Em meados de 2018, os autores Bruno Adriano Rodrigues da Silva e Kleber Tüxen Carneiro foram instigados a “escavar”, ou melhor, perscrutar a tessitura histórica da Editora UFLA. Ao examinar o tecido histórico da Instituição não se encontrou apenas o nascedouro da Editora UFLA, mas os lastros da organização do campo científico da remota Escola Superior de Agricultura de Lavras (ESAL). 

Para retratar tal decurso, os autores evocam uma alegoria (pertinente ao contexto em questão:, a “locomotiva literária”, pela qual os leitores são convidados a revisitar o passado. A bordo dela, é feita uma incursão histórica que percorre três momentos, aliás “três estações”, por assim dizer. 

A primeira delas remonta ao século XIX, quando a ferrovia tinha acabado de chegar a Lavras (MG), na realidade a Ribeirão Vermelho (MG). A imprensa escrita, ao que se tem notícia, também se desenvolveu naquele instante. Chegaram as primeiras tipografias – ares de modernidade – e alguns missionários presbiterianos cujas ações incluíram a fundação do Instituto Evangélico de Lavras. Com isso, as questões de ordem confessional passaram a estar em evidência, bem como a agricultura. Por efeito, a produção de impressos se tornou uma prática (in)formativa para a cidade, tratando de questões próprias ao contexto. 

A segunda estação é a Ciência; a propósito, uma marca. A Ciência que sobrepujou a instituição dos presbiterianos, adentrando, por sua vez, a cidade de Lavras (MG). A escola se desenvolveu tanto quanto a cidade. Um campo científico foi instaurado, a ponto de a circulação de impressos vir à tona novamente. A Ciência patenteando esse desenvolvimento. Por efeito disso, a pós-graduação chega à Escola Superior de Agricultura de Lavras (ESAL). E como a “locomotiva literária” por ela passa, o leitor deparar-se-á com uma história diferente daquela que grassa no interior da cultura institucional (imaginário fundante). Sua prospecção, aliás, revelou personagens e instituições sem as quais, provavelmente, os rumos seriam outros. 

Por fim, tem-se a terceira e última parada da “locomotiva”, curiosamente retornando à Ciência, dessa vez já no solo (fértil) da vigorosa Universidade Federal de Lavras (UFLA), quando a mesma lança mão para criar sua própria Editora, com uma finalidade científica. 

A obra destaca que a Ciência sempre esteve presente e desenvolvendo a centenária instituição sul-mineira, que resolveu ampliar seus horizontes e “dialogar” cientificamente com outras ciências: as humanas, as sociais e as da saúde. Em última análise, resolveu cumprir sua função social e propalar as ciências.



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