Você já ouviu falar que a pecuária é uma das grandes responsáveis pela concentração de gases de efeito estufa na atmosfera? Um dos motivos de ter sido por muito tempo considerada vilã é o fato de os bovinos serem animais ruminantes. 

“Esses animais produzem um gás chamado metano (CH4) através de um processo de fermentação entérica, que permite que eles sejam capazes de digerir alimentos fibrosos, como capins, que têm baixo valor para os humanos, e converter em alimentos de altíssimo valor biológico para nós, como a carne e o leite”, comenta o professor Mateus Pies Gionbelli, especialista em Bovinocultura de Corte do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (DZO/UFLA).

O metano é um dos gases que causam a destruição da camada de ozônio, porém não é o dominante. “Temos o dióxido de carbono (CO2), que é o principal contribuidor para o efeito estufa. Se considerarmos o total de emissões que causam o efeito estufa, pelo menos dois terços delas são de gás carbônico, cuja origem vem de processos industriais e da produção de energia, principalmente da queima de combustíveis fósseis. Se somarmos ainda a quantidade de gás carbônico produzida com o mau uso da terra e das florestas, esse valor é ainda mais surpreendente”, enfatiza Mateus.

Com um rebanho de mais de 218 milhões de cabeças, de acordo com o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem buscado alternativas para conciliar a prática da pecuária com o meio ambiente e, ainda assim, gerar boa produtividade “Há recentes artigos científicos, publicados em revistas de alto impacto como a Nature Climate Change, que mostram que a produção de bovinos em sistemas intensivos, elaborados com muito critério e adoção de tecnologias, é capaz de ter um saldo positivo sobre o meio ambiente, mitigando gases de efeito estufa. Sistemas sustentáveis que não são difíceis de serem mantidos”, explica o especialista.

Como modelo dessas tecnologias, há, por exemplo, a utilização de pastos consorciados de gramíneas e leguminosas, a integração entre lavoura e pecuária e entre pecuária e florestas. Para o professor, o importante é que além de alinhar até três sistemas de produção, a diversificação proporciona maior lucratividade; além disso, o uso intensivo bem manejado dessas pastagens pode melhorar bastante o balanço entre captação e emissão de gases de efeito estufa. O resultado final ainda diminui a área de pastagens e preserva o meio ambiente. “Quanto mais tecnologia é aplicada no sistema de produção, menor fica o custo ambiental por quilograma de produto produzido e mais sustentável é o sistema”.

Modelos de produção integrada e outras alternativas para a pecuária muitas vezes são gerados dentro do ambiente acadêmico. “As universidades brasileiras têm fornecido muita tecnologia que permite a produção intensiva em pastagens, em confinamento, e a produção sustentável de carne bovina”. Para orientar os produtores, professores e estudantes da UFLA realizam de 28 a 30 de maio, a II Conferência Internacional sobre Forragens (Confor), que abordará temas como o papel da forragem e dos grãos na produção de leite; o papel da semente e da fertilidade do solo na produção de forragens com um dia de campo e o papel da forragem e dos grãos na produção de carne. Detalhes e inscrições para o evento pelo site do 2º Confor.

Reportagem:  Karina Mascarenhas, jornalista – bolsista Fapemig/Dcom
Edição do vídeo: Mayara Toyama, bolsista Fapemig/Dcom

Diretrizes para publicação de notícias de pesquisa no Portal da UFLA e Portal da Ciência

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A Comunicação da UFLA, por meio do projeto Núcleo de Divulgação Científica e da Coordenadoria de Divulgação Científica, assumiu o forte compromisso de compartilhar continuamente com a sociedade as pesquisas científicas produzidas na Instituição, bem como outros conteúdos de conhecimento que possam contribuir com a democratização do saber.

Sendo pequeno o número de profissionais na equipe de Comunicação da UFLA; sendo esse órgão envolvido também com todas as outras demandas de comunicação institucional, e considerando que as reportagens de pesquisa exigem um trabalho minucioso de apuração, redação e revisões, não é possível pautar todas as pesquisas em desenvolvimento na UFLA para que figurem no Portal da Ciência e no Portal UFLA. Sendo assim, a seleção de pautas seguirá critérios jornalísticos. Há também periodicidades definidas de publicação.

Todos os estudantes e professores interessados em popularizar o conhecimento e compartilhar suas pesquisas, podem apresentar sugestão e pauta à Comunicação pelo Suporte. As propostas serão analisadas com base nas seguintes premissas:

  • Deve haver tempo hábil para produção dos conteúdos: mínimo de 20 dias corridos antes da data pretendida de publicação. A possibilidade de publicações em prazo inferior a esse será avaliada pela Comunicação.

  • Algumas pautas (pesquisas) podem ser contempladas para publicação no Portal, produção de vídeo para o Youtube, produção de vídeo para Instagram e produção de spot para o quadro Rádio Ciência (veiculação na Rádio Universitária). Outras pautas, a critério das avaliações jornalísticas, poderão ter apenas parte desses produtos, ou somente reportagem no Portal. Outras podem, ainda, ser reservadas para publicação na revista de jornalismo científico Ciência em Prosa.

  • As matérias especiais de pesquisa e com conteúdos completos serão publicadas uma vez por semana.

  • É possível a publicação de notícias sobre pesquisa não só quando finalizadas. Em algumas situações, a pesquisa pode ser noticiada quando é iniciada e também durante seu desenvolvimento.

  • A ordem de publicação das diversas matérias em produção será definida pela Comunicação, considerando tempo decorrido da sugestão de pauta, vínculo do estudo com datas comemorativas e vínculo do estudo com acontecimentos factuais que exijam a publicação em determinado período.

  • O pesquisador que se dispõe a divulgar seus projetos também deve estar disponível para responder dúvidas do público que surgirem após a divulgação, assim como para atendimento à imprensa, caso haja interesse de veículos externos em repercutir a notícia.

  • Os textos são publicados, necessariamente, em linguagem jornalística e seguindo definições do Manual de Redação da Comunicação. O pesquisador deve conferir a exatidão das informações no texto final da matéria e dialogar com o jornalista caso haja necessidade de alterações, de forma a se preservar a linguagem e o formato essenciais ao entendimento do público não especializado.

Sugestões para aperfeiçoamentos neste Portal podem ser encaminhadas para comunicacao@ufla.br.



Plataforma de busca disponibilizada pela PRP para localizar grupos de pesquisa, pesquisadores, projetos e linhas de pesquisa da UFLA