Professor do Departamento de Saúde fala da importância do aleitamento materno e esclarece dúvidas comuns

 

 

Durante este mês é realizada a campanha “Agosto Dourado”, uma iniciativa que tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância do aleitamento materno.  Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o leite materno é o melhor alimento para os recém-nascidos e crianças com até dois anos. Porém, na região das Américas, apenas 38% dos bebês são amamentados exclusivamente com leite materno até os seis meses e só 32% continuam amamentando até os 24 meses. Um estudo brasileiro publicado na revista médica The Lancet, mostrou que a amamentação evitaria a morte de 800 mil crianças e de 20 mil mulheres vitimadas pelo câncer de mama a cada ano.

Em 2017, a Lei nº 13.435 instituiu agosto como o mês do aleitamento materno. Em todo o País são reforçadas, neste período, as iniciativas para incentivar a amamentação. Fonte de nutrientes e energia, além de prático, saudável, e econômico, o leite materno também protege o bebê de doenças, conforme explica o médico especialista em pediatria e terapia intensiva pediátrica Cristiano Carvalho Soares, professor do Departamento de Saúde (DAS/UFLA). “Há vários anticorpos que passam da mãe para o bebê durante o aleitamento materno, entre eles se destaca a Imunoglobulina A (IgA), responsável pela proteção das mucosas, que previne principalmente infecções respiratórias e gastrointestinais.”

De acordo com o especialista, a IgA é capaz de evitar até a mortalidade. “A infecção respiratória é uma das principais causas de mortalidade infantil no Brasil.” Dados do Ministério da Saúde mostram que foram registradas 14 mortes a cada mil nascidos em 2016; um aumento de 4,8% em relação a 2015.

Como o aleitamento é cercado por mitos, o pediatra esclarece algumas dúvidas comuns. Veja abaixo.

 Existe hora marcada para mamar?

 A recomendação do Ministério da Saúde é que a amamentação aconteça em livre demanda, ou seja, toda vez que o bebê solicitar. Cristiano reforça “não existe uma frequência exata que seja ideal para todos os bebês, isso é algo individual, cada bebê estabelece o seu ritmo. Quando o bebê nasce, ele tem uma capacidade gástrica pequena, mamando muito pouco por vez. A digestibilidade do leite materno é ótima, sua digestão é rápida, e o bebê vai querer mamar em intervalos curtos. É de se esperar que no começo alguns bebês mamem de 15 em 15 minutos, ou de meia em meia hora, isso é normal, é saudável, não é sinal de que não tem leite ou de que o leite é fraco ou qualquer outro mito.” O médico alerta que, durante a primeira semana de vida, o bebê não deve ficar muitas horas sem amamentar por conta do risco de hipoglicemia, que é a queda do açúcar do sangue. “À medida que o bebê vai crescendo, o intervalo naturalmente vai se espaçando, não é algo que precisamos intervir.”

 Diferentes tipos de leite

 Pode parecer estranho, mas o médico esclarece que há sim diferentes tipos de leite. “Logo que o bebê nasce, nos primeiros dias, ele vai ter o colostro, um leite rico em anticorpos que confere muita proteção durante essa primeira infância. Depois, o leite vai mudando para cada fase da lactação. Também há diferença de leite de uma mulher para a outra: a mãe de um bebê prematuro produz um leite com composição distinta daquela que teve um bebê com nove meses de gestação. Há também a diferença durante a própria mamada. O leite que chamamos de anterior é o primeiro a sair quando o bebê suga e o posterior é produzido durante a mamada, possuindo um maior teor de gordura. Isso significa que o bebê que mama até o finalzinho é um bebê que vai se sustentar por mais tempo e ganhar mais peso.”

Parto cesárea e amamentação

A cesárea é muito comum no Brasil, estima-se que mais da metade dos bebês brasileiros nascem dessa forma. Independente do motivo pelo qual optaram por esse tipo de parto, muitas mães podem ter dificuldades para amamentar. O pediatra tranquiliza: “o bebê já tem uma reserva produzida no útero para mamar somente o colostro e mesmo a mãe que teve a cesárea vai ter esse colostro. ”

Uso de chupeta ou fórmula assim que o bebê nasce

“Ao introduzir uma fórmula por meio de bico artificial ou mamadeira, haverá dificuldade depois para o bebê pegar na mama. Apenas uma única vez é suficiente para que depois o bebê pegue na mama de forma incorreta e prejudique a mãe. A introdução precoce de bicos chupetas e mamadeiras é uma das causas das dificuldades de amamentação e de desmame precoce”, afirma o médico.

A amamentação prolongada pode ser prejudicial?

“A criança pode ser amamentada até três, quatro anos, desde que a mãe controle essa amamentação. A criança nessa fase pode ser amamentada, mas precisa ter uma alimentação complementar, já que somente o leite materno não é mais suficiente para suprir as necessidades dessa criança.”

O Ministério da Saúde recomenda a amamentação até os dois anos de idade ou mais e que, nos primeiros seis meses, o bebê receba somente leite materno, sem necessidade de água ou outros alimentos.

Para as mulheres que estão nesta fase, o médico deixa o recado: “tenham paciência e persistência, vocês vão ouvir muita coisa que às vezes vai atrapalhar. É uma fase em que a mãe se sente sozinha, por isso tenha sempre ao seu lado alguém para ajudar e seja firme na amamentação. Lembre-se sempre que vai ser o melhor para o seu bebê.” 

Reportagem: Karina Mascarenhas, jornalista - bolsista Dcom/Fapemig

Edição do Vídeo: Mayara Toyama - bolsista Dcom/Fapemig 

Diretrizes para publicação de notícias de pesquisa no Portal da UFLA e Portal da Ciência

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