O artigo publicado em 2018 na revista Physical Review pela professora Angélica Sousa da Mata, do Departamento de Física da Universidade Federal de Lavras (DFI/UFLA), foi selecionado pela American Physical Society ( APS Physics) para uma coletânea de artigos potencialmente relevantes para ajudar nos esforços globais de combate à COVID-19.

Intitulado "Robustness and fragility of the susceptible-infected-susceptible epidemic model on complex networks" (em português: Robustez e fragilidade do modelo epidêmico suscetível-infectado-suscetível em redes complexas), o artigo foi escrito em parceria com o professor Silvio C. Ferreira da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e com o doutorando Wesley Cota, da mesma instituição.

A coletânea da APS Physic engloba artigos que mencionam o coronavírus, mas também artigos gerais relacionados à epidemiologia e modelos de espalhamentos de doenças. “A proposta foi reunir artigos úteis sobre epidemias para torná-los mais acessíveis à comunidade acadêmica que tem estudado o novo coronavírus e a atual pandemia causada por ele”, explica a professora Angélica.

Estão reunidas na coletânea revistas científicas internacionais de alto fator de impacto como Physical Review Letters, Physical Review X, Physical Review E, etc. Ela está com acesso livre e gratuito por meio do link: https://journals.aps.org/collections/covid19

A pesquisa

O artigo publicado pela professora analisa como alterações simples na dinâmica de implementação do modelo SIS (suscetível-infectado-suscetível) em redes professora Angelica jpgcomplexas pode afetar o seu limiar epidêmico. SIS consiste, basicamente, num modelo idealizado de propagação de doenças como a gripe ou mesmo a SARS-CoV-2 (novo coronavírus).

“Nesse modelo um indivíduo suscetível, isto é, saudável, pode ficar doente se ele tiver contato com um indivíduo infectado, a uma certa taxa que chamamos de taxa de infecção. Os indivíduos infectados, por sua vez, podem se recuperar da doença e se tornarem novamente suscetíveis à infecção, a uma certa taxa que chamamos de taxa de recuperação. Caso o indivíduo ganhe imunidade permanente, o modelo pode ser facilmente adaptado para o modelo SIR (suscetível-infectado-recuperado), assim o indivíduo recuperado além de se tornar imune, também não transmite mais a doença”, explica a professora Angélica.

Ela acrescenta que o contato entre os indivíduos é determinado pelas conexões entre eles de acordo com a rede complexa. A razão entre a taxa de infecção e a taxa de recuperação está relacionada ao limiar epidêmico que pode variar de acordo com a transmissibilidade da doença.

Esse limiar mede basicamente o quão um vírus pode ser transmissível. “Se a transmissibilidade é baixa e a recuperação do indivíduo é rápida, a chance de ocorrer uma transmissão global, gerando uma epidemia é muito baixa, pois poucas pessoas serão infectadas e, uma vez infectadas, se recuperarão rápido. Porém, se a transmissibilidade é suficientemente alta e a recuperação é lenta, o vírus é capaz de se espalhar para grande parte da rede de contato, gerando uma epidemia”, destaca. Outros fatores podem agravar a transmissibilidade, como o fato de haver indivíduos assintomáticos, como tem acontecido na pandemia da COVID-19.

A professora completa que, por exemplo, “no caso do novo coronavírus a taxa de transmissibilidade está em torno de 2,79, isto é, uma pessoa infectada pode transmitir a doença para aproximadamente 3 pessoas, caso não haja medidas de isolamento social, de acordo com um estudo divulgado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos”.

 

Diretrizes para publicação de notícias de pesquisa no Portal da UFLA e Portal da Ciência

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A Comunicação da UFLA, por meio do projeto Núcleo de Divulgação Científica e da Coordenadoria de Divulgação Científica, assumiu o forte compromisso de compartilhar continuamente com a sociedade as pesquisas científicas produzidas na Instituição, bem como outros conteúdos de conhecimento que possam contribuir com a democratização do saber.

Sendo pequeno o número de profissionais na equipe de Comunicação da UFLA; sendo esse órgão envolvido também com todas as outras demandas de comunicação institucional, e considerando que as reportagens de pesquisa exigem um trabalho minucioso de apuração, redação e revisões, não é possível pautar todas as pesquisas em desenvolvimento na UFLA para que figurem no Portal da Ciência e no Portal UFLA. Sendo assim, a seleção de pautas seguirá critérios jornalísticos. Há também periodicidades definidas de publicação.

Todos os estudantes e professores interessados em popularizar o conhecimento e compartilhar suas pesquisas, podem apresentar sugestão e pauta à Comunicação pelo Suporte. As propostas serão analisadas com base nas seguintes premissas:

  • Deve haver tempo hábil para produção dos conteúdos: mínimo de 20 dias corridos antes da data pretendida de publicação. A possibilidade de publicações em prazo inferior a esse será avaliada pela Comunicação.

  • Algumas pautas (pesquisas) podem ser contempladas para publicação no Portal, produção de vídeo para o Youtube, produção de vídeo para Instagram e produção de spot para o quadro Rádio Ciência (veiculação na Rádio Universitária). Outras pautas, a critério das avaliações jornalísticas, poderão ter apenas parte desses produtos, ou somente reportagem no Portal. Outras podem, ainda, ser reservadas para publicação na revista de jornalismo científico Ciência em Prosa.

  • As matérias especiais de pesquisa e com conteúdos completos serão publicadas uma vez por semana.

  • É possível a publicação de notícias sobre pesquisa não só quando finalizadas. Em algumas situações, a pesquisa pode ser noticiada quando é iniciada e também durante seu desenvolvimento.

  • A ordem de publicação das diversas matérias em produção será definida pela Comunicação, considerando tempo decorrido da sugestão de pauta, vínculo do estudo com datas comemorativas e vínculo do estudo com acontecimentos factuais que exijam a publicação em determinado período.

  • O pesquisador que se dispõe a divulgar seus projetos também deve estar disponível para responder dúvidas do público que surgirem após a divulgação, assim como para atendimento à imprensa, caso haja interesse de veículos externos em repercutir a notícia.

  • Os textos são publicados, necessariamente, em linguagem jornalística e seguindo definições do Manual de Redação da Comunicação. O pesquisador deve conferir a exatidão das informações no texto final da matéria e dialogar com o jornalista caso haja necessidade de alterações, de forma a se preservar a linguagem e o formato essenciais ao entendimento do público não especializado.

Sugestões para aperfeiçoamentos neste Portal podem ser encaminhadas para comunicacao@ufla.br.



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