Simples e de baixo custo, sistema pode ser replicado em outros laboratórios, visando à economia de água

Um dos projetos desenvolvidos pela UFLA é o Modelo Fitogeográfico da Bacia do Rio Grande, que auxiliará programas de revitalização em áreas de preservação permanente na Bacia. O projeto realiza o inventário florestal; mapeamento da diversidade florística; mapeamento do uso do solo; estudo da diversidade genética de espécies arbóreas, monitoramento hídrico e análise de carbono.

Essa última análise diz respeito à mensuração da quantidade de carbono armazenada no solo e nas plantas. Para que as amostras de raízes, galhos e serrapilheira (camada orgânica que recobre o solo) sejam enviadas ao laboratório, é necessária a sua limpeza, para retirada de todo o solo. Essa etapa é feita no Laboratório de Estudos e Projetos em Manejo Florestal (Lemaf) e consumia cerca de 4 mil litros de água por dia. Mas a preocupação em usar racionalmente os recursos hídricos levou a coordenação do projeto e engenheiros florestais do Lemaf a desenvolverem um processo de reuso da água – que vai, aliás, ao encontro dos objetivos do projeto.

Como funciona o sistema

Cortina d’água e caixa de coleta, caixa de passagem e caixa de mil litros

A água é distribuída, por gravidade, de uma caixa d’água de 500 litros a um sistema de limpeza, composto por cortinas d’água projetadas em caixas de coleta. Assim, a água usada segue para uma caixa de passagem e, posteriormente, para um reservatório com capacidade de armazenar 1.000 litros d’água. Nesse estágio, a água passa por um processo de decantação, sendo bombeada novamente para a caixa de 500 litros em um nível superior ao das caixas de limpeza.

O sistema funciona com cerca de 1.200 litros de água, que são utilizados por até três semanas. Isso significa uma economia mensal de mais de 80 mil litros de água. “Essa quantia é passível de abastecer dez casas, com três moradores, durante um mês [1]”, ressalta o técnico administrativo Thiago Magalhães. Para este cálculo, foi considerado o consumo médio mensal por pessoa de 5,4m³, divulgado pelo Procon/SP.

“Por mês, a economia gerada é de quase R$ 600,00 [2]. Considerando os gastos que tivemos com os materiais (caixas d’água, tubulações, bomba e outros), o sistema ‘se pagou’ em dois meses e meio”, analisa um dos desenvolvedores, o técnico administrativo Kalill Páscoa. O sistema já é utilizado há quase 4 meses.

“A ideia é simples e barata, sendo o reuso uma alternativa viável e racional ao consumo desse recurso. Trata-se de uma medida que respeita o ambiente”, considera o professor Lucas Rezende Gomide (DCF), integrante do projeto.

Esquema de funcionamento do sistema

Sobre o projeto

O Modelo Fitogeográfico da Bacia do Rio Grande vem sendo realizado desde 2013, em parceria entre a UFLA e a Cemig. Será concluído em 2016 e, como produto, fornecerá informações para produtores rurais interessados na recomposição de áreas ciliares: uma série de recomendações sobre quais as espécies mais adequadas e boas práticas de manejo para uso e conservação do solo e da água, para cada um dos ambientes monitorados.

O Modelo Fitogeográfico tem a coordenação do professor José Roberto Soares Scolforo e a participação de 15 pesquisadores dos Departamentos de Ciências Florestais (DCF) e de Engenharia (DEG). Esse projeto é interessante para a construção de um planejamento estratégico de revitalização da Bacia do Rio Grande, a manutenção dos recursos hídricos e, consequentemente, conservação dos equipamentos das usinas hidrelétricas.

Bacia do Rio Grande

A Bacia do Rio Grande apresenta uma área de 8.605.029 hectares, ocupando aproximadamente 15% da área total do Estado de Minas Gerais. Doze usinas hidrelétricas estão no curso do Rio Grande, incluindo as de Furnas, Funil e Camargos. A Bacia possui expressiva cobertura vegetal nativa e é responsável pela geração de quase 70% de toda a energia gerada em Minas Gerais.

 
[1]  Considerando um consumo médio de 5,4 m3/pessoa (fonte: Procon-SP).
[2] Foi considerado para o cálculo um valor de R$ 7,429/m3, o que refere a tarifa praticada pela Copasa para Instituições Públicas com intervalo de consumo de >40 – 100 m3 (fonte: Copasa-MG).

Diretrizes para publicação de notícias de pesquisa no Portal da UFLA e Portal da Ciência

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A Comunicação da UFLA, por meio do projeto Núcleo de Divulgação Científica e da Coordenadoria de Divulgação Científica, assumiu o forte compromisso de compartilhar continuamente com a sociedade as pesquisas científicas produzidas na Instituição, bem como outros conteúdos de conhecimento que possam contribuir com a democratização do saber.

Sendo pequeno o número de profissionais na equipe de Comunicação da UFLA; sendo esse órgão envolvido também com todas as outras demandas de comunicação institucional, e considerando que as reportagens de pesquisa exigem um trabalho minucioso de apuração, redação e revisões, não é possível pautar todas as pesquisas em desenvolvimento na UFLA para que figurem no Portal da Ciência e no Portal UFLA. Sendo assim, a seleção de pautas seguirá critérios jornalísticos. Há também periodicidades definidas de publicação.

Todos os estudantes e professores interessados em popularizar o conhecimento e compartilhar suas pesquisas, podem apresentar sugestão e pauta à Comunicação pelo Suporte. As propostas serão analisadas com base nas seguintes premissas:

  • Deve haver tempo hábil para produção dos conteúdos: mínimo de 20 dias corridos antes da data pretendida de publicação. A possibilidade de publicações em prazo inferior a esse será avaliada pela Comunicação.

  • Algumas pautas (pesquisas) podem ser contempladas para publicação no Portal, produção de vídeo para o Youtube, produção de vídeo para Instagram e produção de spot para o quadro Rádio Ciência (veiculação na Rádio Universitária). Outras pautas, a critério das avaliações jornalísticas, poderão ter apenas parte desses produtos, ou somente reportagem no Portal. Outras podem, ainda, ser reservadas para publicação na revista de jornalismo científico Ciência em Prosa.

  • As matérias especiais de pesquisa e com conteúdos completos serão publicadas uma vez por semana.

  • É possível a publicação de notícias sobre pesquisa não só quando finalizadas. Em algumas situações, a pesquisa pode ser noticiada quando é iniciada e também durante seu desenvolvimento.

  • A ordem de publicação das diversas matérias em produção será definida pela Comunicação, considerando tempo decorrido da sugestão de pauta, vínculo do estudo com datas comemorativas e vínculo do estudo com acontecimentos factuais que exijam a publicação em determinado período.

  • O pesquisador que se dispõe a divulgar seus projetos também deve estar disponível para responder dúvidas do público que surgirem após a divulgação, assim como para atendimento à imprensa, caso haja interesse de veículos externos em repercutir a notícia.

  • Os textos são publicados, necessariamente, em linguagem jornalística e seguindo definições do Manual de Redação da Comunicação. O pesquisador deve conferir a exatidão das informações no texto final da matéria e dialogar com o jornalista caso haja necessidade de alterações, de forma a se preservar a linguagem e o formato essenciais ao entendimento do público não especializado.

Sugestões para aperfeiçoamentos neste Portal podem ser encaminhadas para comunicacao@ufla.br.



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