A barra alimentícia, conhecida popularmente como barrinha de cereal, foi objeto de estudo da mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Alimentos da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Maísa Mancini Matioli de Sousa. Ela avaliou o produto quanto à impressão global, intenção de compra, preferência e expectativa, antes e após o consumo da barra.
A pesquisa aferiu a viabilidade de introdução no mercado de uma barra alimentícia adicionada de café e a intenção de compra dos consumidores, além de identificar o melhor conceito e os possíveis segmentos de mercado para inserção do produto.
Desenvolvimento
O estudo foi dividido em duas fases: a etapa qualitativa, na qual a discente entrevistou dois grupos focais de pessoas; e a etapa quantitativa, que foi feita a partir de análise sensorial e questionário estruturado sobre opinião e comportamento em relação à barra alimentícia, avaliado através de estatísticas descritivas e multivariadas.
Resultados
Os resultados da pesquisa demonstraram os principais aspectos considerados pelos consumidores em relação ao produto: segundo a avaliação qualitativa, o consumidor prefere embalagens com cores foscas variando nos tons relacionados aos grãos de café. Essas são melhores para a embalagem que contém a informação “sabor café especial – 100% arábica”. Quanto à segmentação de mercado, foi possível concluir que “o grupo dos consumidores saudáveis e conscientes é o segmento com maior potencial para ser explorado com relação à compra e consumo da barra alimentícia adicionada de café”, explica Maísa.
O projeto, iniciado através do Programa do Polo de Excelência do Café e INCT Café, teve o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e faz parte da linha de pesquisa que busca o desenvolvimento de novos produtos à base de café desenvolvida pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Alimentos da UFLA.
A análise inicial sobre o produto foi desenvolvida pela nutricionista e mestre em Ciência dos Alimentos pela UFLA Nathália de Souza Lara. Nessa análise, foi realizada a formulação, avaliação físico-química e sensorial da barra alimentícia adicionada de café. O estudo concluiu que a barra alimentícia composta por uva passa e com 100% de café destacou-se quanto à capacidade de proteção contra o estresse oxidativo e demonstrou satisfatória aceitabilidade, podendo ser uma nova alternativa para o mercado de produtos diferenciados, com possíveis efeitos benéficos à saúde.
A partir dos resultados iniciais que constataram o potencial do produto, o estudo seguiu com a análise de marketing feita pela nutricionista Maísa. A orientadora das duas pesquisas e professora da UFLA Rosemary Gualberto Fonseca Alvarenga Pereira afirma que, além de ser muito apreciado, o café oferece diversos benefícios à saúde. Nesse caso, a associação do produto com a uva passa potencializou o poder antioxidante. “Queremos explorar esse produto essencialmente brasileiro e o próximo passo da pesquisa é a extração de aromas de cafés especiais para inserção em filmes comestíveis na barra alimentícia”, adianta.
O coorientador das pesquisas e professor da UFLA João de Deus Souza Carneiro explica que desenvolver um novo produto é algo complexo e que envolve diferentes áreas de pesquisa: “Estamos no caminho certo seguindo com a análise de mercado para entender melhor a percepção dos futuros consumidores – um público que está cada vez mais preocupado com a qualidade, segurança alimentar e que almejam produtos saudáveis”, afirma.