A tese de doutorado “Abordagem geoestatística para o mapeamento de potenciais clusters industriais”, do Departamento de Administração e Economia (DAE) da Universidade Federal de Lavras (UFLA), tratou da concentração geográfica de empresas da indústria do café com o objetivo de identificar potenciais arranjos produtivos locais (APLs). A pesquisa foi realizada pelo economista Caio Peixoto Chain, com orientação dos professores Antônio Carlos dos Santos e Luiz Gonzaga Castro Junior.
As regiões identificadas foram Matas de Minas, Capelinha e Sul de Minas. Chain, que também é pesquisador do Centro e Inteligência em Mercados (CIM) da Agência de Inovação do Café (InovaCafé), deu continuidade à linha desenvolvida em seu mestrado na UFLA. Segundo o autor, o conceito de cluster é trabalhado sob o ponto de vista de uma estratégia de política industrial. “A estratégia de cluster busca coordenar a indústria do café e agentes correlatos, como cafeicultores, cafeterias, universidade, centros de pesquisa, entre outros, estimulando agregar valor ao produto café”, explicou.
O estudo georreferenciou quase 10 mil indústrias da economia mineira e aproximadamente 300 torrefadoras de café, cujos dados foram coletados no Cadastro Industrial de Minas Gerais (CIMG), no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e na Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC). Com base em tais dados, foi aplicada uma abordagem geoestatística, que comprovou que a indústria de café não está localizada de forma aleatória, ou seja, existem regiões com aglomerações de empresas torrefadoras.
De acordo com o autor, são tais aglomerações que indicam a existência de potenciais Arranjos Produtivos Locais. Como contribuições para a ciência econômica, o estudo demonstrou o viés direcional na localização de empresas e os resultados em mapas georreferenciados, além de estimar um índice de concentração no nível das empresas, o que é inédito para a literatura da área. Foram também contribuições o favorecimento da criação de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento regional e setorial (no caso específico, o café), além da proposição de uma metodologia mais eficiente e assertiva para a identificação de potenciais APLs e das regiões às quais pertencem.
Ascom InovaCafé