O interesse por produtos alimentícios que contêm nutrientes benéficos à saúde é cada vez maior entre a sociedade. No caso dos pequenos frutos vermelhos (amoras, framboesas, mirtilo e morango), além de serem dotados com as vitaminas A, B e cálcio, apresentam quantidades expressivas de ácido elágico. Essa substância tem demonstrado propriedades inibidoras contra a replicação do vírus HIV, além de ser um potente inibidor da indução química do câncer. 

Dentro desse contexto, o Setor de Fruticultura da UFLA está realizando um trabalho pioneiro que envolve a competição de 10 cultivares de amora-preta (sem espinhos: ‘Arapaho’, ‘Xavante’ e ‘Ébano’; com espinhos: ‘Comanche’, ‘Caingang’, ‘Choctaw’, ‘Tupy’, ‘Guarani’, ‘Brazos’ e ‘Cherokee’), amora-vermelha, ‘Boysenberry’ (híbrido entre amora-preta x framboesa), framboesa-negra, framboesa-amarela ‘Gold Bliss’ e quatro cultivares de framboesa-vermelha (‘Polana’, ‘Batum’, ‘Autumn Bliss’ e ‘Heritage’).

Etapas do projeto

A primeira ação que está sendo feita pelos autores do projeto é a quantificação do desempenho produtivo e a descrição das fenofases das cultivares. Em seguida, será realizada a caracterização química dos frutos de cada cultivar, com o objetivo de identificar as quantidades expressivas de substâncias benéficas à saúde, principalmente o ácido elágico.

“Num segundo momento, serão realizados ensaios de pós-colheita, propagação e utilização dos frutos para a produção de doces e bebidas fermentadas. Posteriormente, iniciaremos hibridações visando ao lançamento de novas cultivares sem espinho e com características químicas superiores, o que poderá gerar patentes para a UFLA”, explica o coordenador do projeto, prof. Rafael Pio, do Departamento de Agricultura.

Ele enfatiza que “já foram realizadas algumas ações com amora-preta no Brasil, mas há desconhecimento sobre o potencial das framboesas coloridas, principalmente a negra e amarela, além da amora-vermelha, nativa da Serra da Mantiqueira e do ‘Boysenberry’, híbrido entre amora e framboesa. O quilo da amora-preta congelada pode chegar a R$ 6,00 para o produtor, o da framboesa-vermelha a R$ 8,00 e da framboesa-amarela a R$ 12,50. Já para o consumidor final, o quilo da framboesa-amarela pode chegar a R$ 200,00”.

Poucos produtores

Apesar disso, de acordo com o prof. Rafael, há apenas um produtor de framboesa-amarela e negra no país (Campos do Jordão-SP), alguns pomares de framboesa vermelha na região de Pouso Alegre (Campestre e Senador Amaral) e outros com amora-preta nas terras altas da Serra da Mantiqueira.

O professor ressalta, ainda, que o sul de Minas Gerais detém o maior polo produtor de morango do país (aproximadamente 2.000 ha em cultivo) e considerando a estrutura e organização dos produtores de morangueiro dessa região, a inserção do cultivo de amoras e framboesas coloridas poderá oferecer uma nova alternativa de renda para a agroindústria familiar sul-mineira e ainda criar um novo polo de produção de amoras e framboesas no país.

Por isso, além dos resultados científicos que serão divulgados em revistas especializadas, está prevista a realização de três dias de campo para o próximo ano em Lavras, Maria da Fé e Pouso Alegre.

Equipe

Coordenado pelo prof. Rafael, o projeto inicial conta com o apoio do CNPq e com a colaboração dos profs. do Setor de Fruticultura do DAG, dos profs. Luiz Carlos de Oliveira Lima, do Departamento de Ciências dos Alimentos, da profa. Celeste Maria Patto de Abreu, do Departamento de Química, além dos pesquisadores da Epamig, da Emater-MG, quatro alunos de iniciação científica, três mestrandos e dois doutorandos.

Diretrizes para publicação de notícias de pesquisa no Portal da UFLA e Portal da Ciência

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A Comunicação da UFLA, por meio do projeto Núcleo de Divulgação Científica e da Coordenadoria de Divulgação Científica, assumiu o forte compromisso de compartilhar continuamente com a sociedade as pesquisas científicas produzidas na Instituição, bem como outros conteúdos de conhecimento que possam contribuir com a democratização do saber.

Sendo pequeno o número de profissionais na equipe de Comunicação da UFLA; sendo esse órgão envolvido também com todas as outras demandas de comunicação institucional, e considerando que as reportagens de pesquisa exigem um trabalho minucioso de apuração, redação e revisões, não é possível pautar todas as pesquisas em desenvolvimento na UFLA para que figurem no Portal da Ciência e no Portal UFLA. Sendo assim, a seleção de pautas seguirá critérios jornalísticos. Há também periodicidades definidas de publicação.

Todos os estudantes e professores interessados em popularizar o conhecimento e compartilhar suas pesquisas, podem apresentar sugestão e pauta à Comunicação pelo Suporte. As propostas serão analisadas com base nas seguintes premissas:

  • Deve haver tempo hábil para produção dos conteúdos: mínimo de 20 dias corridos antes da data pretendida de publicação. A possibilidade de publicações em prazo inferior a esse será avaliada pela Comunicação.

  • Algumas pautas (pesquisas) podem ser contempladas para publicação no Portal, produção de vídeo para o Youtube, produção de vídeo para Instagram e produção de spot para o quadro Rádio Ciência (veiculação na Rádio Universitária). Outras pautas, a critério das avaliações jornalísticas, poderão ter apenas parte desses produtos, ou somente reportagem no Portal. Outras podem, ainda, ser reservadas para publicação na revista de jornalismo científico Ciência em Prosa.

  • As matérias especiais de pesquisa e com conteúdos completos serão publicadas uma vez por semana.

  • É possível a publicação de notícias sobre pesquisa não só quando finalizadas. Em algumas situações, a pesquisa pode ser noticiada quando é iniciada e também durante seu desenvolvimento.

  • A ordem de publicação das diversas matérias em produção será definida pela Comunicação, considerando tempo decorrido da sugestão de pauta, vínculo do estudo com datas comemorativas e vínculo do estudo com acontecimentos factuais que exijam a publicação em determinado período.

  • O pesquisador que se dispõe a divulgar seus projetos também deve estar disponível para responder dúvidas do público que surgirem após a divulgação, assim como para atendimento à imprensa, caso haja interesse de veículos externos em repercutir a notícia.

  • Os textos são publicados, necessariamente, em linguagem jornalística e seguindo definições do Manual de Redação da Comunicação. O pesquisador deve conferir a exatidão das informações no texto final da matéria e dialogar com o jornalista caso haja necessidade de alterações, de forma a se preservar a linguagem e o formato essenciais ao entendimento do público não especializado.

Sugestões para aperfeiçoamentos neste Portal podem ser encaminhadas para comunicacao@ufla.br.



Plataforma de busca disponibilizada pela PRP para localizar grupos de pesquisa, pesquisadores, projetos e linhas de pesquisa da UFLA