Matéria elaborada pela Assessoria de Comunicação da Fapemig, publicada no site da Fundação e também na Agência Minas, tem chamado a atenção dos leitores para uma pesquisa desenvolvida na Universidade Federal de Lavras (UFLA).

Confira a matéria na íntegra. 

A hipertensão arterial é a doença cardiovascular mais frequente, de acordo com o Ministério da Saúde, e tornou-se um problema de saúde pública no Brasil. Diante disso, um medicamento que tem potencial para ser um novo tratamento contra cálculos renais e hipertensão arterial tem sido desenvolvido pelo pesquisador Luiz Fernando Trevisan, com orientação do professor Raimundo Vicente de Sousa, no Programa de Plantas Medicinais Aromáticas e Condimentares da UFLA.

Com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), o projeto tem o objetivo de gerar um medicamento fitoterápico a partir de uma espécie de cravínea, conhecida popularmente como cravo de defunto, que tem potencial para prevenir, tratar e controlar a hipertensão arterial e a formação de cálculos renais. O coordenador da pesquisa recomenda à população não fazer uso de chá ou consumir parte dessas plantas, já que várias espécies de cravo e cravínea são tóxicas. Após dez anos de estudo, a pesquisa mostra que o fitoterápico obtido do extrato dessa planta é uma alternativa segura e acessível tanto no controle da hipertensão arterial, como no tratamento de pedra nos rins, através do efeito vasodilatador direto.

Cerca de 12% da população brasileira têm pedras nos rins e ainda não existe um tratamento eficaz. Além disso, os métodos atuais são muito dolorosos para o paciente, segundo Luiz Fernando Trevisan: “Os tratamentos pelos métodos convencionais, atualmente, são pouco eficazes ou extremamente invasivos, colocando em risco a integridade física dos pacientes. Essa nova tecnologia, para uso oral, pode representar um maior conforto para os pacientes, sendo uma solução definitiva para os seus problemas”, diz.

Atuando diretamente nas células do ureter e uretra, que são os ductos pelos quais expelimos a urina, o medicamento provoca a dilatação das fibras musculares aumentando o seu diâmetro, permitindo que os cálculos sejam expelidos com grande facilidade. Até o momento, já foram realizados testes toxicológicos que descartaram qualquer efeito tóxico ou adverso do medicamento. Também foram feitos testes de eficácia, o que demonstrou atividade vasodilatadora mais potente que a associação de fármacos de eleição para reversão de crise hipertensiva.

O projeto faz parte do Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS) que tem a proposta de descentralizar o fomento à pesquisa em saúde entre os diferentes estados do país, contribuindo para o atendimento a especificidades regionais e para a redução das desigualdades. “O desenvolvimento de um medicamento com tecnologia nacional, seguro, de baixo custo, que possa ser utilizado no SUS em pacientes acometidos por hipertensão arterial e urolitíase é por si só o maior benefício trazido à sociedade por esta proposta”, explica o pesquisador.

BENEFÍCIOS

A prospecção do extrato visa não apenas a beneficiar a população trazendo uma alternativa eficaz e economicamente viável para aplicação no Sistema Único de Saúde em todo território nacional, mas também gerar recursos econômicos através da criação de um novo segmento de mercado. Luiz Fernando Trevisan destaca o ganho econômico que o Brasil pode ter com este novo protótipo: “A introdução no mercado deste primeiro fármaco vai gerar possíveis royalties da indústria farmacêutica que serão investidos em pesquisa dentro das universidades públicas que estão envolvidas na pesquisa”. Além disso, o pesquisador acrescenta que será criado um nicho de mercado que envolve desde o cultivo da planta, o preparo do material vegetal, manipulação, produção, industrialização, venda, publicidade, distribuição e transporte.

