O Brasil produz uma grande variedade de frutas, superando os 40 milhões de toneladas nos últimos anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Porém, uma das maiores dificuldades enfrentadas na fruticultura brasileira é o grande desperdício, seja por falta de comercialização e escoamento da produção, ou pelo tempo curto de prateleira, principalmente de espécies exóticas como a pitaia, que pode ser encontrada de dezembro a meados de abril.

Uma alternativa para o máximo aproveitamento das frutas é o desenvolvimento de produtos processados da frutífera, por isso a pós-doutoranda da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Deniete Soares Magalhães, desenvolveu geleia, licor e barra de cereal usando a pitaia vermelha de polpa branca (Hylocereus undatus) e vermelha de polpa vermelha (Hylocereus polyrhizus). Além do aproveitamento da polpa, foram desenvolvidas pesquisas com a utilização da casca da fruta da pitaia, que é algo inédito.

O professor José Darlan Ramos do Departamento de Agricultura (DAG/UFLA), orientador do projeto de doutorado, explica que as pesquisas de processamento da pitaia ainda são recentes, por isso, neste quesito destacam as análises feitas pela pós- doutoranda. “É mais uma alternativa de aproveitamento dos frutos, principalmente os de menor tamanho que não são aproveitados para o mercado in natura.”

Assim, a intenção foi desenvolver produtos a partir de materiais pouco aproveitados da fruta. “Nosso primeiro trabalho foi desenvolver geleias de pitaia de polpa branca e de polpa vermelha com diferentes níveis de casca (de 0 até 60%). Na de polpa branca, por exemplo, pudemos observar que a medida que se aumenta a concentração de casca, a geleia é mais aceita visualmente por conta da coloração. Já na de polpa vermelha, a coloração dela é tão forte que a diferença entre a produzida com a polpa e a com 60% de casca é mínima”, explica a pesquisadora.

Foram feitas análises da qualidade fisico, fisico-química e análise de aceitabilidade pelo consumidor. Para a produção da geleia, apenas uma parte da casca da pitaia é utilizada. A fruta é higienizada, depois retira-se o excesso de pele e aproveita-se a parte interna da camada. De acordo com o estudo, a adição da casca não interferiu no sabor da geleia, um resultado positivo no que diz respeito ao aproveitamento dessa parte da planta que seria descartada. O aproveitamento de cascas é uma alternativa sustentável, uma vez que a geração de resíduos agroindustriais tem se tornado um problema, especialmente para o meio ambiente.

Em parceria com o Departamento de Ciências de Alimentos (DCA), Deniete também desenvolveu outros produtos, como o licor de pitaia, tanto da de polpa branca quanto da vermelha, e as barras de cereais, nas quais os pesquisadores usaram a pitaia vermelha por conta de a coloração ser mais atrativa e pelo maior conteúdo de betalanaínas, que apresentam propriedades funcionais. Todos os produtos tiveram uma aceitação muito boa do consumidor.

Além disso, com polpas congeladas da fruta é possível fazer sucos e vitaminas, e a aceitabilidade sensorial desses produtos também foi objeto de estudo da pesquisadora. Estudos de aceitabilidade dos frutos in natura das diferentes espécies de pitaia, incluindo a pitaia amarela, também foram realizados, além de trabalhos de caracterização e qualidade dos frutos em diferentes estádios de desenvolvimento para determinação dos índices de maturação e auxiliar na indicação do melhor ponto de colheita das frutas. Novos estudos estão sendo conduzidos pela equipe, buscando o melhor aproveitamento da fruta.

Texto: Karina Mascarenhas, jornalista – bolsista Fapemig/Dcom.

Imagens e vídeo: Panmela Oliveira, comunicadora – bolsista Fapemig/Dcom.

 

Diretrizes para publicação de notícias de pesquisa no Portal da UFLA e Portal da Ciência

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A Comunicação da UFLA, por meio do projeto Núcleo de Divulgação Científica e da Coordenadoria de Divulgação Científica, assumiu o forte compromisso de compartilhar continuamente com a sociedade as pesquisas científicas produzidas na Instituição, bem como outros conteúdos de conhecimento que possam contribuir com a democratização do saber.

Sendo pequeno o número de profissionais na equipe de Comunicação da UFLA; sendo esse órgão envolvido também com todas as outras demandas de comunicação institucional, e considerando que as reportagens de pesquisa exigem um trabalho minucioso de apuração, redação e revisões, não é possível pautar todas as pesquisas em desenvolvimento na UFLA para que figurem no Portal da Ciência e no Portal UFLA. Sendo assim, a seleção de pautas seguirá critérios jornalísticos. Há também periodicidades definidas de publicação.

Todos os estudantes e professores interessados em popularizar o conhecimento e compartilhar suas pesquisas, podem apresentar sugestão e pauta à Comunicação pelo Suporte. As propostas serão analisadas com base nas seguintes premissas:

  • Deve haver tempo hábil para produção dos conteúdos: mínimo de 20 dias corridos antes da data pretendida de publicação. A possibilidade de publicações em prazo inferior a esse será avaliada pela Comunicação.

  • Algumas pautas (pesquisas) podem ser contempladas para publicação no Portal, produção de vídeo para o Youtube, produção de vídeo para Instagram e produção de spot para o quadro Rádio Ciência (veiculação na Rádio Universitária). Outras pautas, a critério das avaliações jornalísticas, poderão ter apenas parte desses produtos, ou somente reportagem no Portal. Outras podem, ainda, ser reservadas para publicação na revista de jornalismo científico Ciência em Prosa.

  • As matérias especiais de pesquisa e com conteúdos completos serão publicadas uma vez por semana.

  • É possível a publicação de notícias sobre pesquisa não só quando finalizadas. Em algumas situações, a pesquisa pode ser noticiada quando é iniciada e também durante seu desenvolvimento.

  • A ordem de publicação das diversas matérias em produção será definida pela Comunicação, considerando tempo decorrido da sugestão de pauta, vínculo do estudo com datas comemorativas e vínculo do estudo com acontecimentos factuais que exijam a publicação em determinado período.

  • O pesquisador que se dispõe a divulgar seus projetos também deve estar disponível para responder dúvidas do público que surgirem após a divulgação, assim como para atendimento à imprensa, caso haja interesse de veículos externos em repercutir a notícia.

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