A investigação de crimes como invasões de terras indígenas, extração irregular de minérios e desmatamento de áreas de preservação ambiental é uma das atribuições do Ministério Público Federal. Para agilizar a apuração de delitos como esses, a Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise (SPPEA) do órgão desenvolveu, em parceria com a Agência de Inovação Zetta, da Universidade Federal de Lavras (UFLA), e a Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ), uma ferramenta para auxiliar na análise e apuração de dados: a plataforma GeoRadar.

A plataforma automatiza procedimentos que envolvem a troca de informações entre diversas instituições públicas e poderiam requerer meses até sua conclusão, gerando visualizações espaciais das investigações. Essa agilidade e precisão são alcançadas a partir do cruzamento de bases de dados de diversas instituições públicas, como a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (INPE). 

Com a ferramenta, é possível, por exemplo, visualizar atividades embargadas em terras indígenas, bem como propriedades e atividades de mineração irregulares nesses territórios. Essa visualização é feita a partir do cruzamento de bases de dados de diferentes instituições. Os pontos mostrados no mapa são associados a uma série de dados e atributos, que possibilitam, por exemplo, a identificação, por CPF, dos envolvidos nos crimes.

Detalhe do cruzamento das bases de dados de terras indígenas e embargos do Ibama. Os pontos que aparecem no mapa representam os embargos
Detalhe do cruzamento das bases de dados de terras indígenas
e embargos do Ibama. Os pontos que aparecem no mapa
representam os embargos

Lançado em outubro do ano passado com 300 bases de dados públicas, o sistema reúne, no momento, 450 bases e pode agregar ainda mais. “O aumento do número de bases de dados amplia o poder de investigação com o sistema. Com acesso a mais dados, é possível fazer novas perguntas e obter novas análises. O objetivo é que, com o tempo, os próprios procuradores agreguem novas bases de dados.”, explica o coordenador do projeto de desenvolvimento da plataforma na UFLA, professor Ricardo Terra. 

Há pouco meses em operação, a plataforma já tem auxiliado em investigações pelo País. Reportagem veiculada pelo Jornal Nacional mostrou que, no Maranhão, o GeoRadar ajudou a identificar mais de duas mil áreas declaradas como imóveis rurais na terra indígena Bacurizinho, localizada no município de Grajaú. Em Rondônia, registros de 87 fazendas na  terra indígena Karipuna também têm sido investigados com o suporte do sistema.

Inicialmente, a operação do GeoRadar está restrita aos procuradores federais, que vêm recebendo treinamento para aprender a explorar todos os recursos. O objetivo, no entanto, é abrir a plataforma progressivamente para operação nos Ministérios Públicos Estaduais e nas polícias. Trabalha-se, ainda, com a perspectiva de que, no futuro, qualquer cidadão possa utilizá-la.

 

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais - Fapemig.

Diretrizes para publicação de notícias de pesquisa no Portal da UFLA e Portal da Ciência

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A Comunicação da UFLA, por meio do projeto Núcleo de Divulgação Científica e da Coordenadoria de Divulgação Científica, assumiu o forte compromisso de compartilhar continuamente com a sociedade as pesquisas científicas produzidas na Instituição, bem como outros conteúdos de conhecimento que possam contribuir com a democratização do saber.

Sendo pequeno o número de profissionais na equipe de Comunicação da UFLA; sendo esse órgão envolvido também com todas as outras demandas de comunicação institucional, e considerando que as reportagens de pesquisa exigem um trabalho minucioso de apuração, redação e revisões, não é possível pautar todas as pesquisas em desenvolvimento na UFLA para que figurem no Portal da Ciência e no Portal UFLA. Sendo assim, a seleção de pautas seguirá critérios jornalísticos. Há também periodicidades definidas de publicação.

Todos os estudantes e professores interessados em popularizar o conhecimento e compartilhar suas pesquisas, podem apresentar sugestão e pauta à Comunicação pelo Suporte. As propostas serão analisadas com base nas seguintes premissas:

  • Deve haver tempo hábil para produção dos conteúdos: mínimo de 20 dias corridos antes da data pretendida de publicação. A possibilidade de publicações em prazo inferior a esse será avaliada pela Comunicação.

  • Algumas pautas (pesquisas) podem ser contempladas para publicação no Portal, produção de vídeo para o Youtube, produção de vídeo para Instagram e produção de spot para o quadro Rádio Ciência (veiculação na Rádio Universitária). Outras pautas, a critério das avaliações jornalísticas, poderão ter apenas parte desses produtos, ou somente reportagem no Portal. Outras podem, ainda, ser reservadas para publicação na revista de jornalismo científico Ciência em Prosa.

  • As matérias especiais de pesquisa e com conteúdos completos serão publicadas uma vez por semana.

  • É possível a publicação de notícias sobre pesquisa não só quando finalizadas. Em algumas situações, a pesquisa pode ser noticiada quando é iniciada e também durante seu desenvolvimento.

  • A ordem de publicação das diversas matérias em produção será definida pela Comunicação, considerando tempo decorrido da sugestão de pauta, vínculo do estudo com datas comemorativas e vínculo do estudo com acontecimentos factuais que exijam a publicação em determinado período.

  • O pesquisador que se dispõe a divulgar seus projetos também deve estar disponível para responder dúvidas do público que surgirem após a divulgação, assim como para atendimento à imprensa, caso haja interesse de veículos externos em repercutir a notícia.

  • Os textos são publicados, necessariamente, em linguagem jornalística e seguindo definições do Manual de Redação da Comunicação. O pesquisador deve conferir a exatidão das informações no texto final da matéria e dialogar com o jornalista caso haja necessidade de alterações, de forma a se preservar a linguagem e o formato essenciais ao entendimento do público não especializado.

Sugestões para aperfeiçoamentos neste Portal podem ser encaminhadas para comunicacao@ufla.br.



Plataforma de busca disponibilizada pela PRP para localizar grupos de pesquisa, pesquisadores, projetos e linhas de pesquisa da UFLA