A espécie Moringa oleifera, conhecida popularmente como moringa ou acácia-branca, é uma árvore nativa da Índia. Com hábito de crescimento rápido, a planta possui grande utilidade para o ser humano devido ao seu alto valor nutricional, sendo bastante empregada nas indústrias farmacêutica, alimentícia, de cosméticos e ainda na produção de biodiesel. Suas folhas podem ser consumidas frescas em saladas ou em pó, podendo desta forma ser adicionado a sucos, sopas e outros alimentos para se obter seus benefícios.
Por seus inúmeros usos, o interesse para o cultivo da moringa e os estudos sobre o vegetal têm crescido bastante, principalmente por ser uma planta tolerante à seca, usada inclusive para conter a erosão dos solos. Em sua pesquisa de doutorado, intitulada “Relações da radiação no crescimento e teor e compostos fenólicos em plantas de Moringa Oleifera”, Raphael Reis da Silva avaliou o desempenho fisiológico, o crescimento e o acúmulo de compostos fenólicos em plantas de moringa em função da alteração na qualidade e intensidade da radiação solar.
“Sabe-se que a radiação emitida pelo sol é a nossa principal fonte de energia, diretamente responsável também pela manutenção da vida na terra e, em última análise, é a força motriz de todos os processos fisiológicos nas plantas. O experimento foi realizado durante cinco meses em condições parcialmente controladas em casa de vegetação. As plantas foram cultivadas em diferentes ambientes como pleno sol e malhas de sombreamento nas cores: preta, azul e vermelha. Foram observadas diferenças em todas as variáveis analisadas: de crescimento, trocas gasosas e compostos fenólicos.”
Segundo o pesquisador, os resultados obtidos mostraram que as plantas cultivadas em pleno sol apresentaram menor crescimento em altura e acumularam maior parte da biomassa seca no sistema radicular. Já as moringas cultivadas em ambiente protegido, sob malhas de sombreamento, tiveram maior crescimento em altura e melhor partição de biomassa seca entre a parte aérea e o sistema radicular, além de apresentarem menores danos decorrentes de altos níveis de irradiância, sendo que aquelas cultivadas sob a malha vermelha, foram as que apresentaram melhor comportamento quanto às características avaliadas.
O trabalho de tese de Raphael é considerado pioneiro, uma vez que estudos nessa espécie ainda são iniciais, sobretudo no que diz respeito a estudos que relacionam a alteração na intensidade e qualidade da radiação solar sobre o crescimento e a produção de compostos fenólicos em moringas. Além disso, a pesquisa poderá fornecer suporte para futuras pesquisas sobre otimização da produção de compostos fenólicos para essa espécie. A pesquisa foi a 100ª tese apresentada pelo Programa de Pós-Graduação em Fisiologia Vegetal da Universidade Federal de Lavras (PPGFV-UFLA). Acesse aqui a reportagem sobre o evento.
Mais detalhes sobre a pesquisa no vídeo abaixo:
Reportagem e imagens: Karina Mascarenhas, jornalista – bolsista Fapemig/Dcom
Edição do vídeo: Panmela Oliveira, comunicadora – bolsista Fapemig/Dcom