Há muitos estudos por trás da bebida mais popular do Brasil, incluindo como preparar o famoso cafezinho. Desde o coador de pano, o filtro de papel e a cafeteira elétrica, outras técnicas foram surgindo para todos os gostos e bolsos. O certo é que o brasileiro começou a se preocupar com o modo de preparo da bebida como forma de se preservar seus componentes, sabor e aroma.
No mercado, várias dessas técnicas estão disponíveis para o consumidor, porém o custo ainda é um dos fatores que pesa na escolha. Pensando nisso, estudantes do Núcleo de Estudos em Qualidade, Industrialização e Consumo de Café (QICafé) da Universidade Federal de Lavras (UFLA) desenvolveram um protótipo de um novo método de preparo da bebida. “O mercado consumidor do café é extremamente exigente e ávido por maneiras diferentes e inovadoras de se extrair a bebida. Por isso, pensamos em desenvolver um método de preparo que unisse as características que os consumidores apreciam e ainda tivesse o diferencial de ser versátil, portátil e de baixo custo”, explica a estudante do curso de Engenharia de Alimentos Suzana Moreira. A tutora Rosemary Gualberto Fonseca Alvarenga Pereira, professora do Departamento de Ciência dos Alimentos (DCA/UFLA), enfatiza que a escolha de materiais de baixo custo se justifica para que uma parcela maior da população possa ter acesso ao método, já que nem todos os materiais de preparo para cafés especiais são baratos e de fácil limpeza.
Para o protótipo, os estudantes utilizaram uma estrutura cilíndrica de um polímero termorresistente, para suportar as variações de temperatura da água, e uma malha metálica como filtro, que conserva os óleos do café assim como em outros métodos. A aceitação dos consumidores foi testada durante a IV Maratona de Engenharia de Alimentos, no câmpus universitário, e o resultado foi satisfatório. “Estamos testando variações do funcionamento do protótipo, já sabemos que o método é viável, porém percebemos algumas demandas no funcionamento que precisamos melhorar. Estamos avaliando novos materiais que atendam o que precisamos adequar para, quem sabe um dia, entrar com o registro e tornar o método rentável para o mercado”, comenta Suzana.
A professora Rosemary ressalta ainda a importância das estudantes participarem de eventos como esse. “Tem todo um estudo por trás desse método. Além de ser um incentivo para a inovação, eventos assim mostram que a capacidade de observação, a interação com os consumidores e com a indústria são alavancas motivacionais para o empreendedorismo.”
O QICafé começou na UFLA há quatro anos. O grupo realiza projetos de pesquisa e extensão com foco na qualidade do café.
Reportagem: Karina Mascarenhas, jornalista - bolsista Dcom/Fapemig
Edição do Vídeo: Alberto Moura - bolsista Dcom/Fapemig