Bradyrhizobium representa um importante grupo de bactérias fixadoras de nitrogênio, com grande potencial de reduzir custos e tornar mais sustentável a produção de diferentes espécies leguminosas de grãos, florestais e forrageiras. Em recente tese defendida na Universidade Federal de Lavras (UFLA), mais um passo foi dado na ampliação do conhecimento sobre a taxonomia e a eficiência simbiótica de estirpes de Bradyrhizobium oriundas de solos de diferentes regiões brasileiras (Nordeste, Norte e Sudeste). O estudo, defendido com distinção acadêmica, propõe a descrição de quatro novas espécies de baterias fixadoras de nitrogênio.

A autora da tese é Elaine Martins da Costa, egressa do programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo, que estampa conceito máximo (7) na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Atualmente professora da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), cursou o mestrado e doutorado na UFLA, tendo como área de concentração os estudos em Biologia, Microbiologia e Processos Biológicos do Solo, sob a orientação da professora Fatima Moreira.

A professora Rafaela Nóbrega é homenageada pela atuação permanente na parceria UFLA e UFPI. Na foto, os professores José Maria de Lima e Carlos Alberto Silva, coordenadores do PPGCS na época em que o Procad teve início, em 2009.

A tese de Elaine Costa está dividida em seis artigos científicos, quatro deles com a proposição de descrição inédita de quatro espécies de bactérias do gênero Bradyrhizobium. Os resultados das análises confirmaram a existência das novas espécies, para as quais os nomes Bradyrhizobium brasilense, Bradyrhizobium forestalis, Bradyrhizobium piauiense e Bradyrhizobium neoglycine foram propostos, representadas pelas estirpes UFLA 03-321T, INPA 54BT, UFLA 06-13T e UFLA 06-10, respectivamente. Essas estirpes fazem  parte da Coleção de Bactérias do Laboratório de Microbiologia do Solo da UFLA.

A avaliação da eficiência simbiótica foi realizada usando feijão-fava, mucuna-preta e acácia como espécies hospedeiras. Algumas dessas estirpes apresentam grande potencial para serem utilizadas como inoculantes nas respectivas espécies hospedeiras, nas quais mostram-se eficientes na transferência de nitrogênio. Os resultados apresentados nesse estudo ressaltam a alta diversidade fenotípica, genotípica e simbiótica de estirpes de Bradyrhizobium nativas de solos brasileiros.

Elaine Costa realizou parte da avaliação durante Doutorado Sanduíche na Universidade de Ghent, na Bélgica, onde recebeu permaneceu por três meses sob a coorientação da professora Anne Willems. A defesa da tese foi acompanhada pela coorientadora por meio de videoconferência.

A tese de Elaine Costa está dividida em seis artigos científicos, quatro deles com a proposição de descrição inédita de quatro espécies de bactérias do gênero Bradyrhizobium

Para a autora do estudo, os resultados vão contribuir não apenas para a divulgação de novas espécies de bactérias fixadoras de nitrogênio, como também para a substituição de fertilizantes nitrogenados, reduzindo, assim, o custo de produção de leguminosas de importância socioeconômica/ambiental, por meio de prática ecológica e sustentável. Esse foi um dos motivos pelos quais a pesquisadora escolheu a temática, já que sua intenção foi trabalhar alternativas econômicas para a produção familiar de culturas como o feijão-fava, no Nordeste do País, em especial, no Piauí, seu estado natal.

Parceria de sucesso

A defesa de tese de Elaine Costa teve um motivo a mais para ser celebrada, tendo sido a primeira doutora egressa da Universidade Federal do Piauí (UFPI), instituição que mantém  uma parceria de sucesso com a UFLA no âmbito do Programa Nacional de Cooperação Acadêmica (Procad) – que visa à cooperação acadêmica com previsão de ajuda mútua. A parceria promove a interação entre o Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo da UFLA e a Pós-Graduação em Solos e Nutrição de Plantas da Universidade Federal do Pauí (UFPI).

Emocionada com os frutos da parceria, a coordenadora do Programa na UFLA, professora Fatima Moreira, sintetiza a interação com a UFPI: “foi uma simbiose perfeita”. Durante a cerimônia de homenagens prestadas à autora da tese e aos gestores da iniciativa, a professora destacou que a parceria rendeu vantagens recíprocas em uma perfeita relação mutualística – “Nós ajudamos o outro programa e também fomos muito ajudados, com a recepção de estudantes altamente competentes”, destacou, lembrando que os três egressos do Programa, vindos da UFPI (Campus Professora Cinobelina Elvas CPCE – Bom Jesus) já estão empregados.

Na foto, o detalhe da defesa, acompanhada pela coorientadora da Universidade de Ghent, professora Anne Willems

A interação entre a UFLA e a UFPI foi proposta pelo então coordenador do curso de Mestrado em Solos e Nutrição de Plantas do UFPI (CPCE), Júlio César Azevedo Nóbrega. Desde o início, a parceria contou com o apoio e incentivo da professora Rafaela Simão Abrahão Nóbrega, ambos egressos do programa de Pós-Graduação da UFLA.

