Renato Fontes

Professor do Departamento de Gestão do Agronegócio (DGA/Esal/UFLA)

Após ultrapassar mais de uma centena de participações em entrevistas para diversos meios de comunicação, compartilho uma reflexão e destaco a importância de desenvolver essa atividade como parte da extensão universitária, um dos pilares da UFLA. A extensão universitária realizada por meio de entrevistas desempenha um papel fundamental na divulgação do conhecimento acadêmico para a sociedade, de maneira acessível, para um público mais amplo.

Além disso, essas entrevistas promovem a interação entre a universidade e a comunidade, fortalecendo os laços e aumentando o impacto social da UFLA, já que as universidades não são apenas centros de ensino e pesquisa, mas também têm a responsabilidade de compartilhar suas descobertas e inovações com o público. Nesse contexto, a interação com a mídia se torna uma ferramenta poderosa para cumprir essa missão. Quando essa colaboração é estruturada como uma ação de extensão universitária, seu impacto social é ainda mais significativo.

Quando a relação entre a imprensa e a UFLA é formalizada como uma ação de extensão universitária, o potencial de impacto social é ampliado. A extensão universitária tem como objetivo principal levar o conhecimento acadêmico para além dos muros da universidade, contribuindo para o desenvolvimento social e cultural da comunidade. A parceria com a mídia potencializa essa missão, permitindo que projetos de extensão, como campanhas educativas, cursos, seminários e publicações, alcancem um público mais vasto e diverso.

Ao atender a imprensa, os acadêmicos têm a oportunidade de divulgar o conhecimento gerado na universidade para um público mais amplo. As entrevistas e participações em programas de rádio, TV e internet permitem que informações valiosas, que muitas vezes permanecem confinadas aos círculos acadêmicos, alcancem pessoas que podem se beneficiar diretamente delas. Esse processo contribui para a democratização do conhecimento, tornando-o acessível a todos os segmentos da sociedade.

A mídia tem a capacidade de traduzir o conhecimento técnico e científico, muitas vezes restrito ao meio acadêmico, em informações acessíveis ao grande público. Dessa forma, ela desempenha um papel essencial na educação da sociedade, ao mesmo tempo em que enriquece o debate público sobre temas importantes, como agronegócio, economia, saúde, meio ambiente, tecnologia e políticas públicas. Essa disseminação de informações não apenas educa, mas também fortalece a população, fornecendo-lhe as ferramentas para participar ativamente em questões que afetam sua vida cotidiana.

Nesse processo, é essencial destacar a valiosa colaboração de repórteres, editores e cinegrafistas. São eles que, com seu profissionalismo e dedicação, tornam possível a transmissão clara e precisa das informações.

Por outro lado, a UFLA se estabelece como uma fonte confiável de informações para a imprensa. Pesquisadores e acadêmicos são frequentemente consultados para fornecer análises fundamentadas sobre questões de interesse público. Essa troca não apenas melhora a qualidade do jornalismo, mas também reforça a importância das instituições de ensino superior, destacando seu papel como agentes de transformação social.

Participar de entrevistas e interações com a mídia oferece diversos benefícios para os acadêmicos, de maneira multifacetada e significativa. A visibilidade oferecida por essas oportunidades de comunicação pode destacar o trabalho dos pesquisadores e aumentar o reconhecimento de sua expertise, tanto no meio acadêmico quanto na sociedade em geral. Esse reconhecimento é crucial para consolidar a confiança profissional dos acadêmicos e elevar o perfil de suas pesquisas. Essa interação com a mídia oferece oportunidades valiosas de networking, favorecendo novas colaborações e parcerias enriquecedoras.

Relato meu aprendizado ao longo do tempo, destacando a oportunidade de vivenciar uma variedade de cenários e formatos de entrevistas. Desde materiais gravados e específicos ao vivo pela TV e internet até participações presenciais, cada entrevista trouxe consigo um conjunto único de desafios e aprendizados. O foco em cada uma delas foi sempre abordar temas de extrema relevância para a economia rural, como os preços das commodities, as dinâmicas do agronegócio e as tendências econômicas que afetam diretamente a vida dos produtores rurais e das empresas do setor. Por meio dessas interações, não busquei apenas informar, mas também ir além da simples divulgação de informações, trazendo novas perspectivas e soluções práticas para os desafios enfrentados pelos agentes do agronegócio.

Essas experiências moldaram minha abordagem na comunicação, destacando a importância de uma narrativa clara e de um entendimento profundo dos temas discutidos. Aprendi que a eficácia da comunicação não é apenas a precisão dos dados transmitidos, mas também a capacidade de contextualizar esses dados dentro de um cenário maior, que faz sentido para o público-alvo.

Entretanto, essa relação não está isenta de desafios. Um dos principais obstáculos é a necessidade de traduzir conteúdos acadêmicos complexos para uma linguagem acessível, sem perder a precisão e a integridade das informações. Além disso, é fundamental que a imprensa mantenha um compromisso com a verdade, evitando distorções ou simplificações excessivas que possam comprometer a qualidade da informação.

Essa marca de 100 entrevistas é um testemunho do poder da comunicação e da extensão universitária em promover o conhecimento e o desenvolvimento, demonstrando o dinamismo da UFLA, sempre em busca de novas maneiras de contribuir para o crescimento e a sustentabilidade do agronegócio e da sociedade brasileira. Essa sinergia é essencial para o fortalecimento da ciência e para o bem estar social em um mundo cada vez mais complexo e interconectado.

 

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