem de publicação das diversas matérias em produção será definida pela Comunicação, considerando tempo decorrido da sugestão de pauta, vínculo do estudo com datas comemorativas e vínculo do estudo com acontecimentos factuais que exijam a publicação em determinado período.

  • O pesquisador que se dispõe a divulgar seus projetos também deve estar disponível para responder dúvidas do público que surgirem após a divulgação, assim como para atendimento à imprensa, caso haja interesse de veículos externos em repercutir a notícia.

  • Os textos são publicados, necessariamente, em linguagem jornalística e seguindo definições do Manual de Redação da Comunicação. O pesquisador deve conferir a exatidão das informações no texto final da matéria e dialogar com o jornalista caso haja necessidade de alterações, de forma a se preservar a linguagem e o formato essenciais ao entendimento do público não especializado.

Sugestões para aperfeiçoamentos neste Portal podem ser encaminhadas para comunicacao@ufla.br.



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