O rompimento da Barragem do Fundão, ocorrido em 2015 no distrito de Bento Gonçalves, em Mariana (MG), é considerado o maior desastre ambiental do país. Cerca de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos foram lançados, destruindo casas, poluindo rios e causando mortes. O impacto gerado ao meio ambiente nessa região fez com que pesquisadores buscassem meios para recuperar as áreas degradadas pela tragédia. Uma pesquisa desenvolvida no Departamento de Ciências Florestais da Universidade Federal de Lavras (DCF/UFLA), pelo professor Lourival Marin Mendes, visa a aplicação do rejeito de mineração na produção de tijolos feitos de barro, conhecidos como adobe.

O adobe é um tijolo maciço constituído basicamente de terra crua e água. Geralmente, é moldado em fôrma, em um processo artesanal ou semi-industrial. Essa é uma técnica milenar que foi muito aplicada no Brasil durante a colonização e está presente até hoje nas cidades históricas de Minas Gerais. “Mariana está próxima da rota turística, faz parte da Estrada Real, e o uso desses tijolos vem ao encontro da conservação do patrimônio histórico. Além disso, produzir o adobe utilizando o rejeito possibilita a recuperação não só ambiental, como também econômica da região”, explica Lourival.

O rejeito, após o rompimento, espalhou-se por uma vasta área, o que torna acessível o trabalho dos pesquisadores em campo, que irão recolher o material para análises e produção dos tijolos. “Precisamos avaliar o rejeito para conseguirmos chegar mais próximos das características principais do adobe feito de terra. Iremos fazer a caracterização da lama, incluindo novos materiais para melhorar a qualidade do tijolo. De certa forma, podemos dizer que esse trabalho será um meio de remediar parte do problema que assolou a região”, diz o professor.

A pesquisa, que foi contemplada em edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) em parceria com a Fundação Renova, está situada no eixo “memória histórica, cultural e artística” e tem o objetivo de desenvolver metodologias construtivas simples, utilizando os rejeitos de mineração, desenvolvendo técnicas de baixo custo, para a fabricação dos adobes.

O professor Lourival enfatiza também o lado social do trabalho. “Faremos uma ação direta com a população local e depois pretendemos disponibilizar material didático simples, com linguagem clara, e distribuir para as pessoas que foram afetadas pelo desastre, para que possam recuperar seus patrimônios e, quem sabe, gerar um plano de negócios, trazendo renda para as famílias”.

Workshop

Com a finalidade de levar informação e promover maior conhecimento aos discentes do Departamento de Ciências Florestais, a equipe envolvida na pesquisa realizou, no final do mês de agosto, um Workshop que abordou não só os trabalhos que serão desenvolvidos durante o período do projeto, como também a importância da utilização desse tipo de tijolo como meio de conservação ambiental. “Foi possível mostrar aos estudantes que o adobe é feito de material viável, sustentável e ecologicamente correto, sendo uma boa alternativa para tentarmos amenizar o problema ambiental de Mariana”, explicou a professora do Departamento de Engenharia Andréa Corrêa, especialista na fabricação de tijolos adobe.

Texto: Caroline Batista,  jornalista - bolsista Dcom/Fapemig

Imagens: Eder Spuri - bolsista Dcom/Fapemig

Edição do Vídeo: Rafael de Paiva - estagiário  Dcom/UFLA

Diretrizes para publicação de notícias de pesquisa no Portal da UFLA e Portal da Ciência

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A Comunicação da UFLA, por meio do projeto Núcleo de Divulgação Científica e da Coordenadoria de Divulgação Científica, assumiu o forte compromisso de compartilhar continuamente com a sociedade as pesquisas científicas produzidas na Instituição, bem como outros conteúdos de conhecimento que possam contribuir com a democratização do saber.

Sendo pequeno o número de profissionais na equipe de Comunicação da UFLA; sendo esse órgão envolvido também com todas as outras demandas de comunicação institucional, e considerando que as reportagens de pesquisa exigem um trabalho minucioso de apuração, redação e revisões, não é possível pautar todas as pesquisas em desenvolvimento na UFLA para que figurem no Portal da Ciência e no Portal UFLA. Sendo assim, a seleção de pautas seguirá critérios jornalísticos. Há também periodicidades definidas de publicação.

Todos os estudantes e professores interessados em popularizar o conhecimento e compartilhar suas pesquisas, podem apresentar sugestão e pauta à Comunicação pelo Suporte. As propostas serão analisadas com base nas seguintes premissas:

  • Deve haver tempo hábil para produção dos conteúdos: mínimo de 20 dias corridos antes da data pretendida de publicação. A possibilidade de publicações em prazo inferior a esse será avaliada pela Comunicação.

  • Algumas pautas (pesquisas) podem ser contempladas para publicação no Portal, produção de vídeo para o Youtube, produção de vídeo para Instagram e produção de spot para o quadro Rádio Ciência (veiculação na Rádio Universitária). Outras pautas, a critério das avaliações jornalísticas, poderão ter apenas parte desses produtos, ou somente reportagem no Portal. Outras podem, ainda, ser reservadas para publicação na revista de jornalismo científico Ciência em Prosa.

  • As matérias especiais de pesquisa e com conteúdos completos serão publicadas uma vez por semana.

  • É possível a publicação de notícias sobre pesquisa não só quando finalizadas. Em algumas situações, a pesquisa pode ser noticiada quando é iniciada e também durante seu desenvolvimento.

  • A ordem de publicação das diversas matérias em produção será definida pela Comunicação, considerando tempo decorrido da sugestão de pauta, vínculo do estudo com datas comemorativas e vínculo do estudo com acontecimentos factuais que exijam a publicação em determinado período.

  • O pesquisador que se dispõe a divulgar seus projetos também deve estar disponível para responder dúvidas do público que surgirem após a divulgação, assim como para atendimento à imprensa, caso haja interesse de veículos externos em repercutir a notícia.

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