A intoxicação por dietilenoglicol, uma substância química que pode ser utilizada na indústria cervejeira, causa insuficiência renal e alterações neurológicas, levando até mesmo a óbito. O assunto que ganhou destaque na mídia nos últimos dias tem preocupado a população.
O professor do Departamento de Química (DQI), da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Sérgio Scherrer Thomasi explica que o uso do monoetilenoglicol e do dietilenoglicol na indústria é uma prática comum. “São essas substâncias que vão impedir o congelamento da água que circula na serpentina durante o processo de resfriamento do líquido em questão. Com a adição de monoetilenoglicol ou dietilenoglicol a água permanece em estado líquido a -5 ºC, mas essa água de resfriamento com anticongelante não deve entrar em contato com a cerveja”, ressalta.
Quando uma pessoa é intoxicada com o monoetilenoglicol ou dietilenoglicol, o volume de susbtância ingerida é determinante para agravar o caso, conforme explica o pesquisador “para levar ao óbito, por exemplo, a pessoa precisa ter ingerido de 10 a 20 gramas de dietilenoglicol e mais ainda se for o monoetilenoglicol”.
Uma alternativa para a indústria, apontada pelo pesquisador, é substituir essas substâncias pelo trietilenoglicol, também chamado de triglicol, que possui a mesma finalidade. “Esse composto é muito caro, cerca de cinco vezes mais do que o dietilenoglicol, o que poderia elevar o preço do produto final, contudo, o trietilenoglicol tem a vantagem de não ser tóxico e realizar o mesmo processo de resfriamento”.
Reportagem: Karina Mascarenhas, jornalista - bolsista Dcom/Fapemig
Imagens DCOM e Edição: Sérgio Augusto - Dcom/UFLA