Animais silvestres atropelados nas rodovias brasileiras é uma imagem recorrente para quem viaja pelo país. Além da perda da biodiversidade, a falta de passagem para os bichos também coloca em risco a vida das pessoas que trafegam pelas estradas. No intuito de ajudar o governo federal a tomar medidas de prevenção ambiental,  a Expedição Urubu na Estrada - promovida pelo professor  Universidade Federal de Lavras (UFLA) Alex Bager -  começou a percorrer e monitorar a interferência das rodovias na biodiversidade brasileira em, pelo menos, 25 mil quilômetros de estradas brasileiras.

Após análise da situação das rodovias brasileiras, o projeto visitará 40 unidades de conservação, todas elas líderes no ranking de maior impacto na vida animal dentro e no entorno das reservas. A coleta de dados acontece até julho do ano que vem, quando será realizado um diagnóstico dos efeitos da infraestrutura viária na biodiversidade.

“O resultado será utilizado por anos para transformar conhecimento científico, políticas públicas e tomadas de decisão governamental. No percurso, vamos levantar quais unidades de conservação mais precisam ser protegidas no país, as leis específicas para aumentar a proteção delas e de trechos rodoviários perigosos que ainda não estão em unidades de conservação”, explicou Alex Bager, coordenador do Centro Brasileiro de Estudos de Ecologia de Estradas (CBEE/ UFLA). 

A rota da expedição começa nos parques nacionais da Serra do Cipó e das Cavernas do Peruaçu, em Minas Gerais; Brasília; Veadeiros e assim por diante. Dentre as rodovias campeãs em mortalidade de animais estão a BR 101 nas intermediações da reserva biológica da Sooretama, no Espírito Santo, e BR 471 nas proximidades da Estação Ecológica do Taim, no Rio Grande do Sul. Trechos da BR 262 no Mato Grosso do Sul e BR 163 no Mato Grosso também lideram no quesito mortalidade de animais ameaçados de extinção e participarão do levantamento. A última unidade visitada será o Parque Nacional da Canastra, famoso pela frequência de lobo-guará atropelado.“Em Minas Gerais, animais ameaçados de extinção e os que mais correm riscos são o tamanduá bandeira e o lobo-guará, sobretudo no Triângulo Mineiro e próximo a Goiás”, informou.

Alex Bager ressalta que rodovidas causam impactos diretos, como o recorrente atropelamento de fauna, e inderos, quando o animal precisa atravessar a rodovia mas não consegue. "Sem poder cruzar a rodovia, ele perde a área que tinha do outro lado porque tem medo. De todas as unidades de preservação ambiental conhecidas, basta ter rodovia para presenciar o problema", frisou. 

O percurso que a Expedição está fazendo pode ser acompanhado em tempo real no site oficial . Lá, você também encontra mapas, imagens, vídeos e publicações escritos pelo pesquisador. 

Alerta 

Além da tráfego de animais, o descuido do motorista também é um risco para quem está na estrada.  "Se o motorista respeitasse a sinalização de trânsito (referente à placa amarela com o cervo pulando) o dano seria menor. Na realidade, quase ninguém reduz a velocidade quando vê o sinal", alerta. 

Mas, segundo o coordenador do Centro Brasileiro de Estudos de Ecologia de Estradas (CBEE/ UFLA) Alex Bager, o principal problema envolvendo a biodiversidade brasileira nas rodovidas é de falta de planejamento na elaboração do traçado das estradas. "Na hora de se criar a rodovia deveria ser previamente planejamento quais são os pontos de riscos e a partir daí as autoridades competentes criarem medidasde proteção tanto para os animais quanto para o condutor. Além do mais, atropelar uma capivara de 40 quilos a 100 quilômetros por hora é como bater num paredão de pedra", ressalta. 

Danos materiais apenas com atropleamento de biodiversidade nas rodovidas chegam a R$ 5 bilhões ao ano no Brasil. 

Como tudo começou?

Em 2014, o CBEE lançou um aplicativo para identificar as áreas críticas de atropelamento de fauna selvagem em todo o Brasil, chamado de Urubu Mobile, que já conta com 25 mil usuários e reúne uma base dados fornecida por mais de 100 mil registros em todos os estados brasileiros. O mérito do Urubu Mobile é que qualquer pessoa pode abaixá-lo gratuitamente e ajudar a mapear áreas que sofrem com os efeitos da rodovia sob a biodiversidade.  

Aplicativo 

Você também quer fazer parte da maior rede de preservação da biodiversidade brasileira nas estradas? É simples. O aplicativo Urubu Mobile  funciona tanto no sistema Android quanto IOS. Basta o usuário baixá-lo, realizar cadastro com login e senha. Toda vez que encontrar um animal atropelado, é importante regristrar a ocorrência por meio do próprio aplicativo, deixar fotos armazenadas enquanto estiver na estrada e enviar para a rede assim que tiver um sinal de internet. "A pessoa envia foto para nós e elas serão identificadas por parceiros. Cada ajuda é válida porque fazemos a identificação de pontos críticos para cada espécie animal", disse. 

 

Pollyanna Dias, jornalista- bolsista Dcom/Fapemig  

Edição do Vídeo: Beto Moura - bolsista Dcom/Fapemig

Diretrizes para publicação de notícias de pesquisa no Portal da UFLA e Portal da Ciência

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A Comunicação da UFLA, por meio do projeto Núcleo de Divulgação Científica e da Coordenadoria de Divulgação Científica, assumiu o forte compromisso de compartilhar continuamente com a sociedade as pesquisas científicas produzidas na Instituição, bem como outros conteúdos de conhecimento que possam contribuir com a democratização do saber.

Sendo pequeno o número de profissionais na equipe de Comunicação da UFLA; sendo esse órgão envolvido também com todas as outras demandas de comunicação institucional, e considerando que as reportagens de pesquisa exigem um trabalho minucioso de apuração, redação e revisões, não é possível pautar todas as pesquisas em desenvolvimento na UFLA para que figurem no Portal da Ciência e no Portal UFLA. Sendo assim, a seleção de pautas seguirá critérios jornalísticos. Há também periodicidades definidas de publicação.

Todos os estudantes e professores interessados em popularizar o conhecimento e compartilhar suas pesquisas, podem apresentar sugestão e pauta à Comunicação pelo Suporte. As propostas serão analisadas com base nas seguintes premissas:

  • Deve haver tempo hábil para produção dos conteúdos: mínimo de 20 dias corridos antes da data pretendida de publicação. A possibilidade de publicações em prazo inferior a esse será avaliada pela Comunicação.

  • Algumas pautas (pesquisas) podem ser contempladas para publicação no Portal, produção de vídeo para o Youtube, produção de vídeo para Instagram e produção de spot para o quadro Rádio Ciência (veiculação na Rádio Universitária). Outras pautas, a critério das avaliações jornalísticas, poderão ter apenas parte desses produtos, ou somente reportagem no Portal. Outras podem, ainda, ser reservadas para publicação na revista de jornalismo científico Ciência em Prosa.

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  • É possível a publicação de notícias sobre pesquisa não só quando finalizadas. Em algumas situações, a pesquisa pode ser noticiada quando é iniciada e também durante seu desenvolvimento.

  • A ordem de publicação das diversas matérias em produção será definida pela Comunicação, considerando tempo decorrido da sugestão de pauta, vínculo do estudo com datas comemorativas e vínculo do estudo com acontecimentos factuais que exijam a publicação em determinado período.

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