Substâncias naturais foram testadas como forma de diminuir o uso de hormônios sintéticos e os resultados foram surpreendentes.

A menopausa é um período inevitável na vida das mulheres, no qual há uma redução da produção hormonal, o que leva a uma série de consequências para o organismo. Com o objetivo de proporcionar melhor qualidade de vida durante essa fase, pesquisadores do Departamento de Ciências da Saúde (DSA) da UFLA estudaram os efeitos das folhas de amoreira e da linhaça como forma de amenizar os sintomas promovidos pela redução hormonal.

O estudo faz parte da dissertação de mestrado da nutricionista Jéssica Petrine Castro Pereira, sob orientação do professor Bruno Del Bianco Borges. Conforme disse o professor, a menopausa ocorre devido à falência dos ovários, que diminuem a concentração de diversos hormônios, dentre eles o estrógeno e a progesterona. Essa redução hormonal pode levar a problemas cardiovasculares, perda óssea (osteoporose), aumento do ganho de peso, alterações neurológicas, entre outros sintomas. “O estrógeno possui vários efeitos benéficos para o organismo da mulher: ele protege os ossos, o coração e os neurônios; além disso diminui a vontade de ingestão de alimentos, proporcionando menor ganho de peso.”

Atualmente, uma das alternativas da medicina para aliviar os sintomas da menopausa é o uso de hormônios sintéticos. Por isso, os pesquisadores buscaram alternativas naturais que já são popularmente conhecidas como grandes aliados das mulheres. “A linhaça e a folha de amoreira são citadas na literatura, pois contêm grandes quantidades de fitoestrógenos, que são moléculas que possuem o efeito do hormônio estrógeno no organismo e ajudam a aliviar os sintomas da menopausa”, explica Bruno.menopausa 3

Para o estudo, que teve início em 2017, os cientistas retiraram os ovários de ratas para diminuir a concentração de estrógeno no organismo. A partir de então, os animais foram separados em grupos e receberam diariamente, durante dois meses, diferentes suplementações: um grupo só com a linhaça, outro só com a folha de amoreira, um com as duas substâncias, outro com o hormônio estrógeno sintético e ainda um grupo que foi tratado só com salina - um efeito placebo. “Toda semana as ratas foram pesadas e, ao final do experimento, amostras de sangue e de tecido foram coletadas para a realização de diversos exames, como colesterol total, triglicerídeos, análise de toxicidade, entre outros”, diz Jéssica.

Os pesquisadores descobriram então que os animais tratados com linhaça e folhas de amoreira tiveram resultados bem parecidos, apresentando reduções no ganho de peso, colesterol total, colesterol ruim (LDL) e também de triglicerídeos. Além disso, de acordo com os cientistas, esses animais alimentados com linhaça e/ou folha de amoreira tiveram menor perda óssea, se comparados ao grupo do placebo. Os resultados são bem parecidos com o grupo tratado com estrógeno sintético. “Com isso, podemos demonstrar que a suplementação de linhaça e/ou folha de amoreira tiveram um resultado benéfico para a saúde desses animais, demonstrando, assim, que essas substâncias podem ser um adicional à melhora desses sintomas causados pela falta dos estrogênios. A pesquisa continua em andamento para investigarmos melhor esses mecanismos de ação e, futuramente, testes clínicos em mulheres na menopausa poderão ser realizados para entender melhor os benefícios dessa suplementação no organismo feminino”, conclui o professor Bruno.

Reportagem: Karina Mascarenhas, jornalista - bolsista Dcom/Fapemig

Imagens: Eder Spuri - bolsista Dcom/Fapemig

Edição do Vídeo: Rafael de Paiva  - estagiário  Dcom/UFLA 

Diretrizes para publicação de notícias de pesquisa no Portal da UFLA e Portal da Ciência

Mais>>

A Comunicação da UFLA, por meio do projeto Núcleo de Divulgação Científica e da Coordenadoria de Divulgação Científica, assumiu o forte compromisso de compartilhar continuamente com a sociedade as pesquisas científicas produzidas na Instituição, bem como outros conteúdos de conhecimento que possam contribuir com a democratização do saber.

Sendo pequeno o número de profissionais na equipe de Comunicação da UFLA; sendo esse órgão envolvido também com todas as outras demandas de comunicação institucional, e considerando que as reportagens de pesquisa exigem um trabalho minucioso de apuração, redação e revisões, não é possível pautar todas as pesquisas em desenvolvimento na UFLA para que figurem no Portal da Ciência e no Portal UFLA. Sendo assim, a seleção de pautas seguirá critérios jornalísticos. Há também periodicidades definidas de publicação.

Todos os estudantes e professores interessados em popularizar o conhecimento e compartilhar suas pesquisas, podem apresentar sugestão e pauta à Comunicação pelo Suporte. As propostas serão analisadas com base nas seguintes premissas:

  • Deve haver tempo hábil para produção dos conteúdos: mínimo de 20 dias corridos antes da data pretendida de publicação. A possibilidade de publicações em prazo inferior a esse será avaliada pela Comunicação.

  • Algumas pautas (pesquisas) podem ser contempladas para publicação no Portal, produção de vídeo para o Youtube, produção de vídeo para Instagram e produção de spot para o quadro Rádio Ciência (veiculação na Rádio Universitária). Outras pautas, a critério das avaliações jornalísticas, poderão ter apenas parte desses produtos, ou somente reportagem no Portal. Outras podem, ainda, ser reservadas para publicação na revista de jornalismo científico Ciência em Prosa.

  • As matérias especiais de pesquisa e com conteúdos completos serão publicadas uma vez por semana.

  • É possível a publicação de notícias sobre pesquisa não só quando finalizadas. Em algumas situações, a pesquisa pode ser noticiada quando é iniciada e também durante seu desenvolvimento.

  • A ordem de publicação das diversas matérias em produção será definida pela Comunicação, considerando tempo decorrido da sugestão de pauta, vínculo do estudo com datas comemorativas e vínculo do estudo com acontecimentos factuais que exijam a publicação em determinado período.

  • O pesquisador que se dispõe a divulgar seus projetos também deve estar disponível para responder dúvidas do público que surgirem após a divulgação, assim como para atendimento à imprensa, caso haja interesse de veículos externos em repercutir a notícia.

  • Os textos são publicados, necessariamente, em linguagem jornalística e seguindo definições do Manual de Redação da Comunicação. O pesquisador deve conferir a exatidão das informações no texto final da matéria e dialogar com o jornalista caso haja necessidade de alterações, de forma a se preservar a linguagem e o formato essenciais ao entendimento do público não especializado.

Sugestões para aperfeiçoamentos neste Portal podem ser encaminhadas para comunicacao@ufla.br.



Plataforma de busca disponibilizada pela PRP para localizar grupos de pesquisa, pesquisadores, projetos e linhas de pesquisa da UFLA