O mês de janeiro tem sido chuvoso em muitas cidades brasileiras. Em Lavras, a situação não é diferente: o volume de chuva registrado até dia 29 deste mês pela Estação Climatológica Principal de Lavras (Convênio UFLA/INMET) foi de 266 milímetros (mm), já ultrapassando, e muito, o total acumulado no mesmo período de 2019, que foi de 146 mm. Entretanto, o número ainda é inferior à média climatológica para janeiro, dentro da linha temporal de 1981 a 2010, em Lavras e região, que é de 273 mm. 

A quantidade de chuvas é medida em milímetros, ou seja, cada milímetro corresponde a um litro por metro quadrado de área. Quem explica é o professor de Agrometeorologia e Climatologia do Departamento de Engenharia Agrícola da UFLA (DAG) Luiz Gonsaga de Carvalho. De acordo com o especialista, apesar de serem significativas, as chuvas em Lavras ainda estão dentro do previsto para a época. “Sabe-se que o período chuvoso na região vai de outubro a março, que representa cerca de 83% do total anual, sendo que os meses de dezembro e janeiro são os mais chuvosos, confirmando o que se tem observado pelos registros da Estação Climatológica; porém, ainda estamos dentro da normalidade para a região, considerando a grande variabilidade temporal e espacial das chuvas. Eventualmente podem ocorrer chuvas intensas excedendo, ou não, o total normal. É o que ocorreu neste mês em certas regiões de Minas Gerais, trazendo todas as consequências que têm sido noticiadas”.

Chuvas e produção agropecuária

A Agrometeorologia é o ramo da meteorologia que estuda a interação dos fenômenos meteorológicos na produção agropecuária. “As plantas respondem a questões meteorológicas; então nos preocupamos com o estudo da meteorologia de superfície. Com essas observações, podemos inferir o crescimento e o desenvolvimento das plantas, avaliar a proliferação de insetos, pragas, doenças e até determinar o consumo de água das plantas”, diz o professor.

Para as culturas agrícolas, o excesso de chuvas pode ser prejudicial, isso porque o encharcamento do solo pode prejudicar o crescimento e desenvolvimento, desde o plantio até a colheita. “A planta não consegue absorver a água excedente no solo. Ocorre também o que chamamos de lixiviação de nutrientes, uma espécie de lavagem do solo, que traz problemas de deficiência nutricional na planta. Caso o excesso de chuvas ocorra no período de colheita de culturas como as de grãos, o produtor poderá ter problemas no manejo da colheita, como perdas de produtividade, até mesmo por brotamento de grãos. Sem contar o aumento de doenças nesta época, como a ferrugem no cafeeiro. Por isso, cabe ao serviço da agrometeorologia monitorar essas condições meteorológicas para orientar o produtor quanto ao manejo para a melhor forma de conduzir sua lavoura”, explica Luiz Gonsaga.

Estação Climatológica de Lavras

A Estação Climatológica Principal de Lavras “ Coronel Roberto Venerando Pereira” foi instalada no início do funcionamento da Escola Agrícola de Lavras (EAL). Sua localização no câmpus representa um ponto que condiz com as condições meteorológicas locais, com vegetação rasteira e com o mínimo de interferências ao redor.

No local são feitas medições de temperaturas máximas, mínimas, de umidade do ar e de chuva. Os dados são coletados três vezes ao dia e enviados para o Distrito de Meteorologia (Disme) de Belo Horizonte, que posteriormente transmite à sede do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, situado em Brasília.

Para o professor, o fato de a UFLA sediar uma estação climatológica contribui para o ensino, pesquisa e extensão na instituição. “Os dados aqui coletados são um conjunto de variáveis meteorológicas que ajudam o produtor na tomada de decisões nas atividades agrícolas. Podemos, por exemplo, estimar o quantitativo de água que a planta consome no campo e, assim, usar essa informação para promover a irrigação, caso seja necessário, e isso tem um impacto direto no aumento de produtividade, subsidiando a crescente demanda alimentar pela sociedade”.

 

Reportagem: Karina Mascarenhas, jornalista - bolsista Dcom/Fapemig

Imagens:  Maik Ferreira  - estagiário Dcom/UFLA

Edição do Vídeo: Rafael de Paiva - estagiário Dcom/UFLA

Diretrizes para publicação de notícias de pesquisa no Portal da UFLA e Portal da Ciência

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A Comunicação da UFLA, por meio do projeto Núcleo de Divulgação Científica e da Coordenadoria de Divulgação Científica, assumiu o forte compromisso de compartilhar continuamente com a sociedade as pesquisas científicas produzidas na Instituição, bem como outros conteúdos de conhecimento que possam contribuir com a democratização do saber.

Sendo pequeno o número de profissionais na equipe de Comunicação da UFLA; sendo esse órgão envolvido também com todas as outras demandas de comunicação institucional, e considerando que as reportagens de pesquisa exigem um trabalho minucioso de apuração, redação e revisões, não é possível pautar todas as pesquisas em desenvolvimento na UFLA para que figurem no Portal da Ciência e no Portal UFLA. Sendo assim, a seleção de pautas seguirá critérios jornalísticos. Há também periodicidades definidas de publicação.

Todos os estudantes e professores interessados em popularizar o conhecimento e compartilhar suas pesquisas, podem apresentar sugestão e pauta à Comunicação pelo Suporte. As propostas serão analisadas com base nas seguintes premissas:

  • Deve haver tempo hábil para produção dos conteúdos: mínimo de 20 dias corridos antes da data pretendida de publicação. A possibilidade de publicações em prazo inferior a esse será avaliada pela Comunicação.

  • Algumas pautas (pesquisas) podem ser contempladas para publicação no Portal, produção de vídeo para o Youtube, produção de vídeo para Instagram e produção de spot para o quadro Rádio Ciência (veiculação na Rádio Universitária). Outras pautas, a critério das avaliações jornalísticas, poderão ter apenas parte desses produtos, ou somente reportagem no Portal. Outras podem, ainda, ser reservadas para publicação na revista de jornalismo científico Ciência em Prosa.

  • As matérias especiais de pesquisa e com conteúdos completos serão publicadas uma vez por semana.

  • É possível a publicação de notícias sobre pesquisa não só quando finalizadas. Em algumas situações, a pesquisa pode ser noticiada quando é iniciada e também durante seu desenvolvimento.

  • A ordem de publicação das diversas matérias em produção será definida pela Comunicação, considerando tempo decorrido da sugestão de pauta, vínculo do estudo com datas comemorativas e vínculo do estudo com acontecimentos factuais que exijam a publicação em determinado período.

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