Por meio de sensores localizados a aproximadamente 800 Km da superfície da terra, uma proposta inédita revela uma técnica alternativa e complementar para se distinguir um solo argiloso de um arenoso por intermédio de fotos de um satélite. Tradicionalmente, as amostras de terra são analisadas em laboratório.
A tese de doutorado que indica que o procedimento é possível é de Marcos Nanni. O aluno desenvolveu a pesquisa no Laboratório de Sensoriamento Remoto, do departamento de Solos e Nutrição de Plantas da ESALQ, orientado pelo professor José Alexandre M. Demattê.
Como exemplo da técnica utilizada, os pesquisadores mostram que a luz do sol incide na amostra de terra e interage em diferentes comprimentos de onda da natureza. O mais conhecido é aquele detectado pelo olho humano, o visível. Entretanto, os equipamentos sensores captam a energia refletida pela amostra de terra nos mais diversos comprimentos de onda, inclusive aqueles que o olho humano não pode enxergar.
Os componentes da amostra de terra (areia, argila e matéria orgânica) interagem com a luz nos diferentes comprimentos de onda permitindo que a mesma seja captada pelo sensor. Esse resultado então é analisado e interpretado, gerando modelos matemáticos que visam estimar o quanto tem de cada componente na amostra de terra.
A conclusão desta análise permite gerar ao intérprete informações mais rápidas sobre a terra que deseja avaliar, tornando-as úteis para o conhecimento do solo e base para o desenvolvimento agrícola e ambiental.
Além da instalação de sensores em laboratórios ou em satélites, a idéia dos pesquisadores é a colocação destes sensores também em tratores para medição automática dos componentes do solo.
Vale destacar que um artigo científico com base na tese de doutorado de Marcos Nanni e de seu orientador, professor Alexandre Demattê, foi publicado na mais conceituada revista do mundo na área de ciência do solo, Soil Science Society of América Journal. O assunto foi motivo de capa na revista.
Mais informações: jamdemat@carpa.ciagri.usp.br