ENTENDA O PROCESSO

A bioprospecção – pesquisa e exploração da biodiversidade – de um novo medicamento fitoterápico passa por diversas fases. Nesse projeto foram realizados estudos que definiram qual seria a planta a ser estudada e suas possíveis aplicações. A partir disso, foram realizados estudos preliminares em animais com cálculos renais e hipertensão para confirmar a sua aplicabilidade e viabilidade. Foram estabelecidas as condições de cultivo da planta em ambiente controlado, pois para produção de fitoterápico não pode haver a utilização de agrotóxicos. Depois foram realizados estudos para verificar a melhor e mais rentável forma de extração das substâncias farmacologicamente ativas. De acordo com os pesquisadores, estudos toxicológicos em duas espécies já foram feitos, faltando apenas mais uma espécie, conforme exige legislação para produção do medicamento. Depois disso, foram realizados testes de eficácia em modelos de animais, o que além de comprovar a eficácia do medicamento indicou a dose a ser utilizada.

Veja a matéria no site da Fapemig 

Fonte: Fapemig

Diretrizes para publicação de notícias de pesquisa no Portal da UFLA e Portal da Ciência

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A Comunicação da UFLA, por meio do projeto Núcleo de Divulgação Científica e da Coordenadoria de Divulgação Científica, assumiu o forte compromisso de compartilhar continuamente com a sociedade as pesquisas científicas produzidas na Instituição, bem como outros conteúdos de conhecimento que possam contribuir com a democratização do saber.

Sendo pequeno o número de profissionais na equipe de Comunicação da UFLA; sendo esse órgão envolvido também com todas as outras demandas de comunicação institucional, e considerando que as reportagens de pesquisa exigem um trabalho minucioso de apuração, redação e revisões, não é possível pautar todas as pesquisas em desenvolvimento na UFLA para que figurem no Portal da Ciência e no Portal UFLA. Sendo assim, a seleção de pautas seguirá critérios jornalísticos. Há também periodicidades definidas de publicação.

Todos os estudantes e professores interessados em popularizar o conhecimento e compartilhar suas pesquisas, podem apresentar sugestão e pauta à Comunicação pelo Suporte. As propostas serão analisadas com base nas seguintes premissas:

  • Deve haver tempo hábil para produção dos conteúdos: mínimo de 20 dias corridos antes da data pretendida de publicação. A possibilidade de publicações em prazo inferior a esse será avaliada pela Comunicação.

  • Algumas pautas (pesquisas) podem ser contempladas para publicação no Portal, produção de vídeo para o Youtube, produção de vídeo para Instagram e produção de spot para o quadro Rádio Ciência (veiculação na Rádio Universitária). Outras pautas, a critério das avaliações jornalísticas, poderão ter apenas parte desses produtos, ou somente reportagem no Portal. Outras podem, ainda, ser reservadas para publicação na revista de jornalismo científico Ciência em Prosa.

  • As matérias especiais de pesquisa e com conteúdos completos serão publicadas uma vez por semana.

  • É possível a publicação de notícias sobre pesquisa não só quando finalizadas. Em algumas situações, a pesquisa pode ser noticiada quando é iniciada e também durante seu desenvolvimento.

  • A ordem de publicação das diversas matérias em produção será definida pela Comunicação, considerando tempo decorrido da sugestão de pauta, vínculo do estudo com datas comemorativas e vínculo do estudo com acontecimentos factuais que exijam a publicação em determinado período.

  • O pesquisador que se dispõe a divulgar seus projetos também deve estar disponível para responder dúvidas do público que surgirem após a divulgação, assim como para atendimento à imprensa, caso haja interesse de veículos externos em repercutir a notícia.

  • Os textos são publicados, necessariamente, em linguagem jornalística e seguindo definições do Manual de Redação da Comunicação. O pesquisador deve conferir a exatidão das informações no texto final da matéria e dialogar com o jornalista caso haja necessidade de alterações, de forma a se preservar a linguagem e o formato essenciais ao entendimento do público não especializado.

Sugestões para aperfeiçoamentos neste Portal podem ser encaminhadas para comunicacao@ufla.br.



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