U-Safe foi desenvolvido por startup vinculada à UFLA e já está disponível para download gratuito.
Proteger os usuários e a fauna nas estradas - esse é o objetivo do U-Safe, um aplicativo que foi produzido pela Environment, uma startup socioambiental que nasceu na Universidade Federal de Lavras (UFLA) está incubada na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica (Inbatec/UFLA).
O app emprega dados reais de acidentes rodoviários, atropelamentos e presença de animais nas estradas brasileiras, modela os riscos para cada quilômetro e informa aos motoristas quais trechos de estradas são mais perigosos. Assim, o aplicativo ajuda a salvar vidas humanas e a proteger a biodiversidade brasileira. O usuário pode ainda ser informado de pontos de atropelamento de, por exemplo, espécies ameaçadas.
O U-Safe utiliza “anéis de proteção” para informar sobre os pontos de atropelamento de animais, emitindo uma notificação para alerta do risco potencial quando o motorista se aproxima do local. Quanto maior um anel, maior a chance de se atropelar um animal ou de sofrer um acidente. Nesta fase inicial, após o lançamento, estarão disponíveis informações de tamanduá-mirim, capivara, gambá, seriema e do urubu. No futuro, o U-Safe poderá informar locais de atropelamento de animais de grande porte, reduzindo acidentes graves ou animais ameaçados de extinção e ajudar na proteção da biodiversidade. A frequência das notificações é ajustada pelo usuário.
Disponível para Android, o aplicativo, de download gratuito, permite que o usuário escolha o estado para o qual deseja baixar o banco de dados. “Se um motorista sair de Lavras com destino à Belo Horizonte ou São Paulo, ele vai saber qual o risco, quilometro a quilometro, na BR-381”, explica o idealizador da tecnologia, o professor Alex Bager, do Centro Brasileiro de Ecologia de Estradas, da Universidade Federal de Lavras (CBEE - UFLA).
De acordo com o pesquisador, os interessados em conhecer a ferramenta terão mais de 9 mil quilômetros de trechos de risco disponíveis, por tempo indeterminado, para utilizar o aplicativo e conhecer seus benefícios, com destaque para a proteção ambiental. “A iniciativa visa proteger nossa biodiversidade, ao emitir esses alertas sobre os lugares de risco. O motorista pode tomar a decisão de diminuir a velocidade, redobrar a atenção, aumentando a segurança de todos os passageiros/cargas e, por consequência, evitamos a perda da biodiversidade, de forma proativa. Lembrando que o U-Safe atua tanto em relação a animais silvestres quanto domésticos e indica também áreas de acidente em geral”, comenta Bager.
Para o pesquisador, a startup criada em 2019 é a forma concreta de mostrar como o conhecimento científico da universidade pode ser traduzido em forma de tecnologia para gerar proteção de animais e de pessoas em todo o território brasileiro, ao alcance de toda sociedade.
Novo Urubu
Além do U-Safe, a startup relançou o Sistema Urubu V.2., o aplicativo que foi criado em 2014 pelo CBEE / UFLA e possui o objetivo reduzir as mortes dos mais de 475 milhões de animais silvestres atropelados a cada ano nas estradas do Brasil.
Depois de um período de hibernação, o Urubu ressurge renovado e com grandes de novidades, como o Atropelômetro, contador que quantifica o número de animais silvestres atropelados nas estradas brasileiras entre o dia 1o de janeiro e a data do seu acesso. Além disso, agora os usuários podem atingir níveis ao enviar os registros demonstrando engajamento com a conservação da biodiversidade. São seis conquistas que vão do Baby-Bu ao Bu-Rei.
A nova versão do Urubu permite registrar fotos de animais silvestres e domésticos. A equipe decidiu também mapear áreas de acidentes com cachorros, gatos, cavalos e outros animais, para ajudar no bem-estar animal e na redução de acidentes em estradas. Ao fazer o registro da fauna, após aprovação, o usuário tem acesso a informações da biologia e ecologia da espécie e poderá ver em um mapa o ponto onde ocorreu o registro.
Apesar de hoje ser custeado e desenvolvido pela Environment, o Sistema Urubu continua como um projeto do CBEE no que se refere à pesquisa, extensão e políticas públicas.