Você já se perguntou qual a relação entre arborização e criminalidade? Uma pesquisa do programa de pós-graduação da Escola de Ciências Agrárias de Lavras da Universidade Federal de Lavras (ESAL/UFLA) mostra que nas áreas onde ocorreram maior quantidade de crimes de roubo havia menos árvores.

A pesquisa analisou a relação entre a arborização viária, que é encontrada em praças, parques e outras infraestruturas verdes existentes nos centros urbanos, e os crimes de roubo que ocorreram na cidade de Lavras no período de 2014 a 2018. O estudo é o primeiro no Brasil a relacionar arborização e criminalidade.

O estudo se baseou em dados dos crimes de roubo fornecidos pela Polícia Militar, no inventário de árvores plantadas no município e em informações sociodemográficas da cidade, relacionadas aos problemas sociais da população e o local onde ela vive, para prever o número de roubos em função das características da arborização e das variáveis socioeconômicas e demográficas. As informações sociodemográficas foram coletadas no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Ao indicar a ocorrência de menos roubos em áreas mais arborizadas, o estudo reforça a conclusão de outras pesquisas sobre o tema. “Em nossa revisão bibliográfica, o artigo mais citado mostra que as árvores de copas altas e a baixa vegetação não prejudicam a visibilidade da rua e não são utilizadas para esconderijo de criminosos. Além disso, os autores perceberam que os benefícios proporcionados pelas árvores podem ajudar na diminuição da criminalidade”, conta a doutoranda Kelly Iapuque Rodrigues de Sousa.


Mapa de estimativa de densidade, com localizações geográficas dos roubos (A) e das árvores (B) da cidade de Lavras
Fonte: Lavras (2020), PMMG (2019) e IBGE (2020)

 

Após a coleta, os pesquisadores organizaram os dados no software livre Qgis e construíram um mapa de calor para identificar o agrupamento da distribuição das árvores e dos crimes de roubo. Com a tabela a construída, outro software, o RStudio, foi capaz de prever o número de roubos em função das características da arborização e das variáveis socioeconômicas e demográficas.

Os pesquisadores da UFLA esperam que a pesquisa possa contribuir para desmistificar a associação da vegetação urbana ao crime de roubo no contexto brasileiro, e que os resultados possam ser úteis para a formulação de políticas públicas que priorizem as árvores inseridas no design do ambiente urbano. 

“Além disso, pretendemos que, com a discussão da temática no Brasil, a sociedade possa perceber a relevância das árvores existentes na cidade para além da qualidade estética. Divulgar informações de que, além desses benefícios já comumente percebidos, as árvores da cidade podem contribuir para redução de crimes e aumentar a sensação de segurança é importante tanto para conhecimento da população, quanto para a gestão da cidade de Lavras”, acrescenta.

A pesquisa “Arborização viária e criminalidade: um estudo na cidade de Lavras/MG” trata-se da dissertação de mestrado de Kelly. Também estiveram envolvidos a orientadora docente do Programa de pós-graduação em Agronomia/Fitotecnia Michele Valquíria dos Reis, o coorientador e professor do Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas (Icet) Eric Fernandes de Mello Araújo, o doutorando em Administração Rafael Rodrigues de Castro, a mestranda em Administração Fernanda de Almeida, a Prefeitura Municipal de Lavras e a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG).

 

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais - Fapemig.

Diretrizes para publicação de notícias de pesquisa no Portal da UFLA e Portal da Ciência

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A Comunicação da UFLA, por meio do projeto Núcleo de Divulgação Científica e da Coordenadoria de Divulgação Científica, assumiu o forte compromisso de compartilhar continuamente com a sociedade as pesquisas científicas produzidas na Instituição, bem como outros conteúdos de conhecimento que possam contribuir com a democratização do saber.

Sendo pequeno o número de profissionais na equipe de Comunicação da UFLA; sendo esse órgão envolvido também com todas as outras demandas de comunicação institucional, e considerando que as reportagens de pesquisa exigem um trabalho minucioso de apuração, redação e revisões, não é possível pautar todas as pesquisas em desenvolvimento na UFLA para que figurem no Portal da Ciência e no Portal UFLA. Sendo assim, a seleção de pautas seguirá critérios jornalísticos. Há também periodicidades definidas de publicação.

Todos os estudantes e professores interessados em popularizar o conhecimento e compartilhar suas pesquisas, podem apresentar sugestão e pauta à Comunicação pelo Suporte. As propostas serão analisadas com base nas seguintes premissas:

  • Deve haver tempo hábil para produção dos conteúdos: mínimo de 20 dias corridos antes da data pretendida de publicação. A possibilidade de publicações em prazo inferior a esse será avaliada pela Comunicação.

  • Algumas pautas (pesquisas) podem ser contempladas para publicação no Portal, produção de vídeo para o Youtube, produção de vídeo para Instagram e produção de spot para o quadro Rádio Ciência (veiculação na Rádio Universitária). Outras pautas, a critério das avaliações jornalísticas, poderão ter apenas parte desses produtos, ou somente reportagem no Portal. Outras podem, ainda, ser reservadas para publicação na revista de jornalismo científico Ciência em Prosa.

  • As matérias especiais de pesquisa e com conteúdos completos serão publicadas uma vez por semana.

  • É possível a publicação de notícias sobre pesquisa não só quando finalizadas. Em algumas situações, a pesquisa pode ser noticiada quando é iniciada e também durante seu desenvolvimento.

  • A ordem de publicação das diversas matérias em produção será definida pela Comunicação, considerando tempo decorrido da sugestão de pauta, vínculo do estudo com datas comemorativas e vínculo do estudo com acontecimentos factuais que exijam a publicação em determinado período.

  • O pesquisador que se dispõe a divulgar seus projetos também deve estar disponível para responder dúvidas do público que surgirem após a divulgação, assim como para atendimento à imprensa, caso haja interesse de veículos externos em repercutir a notícia.

  • Os textos são publicados, necessariamente, em linguagem jornalística e seguindo definições do Manual de Redação da Comunicação. O pesquisador deve conferir a exatidão das informações no texto final da matéria e dialogar com o jornalista caso haja necessidade de alterações, de forma a se preservar a linguagem e o formato essenciais ao entendimento do público não especializado.

Sugestões para aperfeiçoamentos neste Portal podem ser encaminhadas para comunicacao@ufla.br.



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