Na primeira fase da Expedição Urubu, o professor Alex Bager, coordenador do Centro Brasileiro de Estudos de Ecologia de Estradas (CBEE/UFLA), aponta que mais de 70% das ocorrências de atropelamento são da espécie cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), também conhecido como raposinha ou graxaim-do-mato. Os dados serão utilizados para avaliar se essa mortalidade pode levar a espécie à extinção no futuro. Além disso, entre as espécies já ameaçadas de extinção que foram encontradas, destaca-se o cachorro-vinagre, tamanduá-bandeira e o gato-do-mato.

A Expedição, que já completou mais de 17 mil quilômetros rodados em mais de 30 unidades de conservação, também conseguiu verificar que os maiores impactos estão nas regiões do interior, sendo que inicialmente os pesquisadores pensavam que seriam nas regiões costeiras, de maior intensidade, tipo a rodovia BR-381. Os lugares que existem estratégias para diminuir o impacto de atropelamento também foram avaliados, como por exemplo, passagens aéreas (escada de cordas ou grandes estruturas metálicas) que são usadas por espécies arborícolas, como macacos, favorecendo assim a circulação desses animais em áreas vegetadas.

O professor Bager destaca também o envolvimento da população em cursos realizados nos lugares em que a Expedição esteve presente, e palestras em universidades, organizações, associações e concessionárias de rodovias. A atenção não é apenas para o público acadêmico ou de organizações, mas também para a população em geral, a fim de alertar sobre os impactos da estrada e o processo de conservação. “Já demos palestras para mais de 600 pessoas, durante esses seis primeiros meses de expedição, e ministramos mais de 30 cursos e palestras, envolvendo a comunidade e aumentando inclusive o número de pessoas utilizando o Sistema Urubu”, explica.

Dentre as áreas de conservação visitadas, estão a Serra do Cipó/MG, Cavernas do Peruaçu/MG, Parque Nacional de Brasília, Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, Flona de Carajás/PA, Chapada das Mesas, APA Chapada do Araripe. A Expedição foi dividida em dois roteiros, norte e sul, a primeira fase terminou no início de março e a segunda fase que iniciou no sul do Brasil, divisa do Rio Grande do Sul, retornará ao norte do Mato Grosso e terminará em Minas Gerais. A expectativa é de mais 20 mil quilômetros para rodar durante esses próximos quatro meses, visitando assim outras 30 unidades de conservação tanto federais quanto estaduais.

Sistema Urubu

O professor Alex Bager ressalta a importância da população no envio de notificações a respeito dos casos de atropelamentos de animais por meio do Aplicativo Urubu Mobile – rede social de conservação da biodiversidade brasileira, que atualmente conta com mais de 25 mil usuários e um banco de dados de aproximadamente 100 mil registros de fauna atropelada.

O aplicativo Urubu Mobile funciona tanto no sistema Android quanto IOS. Basta o usuário baixá-lo, realizar cadastro com login e senha. Toda vez que encontrar um animal atropelado é importante registrar a ocorrência por meio do próprio aplicativo, deixar fotos armazenadas enquanto estiver na estrada e enviar para a rede assim que tiver um sinal de internet.

 “Por meio dos resultados vamos trabalhar com políticas públicas e publicaremos um livro, que será um extenso diagnóstico, com todas essas informações das unidades de conservação. A nossa expectativa é que sejam mais de 100 unidades de conservação avaliadas, tanto as unidades visitadas pessoalmente quanto outras, além da produção de artigos científicos”, esclarece Bager.   

O início

O Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE) é uma proposta interdisciplinar, interinstitucional e sem fins lucrativos, com o objetivo de desenvolver atividades de pesquisa, capacitação de recursos humanos e repasse de tecnologia em temas relacionados à Ecologia de Estradas.

O CBEE tem sua sede na UFLA, junto ao Departamento de Biologia, e foi criado em 24 de fevereiro de 2012. Atualmente, suas ações são voltadas a quatro linhas: Pesquisa, Capacitação, Desenvolvimento e Transferência de Tecnologia e Políticas Públicas relacionadas a biodiversidade e empreendimentos lineares.

Em 2014, o CBEE lançou um aplicativo para mapear as áreas críticas de atropelamento em todo o Brasil, o Urubu Mobile, em que qualquer pessoa pode baixá-lo e ajudar o Centro no mapeamento, reduzindo custos e otimizando resultados.

Um dos resultados mais preocupantes dos dados do Sistema Urubu é a constatação de que a maioria das Unidades de Conservação (UCs) brasileiras tem grande número de atropelamentos dentro da sua área ou no seu entorno. Se considerar apenas os dados de atropelamentos dentro das UCs, o Sistema Urubu já registrou mortes em mais de 150 unidades. Pensando nisso, o professor Alex Bager decidiu realizar seu pós-doutorado avaliando de perto essa realidade, assim surgiu a Expedição Urubu na Estrada que iniciou em agosto de 2018 e terminará em julho de 2019.

Mais informações:

Site da Expedição - www.urubunaestrada.com.br

Site do Sistema Urubu - http://sistemaurubu.com.br/

Facebook Sistema Urubu - https://www.facebook.com/sistema.urubu/

Email de contato - urubu.na.estrada@ecoestradas.org

Documentário - http://bit.ly/2FQ5Mk8

                         http://bit.ly/2YGJ19n                                                                                                                                                                                                                                                                                                             

Reportagem: Greicielle dos Santos - bolsista Dcom/Fapemig

Edição do vídeo: Rafael de Paiva  - estagiário  Dcom/UFLA 

Diretrizes para publicação de notícias de pesquisa no Portal da UFLA e Portal da Ciência

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A Comunicação da UFLA, por meio do projeto Núcleo de Divulgação Científica e da Coordenadoria de Divulgação Científica, assumiu o forte compromisso de compartilhar continuamente com a sociedade as pesquisas científicas produzidas na Instituição, bem como outros conteúdos de conhecimento que possam contribuir com a democratização do saber.

Sendo pequeno o número de profissionais na equipe de Comunicação da UFLA; sendo esse órgão envolvido também com todas as outras demandas de comunicação institucional, e considerando que as reportagens de pesquisa exigem um trabalho minucioso de apuração, redação e revisões, não é possível pautar todas as pesquisas em desenvolvimento na UFLA para que figurem no Portal da Ciência e no Portal UFLA. Sendo assim, a seleção de pautas seguirá critérios jornalísticos. Há também periodicidades definidas de publicação.

Todos os estudantes e professores interessados em popularizar o conhecimento e compartilhar suas pesquisas, podem apresentar sugestão e pauta à Comunicação pelo Suporte. As propostas serão analisadas com base nas seguintes premissas:

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  • Algumas pautas (pesquisas) podem ser contempladas para publicação no Portal, produção de vídeo para o Youtube, produção de vídeo para Instagram e produção de spot para o quadro Rádio Ciência (veiculação na Rádio Universitária). Outras pautas, a critério das avaliações jornalísticas, poderão ter apenas parte desses produtos, ou somente reportagem no Portal. Outras podem, ainda, ser reservadas para publicação na revista de jornalismo científico Ciência em Prosa.

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