A primeira produção de castanha-do-brasil, ou castanha-do-pará, fora da região de ocorrência natural da espécie é realizada no câmpus da Universidade Federal de Lavras (UFLA). O experimento, realizado por professores do Departamento de Ciências Florestais (DCF), já está em fase de frutificação e produz castanhas saudáveis. O estudo foi destaque no Minas Faz Ciência desta semana.
A castanha-do-brasil é originária da Amazônia e foi trazida do Mato Grosso pela equipe responsável pelo estudo, para um plantio experimental em 1996. Depois de uma vasta área preparada para o plantio de araucárias ter sido tomada por formigas, para não desperdiçarem o espaço, os pesquisadores plantaram as sementes de castanha-do-pará, na tentativa de observar a possibilidade de crescimento da espécie fora da região habitual.
Depois do período de germinação das sementes, o estudo entra agora em uma nova fase, será observado o desenvolvimento da árvore na região de Lavras, em um período de 36 meses. O sucesso do plantio possibilitará a comercialização em diferentes regiões do Brasil e a redução dos preços.
O desafio enfrentado nessa nova etapa da pesquisa é identificar insetos polinizadores que tenham ocorrência na nova região. Esses insetos possuem papel fundamental na reprodução das castanheiras, então é preciso que “eles consigam levantar a estrutura da flor que protege sua parte reprodutiva. Por isso, o polinizador é necessariamente um inseto grande. Na Amazônia, é o caso de determinadas abelhas, que não são encontradas na região de Lavras."
Texto: Melissa Carvalho - Estagiária DCOM/UFLA