Uma pesquisa publicada na última edição da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) revelou a diversidade de plantas na Amazônia, maior floresta tropical úmida do mundo. O levantamento, detalhado com base em dados taxonomicamente verificados a partir de coleções de herbários e museus, foi realizado por uma equipe de 44 cientistas de países amazônicos, da Europa e dos Estados Unidos, em que contribuiu também o pesquisador do Departamento de Ciências Florestais da UFLA, Rubens Manoel dos Santos. O trabalho foi liderado pelos pesquisadores Domingos Cardoso, da Universidade Federal da Bahia, e Tiina Särkinen, do Jardim Botânico Real de Edimburgo, Escócia.

Santos participou da revisão das listas publicadas da Amazônia, com base em suas experiências sobre a flora brasileira por meio de diversas viagens a campo para coleta e visitas a herbários. De acordo com o pesquisador, a importância do trabalho vai além do caráter de correção e catalogação da flora amazônica. “Esse trabalho vem reforçar a necessidade e valorização de uma identificação segura do objeto de estudo, fato que várias vezes é negligenciado nas publicações. Essa publicação é um grande alerta para a necessidade de maior rigor na checagem de bancos de dados”, reforça.  

Um dos diferenciais da pesquisa é justamente o de informações taxonômicas atualizadas, verificadas por centenas de especialistas do mundo todo durante a produção de catálogos de espécies de plantas nacionais, como o Flora do Brasil 2020. “Esse catálogo [Flora do Brasil 2020] só foi possível devido ao apoio que o Brasil deu aos trabalhos em biodiversidade, ampliando a formação de taxonomistas e incrementando as coleções biológicas com programas específicos, como o PROTAX, o REFLORA e o SISBIOTA, financiados por agências de fomento como o CNPq”, afirma o pesquisador Luciano Paganucci de Queiroz, da Universidade Estadual de Feira de Santana, um dos autores do artigo.

Pesquisa é base para o entendimento sobre  evolução e ecologia

O trabalho publicado na PNAS mostra o papel fundamental dos catálogos de espécies taxonomicamente verificados por especialistas para os estudos em biodiversidade. “Sem essa base científica podemos estar colocando em risco nossa biodiversidade, patrimônio único e insubstituível, simplesmente por falta de um conhecimento realmente qualificado” afirma Domingos Cardoso.

Pesquisa revelou número de espécies por país. Foto: Ricardo Azoury

Contudo, os pesquisadores enfatizam que a publicação desta lista não significa que a flora amazônica já esteja completamente conhecida, uma vez que muitas novas espécies de plantas são descobertas todos os anos, tanto no campo como em herbários e museus, e grande parte da Amazônia continua pouco conhecida ou inexplorada. De acordo com Domingos, “as diferenças entre as estimativas anteriores e os números apresentados neste novo estudo não diminuem de forma alguma a Amazônia como reconhecida pela sua magnífica diversidade de plantas; elas apenas ressaltam a enorme lacuna no conhecimento taxonômico que ainda precisamos preencher”.

A equipe reforça também a necessidade de apoio governamental contínuo à ciência brasileira, mostrando a importância dos estudos taxonômicos. “A taxonomia é responsável por estabelecer unidades biológicas, sendo base e, ao mesmo tempo, síntese de tudo que se conhece sobre biodiversidade”, ressalta o pesquisador Alessandro Rapini, da Universidade Estadual de Feira de Santana, que também participou do trabalho. Para ele, “as coleções biológicas, em museus e herbários, são testemunhos materiais desse conhecimento.”

Com informações da equipe.

Diretrizes para publicação de notícias de pesquisa no Portal da UFLA e Portal da Ciência

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A Comunicação da UFLA, por meio do projeto Núcleo de Divulgação Científica e da Coordenadoria de Divulgação Científica, assumiu o forte compromisso de compartilhar continuamente com a sociedade as pesquisas científicas produzidas na Instituição, bem como outros conteúdos de conhecimento que possam contribuir com a democratização do saber.

Sendo pequeno o número de profissionais na equipe de Comunicação da UFLA; sendo esse órgão envolvido também com todas as outras demandas de comunicação institucional, e considerando que as reportagens de pesquisa exigem um trabalho minucioso de apuração, redação e revisões, não é possível pautar todas as pesquisas em desenvolvimento na UFLA para que figurem no Portal da Ciência e no Portal UFLA. Sendo assim, a seleção de pautas seguirá critérios jornalísticos. Há também periodicidades definidas de publicação.

Todos os estudantes e professores interessados em popularizar o conhecimento e compartilhar suas pesquisas, podem apresentar sugestão e pauta à Comunicação pelo Suporte. As propostas serão analisadas com base nas seguintes premissas:

  • Deve haver tempo hábil para produção dos conteúdos: mínimo de 20 dias corridos antes da data pretendida de publicação. A possibilidade de publicações em prazo inferior a esse será avaliada pela Comunicação.

  • Algumas pautas (pesquisas) podem ser contempladas para publicação no Portal, produção de vídeo para o Youtube, produção de vídeo para Instagram e produção de spot para o quadro Rádio Ciência (veiculação na Rádio Universitária). Outras pautas, a critério das avaliações jornalísticas, poderão ter apenas parte desses produtos, ou somente reportagem no Portal. Outras podem, ainda, ser reservadas para publicação na revista de jornalismo científico Ciência em Prosa.

  • As matérias especiais de pesquisa e com conteúdos completos serão publicadas uma vez por semana.

  • É possível a publicação de notícias sobre pesquisa não só quando finalizadas. Em algumas situações, a pesquisa pode ser noticiada quando é iniciada e também durante seu desenvolvimento.

  • A ordem de publicação das diversas matérias em produção será definida pela Comunicação, considerando tempo decorrido da sugestão de pauta, vínculo do estudo com datas comemorativas e vínculo do estudo com acontecimentos factuais que exijam a publicação em determinado período.

  • O pesquisador que se dispõe a divulgar seus projetos também deve estar disponível para responder dúvidas do público que surgirem após a divulgação, assim como para atendimento à imprensa, caso haja interesse de veículos externos em repercutir a notícia.

  • Os textos são publicados, necessariamente, em linguagem jornalística e seguindo definições do Manual de Redação da Comunicação. O pesquisador deve conferir a exatidão das informações no texto final da matéria e dialogar com o jornalista caso haja necessidade de alterações, de forma a se preservar a linguagem e o formato essenciais ao entendimento do público não especializado.

Sugestões para aperfeiçoamentos neste Portal podem ser encaminhadas para comunicacao@ufla.br.



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