Na UFLA, diversos laboratórios de diferentes cursos têm buscado em fontes renováveis novas opções de embalagens biodegradáveis, sejam elas ativas, inteligentes ou blendas. Há mais de 13 anos, novas embalagens para alimentos têm sido alvo de diversas pesquisas no Laboratório de Embalagens do Departamento de Ciência dos Alimentos (DCA). Para a professora Soraia Vilela Borges, no futuro as embalagens deverão ser as “blendas ou compósitos ativos e inteligentes”, ou seja, embalagens que trazem consigo diversas funções e materiais com propriedades antimicrobianas e resistência térmica, por exemplo.
As pesquisas com embalagens no DCA visam atender às demandas de produtos cárneos, derivados do leite e frutas, considerados alimentos mais perecíveis. “Esses produtos requerem embalagens convencionais mais caras, impermeáveis; então, se colocarmos um filme contendo substâncias livres ou encapsuladas, um sachê no interior da embalagem que tenha propriedades antimicrobiana e antioxidante, por exemplo, é possível diminuir o custo daquela embalagem que vai por cima e aumentar a vida útil daquele produto, garantindo também sua segurança nutricional”, explica Soraia. A professora Marali Vilela Dias, que coordena juntamente com a professora Soraia o laboratório, ressalta que os estudos utilizam também a nanotecnologia. “A incorporação dessas nanopartículas contribui para reforçar esses materiais, melhorando suas propriedades e colaborando também para deixar essas embalagens mais eficientes em suas funções ativas ou inteligentes.”
Uma das pesquisas desenvolvidas atualmente no DCA com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – Fapemig, desenvolve uma embalagem que utiliza a casca de tomate para tornar a embalagem antioxidante. “O objetivo deste trabalho é o reaproveitamento da casca de tomate, que é um resíduo da produção de molhos de tomate para a obtenção de um filme biodegradável e antioxidante.
A casca de tomate foi adicionada ao amido de mandioca e as embalagens foram obtidas pelo processo de extrusão”, explica a doutoranda Laura Fonseca. A casca de tomate é rica em licopeno, um poderoso antioxidante responsável pela coloração avermelhada do tomate. “Nos testes iniciais, observamos que o filme com a casca de tomate obteve uma ação antioxidante muito boa e agora vamos aplicar essa embalagem em castanhas. ”
As castanhas possuem problemas com a oxidação lipídica, que provoca a deterioração das propriedades do alimento (causando o chamado ranço). De acordo com Laura, o próximo passo da pesquisa é o teste da embalagem nas castanhas, para verificar o tempo de armazenamento e a ação antioxidante da casca do tomate.
Reportagem: Karina Mascarenhas, jornalista - bolsista Dcom/Fapemig
Imagens: Luiz Felipe Souza - Editor/Dcom
Edição do Vídeo: Sérgio Augusto - Editor/Dcom e Rafael de Paiva - estagiário Dcom/UFLA