O software EasyDrip, desenvolvido pelo estudante da Universidade Federal de Lavras (UFLA) Fidel Luis Rodrigues Tambo, dimensiona sistemas de gotejamento que operam com água bombeada por energia solar, seja de poço, reservatórios ou córregos. O projeto, orientado pelo professor Luiz Antônio Lima, foi apresentado na centésima defesa do Programa de Pós-Graduação Recursos Hídricos em Sistemas Agrícolas.
A principal característica do software é a seleção da localidade no mapa de Moçambique e a identificação das variáveis climáticas do local que inclui a perda de água do solo, informações sobre a quantidade de água que a planta precisa e a radiação solar disponível para bombeamento com energia solar.
Muitos extensionistas adotam sistemas de irrigação que são empregados em outras localidades, mas é preciso levar em consideração a região, o EasyDrip apresenta dados de forma automática, o bombeamento é feito por energia solar, e a prioridade são áreas sem energia elétrica. “Há muitos lugares que não tem energia elétrica, assim o bombeamento de água utilizando energia solar pode ser uma alternativa eficiente para viabilizar a agricultura irrigada. Cadastramos quase toda a área, priorizando a área rural, sendo que a agricultura familiar emprega 80% da população ativa e tem grande contribuição para o Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique”, ressalta o estudante Fidel Tambo.
O bombeamento da água no sistema de irrigação é feito com informações de quanto de água a planta precisa, de acordo com a localização e o sol em Moçambique. O aplicativo desenvolvido disponibiliza informações da base de dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Todas as informações foram inseridas no software. “O sistema de irrigação por gotejamento faz com que a água seja aplicada gota a gota. Molhando parte do solo, essa irrigação traz uma umidade ideal para o solo, concentrando na raiz. O consumo de água é menor, comparado com outros sistemas de irrigação, assim esse modo de irrigação faz com que ele gaste metade da água”, explica o professor Luiz Antônio Lima.
Os principais beneficiados são agrônomos, engenheiros e técnicos da Direção Provincial de Agricultura. O software está disponível gratuitamente para extensionistas de Moçambique. Outras versões já estão sendo preparadas para atender todo o continente africano.
O projeto contou com o apoio financeiro da Agência Americana para Desenvolvimento Internacional (USAID), especificamente do programa BHEARD gerenciado pela Michigan State University (MSU) e dos professores Alberto Colombo e Michael Thebaldi.
Reportagem: Greicielle dos Santos - bolsista Dcom/Fapemig
Edição do vídeo: Rafael de Paiva - estagiário Dcom/UFLA