Uma pesquisa realizada no mestrado em Educação da Universidade Federal de Lavras (UFLA) evidencia que as emoções desempenham um papel significativo nos processos de aprendizagem, podendo influenciar positiva ou negativamente o desenvolvimento acadêmico e escolar.

O estudo foi conduzido por Michelly da Silva Oliveira Machado, sob a orientação do professor Cláudio Lúcio Mendes, e procurou entender os aspectos anatômicos e fisiológicos do sistema nervoso envolvidos com as emoções e a cognição, isto é, as estruturas neurais e seu funcionamento, no diz respeito aos comportamentos emocionais e aos processos de aprendizagem.

Segundo Michelly, "as emoções interferem nos processos de aprendizagem de maneira significativa. Estar emocionalmente bem facilita a atenção, a memória, a tomada de decisão e a persistência para alcançar objetivos. Além disso, a emoção está intrinsecamente ligada à aprendizagem significativa, influenciando fatores como interesse, alegria, motivação, repetição, curiosidade e necessidades."

A metodologia adotada incluiu revisão bibliográfica e meta-análise, uma ferramenta que possibilita a combinação estatística de resultados de estudos independentes, apresentando-se como procedimento mais eficaz que a tradicional revisão de literatura. Foi realizada uma abordagem qualitativa dos trabalhos publicados no Brasil e no exterior.

Outra ferramenta metodológica utilizada foi o diário de pesquisa, um modo de apresentação, descrição e ordenação das vivências e narrativas da pesquisa. O diário da pesquisa em questão consistiu no registro metódico das reuniões individuais e coletivas de orientação, das disciplinas realizadas durante o Mestrado, de cursos relativos ao tema proposto, e por fim, das experiências acumuladas no âmbito do grupo de pesquisa Educação e Neurociência (ENE) e  nas atividades de docência voluntária desenvolvidas nos anos de 2020 e 2021. 

Os dados coletados indicaram que compreender o funcionamento do cérebro humano, especialmente o papel das emoções, é uma ferramenta imprescindível para profissionais envolvidos no processo de aprendizagem. A pesquisa vai além do conteúdo disciplinar, destacando a importância da afetividade para o desenvolvimento humano.

“O professor deve preocupar-se tanto com o aprendizado do conteúdo como com o sentimento do aluno em relação ao conteúdo. Ele deve ter a convicção de que as emoções também devem estar na base do processo educativo. A história que a criança traz é construída por toda a bagagem que adquiriu antes de vir para a escola. Tudo isso exigirá ousadia por parte das escolas e uma preparação teórica bem fundamentada por parte dos professores, além de um profundo compromisso com a promoção do desenvolvimento integral das crianças que se encontram em processo de alfabetização”, afirma Michelly.

O estudo não apenas acumula conhecimento gerado em pesquisas qualitativas e quantitativas, mas também oferece uma visão mais crítica sobre a afetividade na educação. O trabalho de Michelly destaca a importância de ressaltar a afetividade não apenas para os processos de aprendizado, mas também para a formação de professores e a construção de vínculos na comunidade acadêmica.

Os vínculos afetivos estabelecidos na relação professor-aluno, como revelado pela pesquisa, têm o poder de transmitir segurança e estímulos, moldando positivamente a trajetória de cada estudante. Com essa descoberta, a pesquisa não apenas enriquece o campo acadêmico, mas também contribui para transformações significativas no cenário educacional.

O estudo de Michelly procura abrir novas perspectivas sobre como entendemos e aplicamos as emoções no processo educacional, destacando a necessidade de uma abordagem mais consciente e crítica sobre a afetividade na educação.

 

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais - Fapemig.

Diretrizes para publicação de notícias de pesquisa no Portal da UFLA e Portal da Ciência

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A Comunicação da UFLA, por meio do projeto Núcleo de Divulgação Científica e da Coordenadoria de Divulgação Científica, assumiu o forte compromisso de compartilhar continuamente com a sociedade as pesquisas científicas produzidas na Instituição, bem como outros conteúdos de conhecimento que possam contribuir com a democratização do saber.

Sendo pequeno o número de profissionais na equipe de Comunicação da UFLA; sendo esse órgão envolvido também com todas as outras demandas de comunicação institucional, e considerando que as reportagens de pesquisa exigem um trabalho minucioso de apuração, redação e revisões, não é possível pautar todas as pesquisas em desenvolvimento na UFLA para que figurem no Portal da Ciência e no Portal UFLA. Sendo assim, a seleção de pautas seguirá critérios jornalísticos. Há também periodicidades definidas de publicação.

Todos os estudantes e professores interessados em popularizar o conhecimento e compartilhar suas pesquisas, podem apresentar sugestão e pauta à Comunicação pelo Suporte. As propostas serão analisadas com base nas seguintes premissas:

  • Deve haver tempo hábil para produção dos conteúdos: mínimo de 20 dias corridos antes da data pretendida de publicação. A possibilidade de publicações em prazo inferior a esse será avaliada pela Comunicação.

  • Algumas pautas (pesquisas) podem ser contempladas para publicação no Portal, produção de vídeo para o Youtube, produção de vídeo para Instagram e produção de spot para o quadro Rádio Ciência (veiculação na Rádio Universitária). Outras pautas, a critério das avaliações jornalísticas, poderão ter apenas parte desses produtos, ou somente reportagem no Portal. Outras podem, ainda, ser reservadas para publicação na revista de jornalismo científico Ciência em Prosa.

  • As matérias especiais de pesquisa e com conteúdos completos serão publicadas uma vez por semana.

  • É possível a publicação de notícias sobre pesquisa não só quando finalizadas. Em algumas situações, a pesquisa pode ser noticiada quando é iniciada e também durante seu desenvolvimento.

  • A ordem de publicação das diversas matérias em produção será definida pela Comunicação, considerando tempo decorrido da sugestão de pauta, vínculo do estudo com datas comemorativas e vínculo do estudo com acontecimentos factuais que exijam a publicação em determinado período.

  • O pesquisador que se dispõe a divulgar seus projetos também deve estar disponível para responder dúvidas do público que surgirem após a divulgação, assim como para atendimento à imprensa, caso haja interesse de veículos externos em repercutir a notícia.

  • Os textos são publicados, necessariamente, em linguagem jornalística e seguindo definições do Manual de Redação da Comunicação. O pesquisador deve conferir a exatidão das informações no texto final da matéria e dialogar com o jornalista caso haja necessidade de alterações, de forma a se preservar a linguagem e o formato essenciais ao entendimento do público não especializado.

Sugestões para aperfeiçoamentos neste Portal podem ser encaminhadas para comunicacao@ufla.br.



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