Além do fortalecimento dos dois programas, o intercâmbio rendeu inúmeros trabalhos científicos publicados em periódicos relevantes, treinamento e atualização para os discentes e professores, além da oportunidade e incentivo para os discentes dos cursos de agrárias da UFPI cursarem a pós-graduação em Solos.

Para a professora Rafaela Nóbrega, homenageada durante a defesa, o Procad possibilitou a realização de um trabalho conjunto dentro das realidades de cada instituição. “A interação com a UFLA foi essencial para a Pós-graduação em Solos e Nutrição de Plantas da UFPI, uma vez que possibilitou ampliar novos horizontes de pesquisa, estudo e trabalho aos discentes do CPCE e também a fomentar nossa capacidade de pesquisa e trabalho”, considerou.

Elaine Costa e o pós-graduando Francisco Hélcio Canuto de Amaral foram os primeiros discentes a ingressarem na UFLA no mestrado. Depois deles, vários outros egressos da UFPI já conquistaram uma vaga no disputado processo seletivo para o doutorado na UFLA.

Professores ligados ao PPGCS prestam homenagem à autora da primeira tese defendida e à professora Rafaela Nóbrega, egressa do PPGCS e uma das incentivadoras da interação UFLA e UFPI. Na sequencia, professora Fátima Moreira, Rafaela Nóbrega (UFPI), Elaine Costa (UFMS), o chefe do DCS/UFLA, professor Moacir de Souza Junior, José Maria de Lima (pró-reitor de Pesquisa), Carlos Alberto Silva e Marco Aurélio Carneiro.

Diretrizes para publicação de notícias de pesquisa no Portal da UFLA e Portal da Ciência

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A Comunicação da UFLA, por meio do projeto Núcleo de Divulgação Científica e da Coordenadoria de Divulgação Científica, assumiu o forte compromisso de compartilhar continuamente com a sociedade as pesquisas científicas produzidas na Instituição, bem como outros conteúdos de conhecimento que possam contribuir com a democratização do saber.

Sendo pequeno o número de profissionais na equipe de Comunicação da UFLA; sendo esse órgão envolvido também com todas as outras demandas de comunicação institucional, e considerando que as reportagens de pesquisa exigem um trabalho minucioso de apuração, redação e revisões, não é possível pautar todas as pesquisas em desenvolvimento na UFLA para que figurem no Portal da Ciência e no Portal UFLA. Sendo assim, a seleção de pautas seguirá critérios jornalísticos. Há também periodicidades definidas de publicação.

Todos os estudantes e professores interessados em popularizar o conhecimento e compartilhar suas pesquisas, podem apresentar sugestão e pauta à Comunicação pelo Suporte. As propostas serão analisadas com base nas seguintes premissas:

  • Deve haver tempo hábil para produção dos conteúdos: mínimo de 20 dias corridos antes da data pretendida de publicação. A possibilidade de publicações em prazo inferior a esse será avaliada pela Comunicação.

  • Algumas pautas (pesquisas) podem ser contempladas para publicação no Portal, produção de vídeo para o Youtube, produção de vídeo para Instagram e produção de spot para o quadro Rádio Ciência (veiculação na Rádio Universitária). Outras pautas, a critério das avaliações jornalísticas, poderão ter apenas parte desses produtos, ou somente reportagem no Portal. Outras podem, ainda, ser reservadas para publicação na revista de jornalismo científico Ciência em Prosa.

  • As matérias especiais de pesquisa e com conteúdos completos serão publicadas uma vez por semana.

  • É possível a publicação de notícias sobre pesquisa não só quando finalizadas. Em algumas situações, a pesquisa pode ser noticiada quando é iniciada e também durante seu desenvolvimento.

  • A ordem de publicação das diversas matérias em produção será definida pela Comunicação, considerando tempo decorrido da sugestão de pauta, vínculo do estudo com datas comemorativas e vínculo do estudo com acontecimentos factuais que exijam a publicação em determinado período.

  • O pesquisador que se dispõe a divulgar seus projetos também deve estar disponível para responder dúvidas do público que surgirem após a divulgação, assim como para atendimento à imprensa, caso haja interesse de veículos externos em repercutir a notícia.

  • Os textos são publicados, necessariamente, em linguagem jornalística e seguindo definições do Manual de Redação da Comunicação. O pesquisador deve conferir a exatidão das informações no texto final da matéria e dialogar com o jornalista caso haja necessidade de alterações, de forma a se preservar a linguagem e o formato essenciais ao entendimento do público não especializado.

Sugestões para aperfeiçoamentos neste Portal podem ser encaminhadas para comunicacao@ufla.br.



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