O professor Júlio Louzada, do Programa de Pós-Graduação em Ecologia Aplicada da Universidade Federal de Lavras (UFLA), participou de um estudo inédito publicado na renomada revista Nature Climate Change. A pesquisa alerta que apenas a conservação de estoques de carbono não é garantia de conservação da biodiversidade.

 


O professor Júlio Louzada salienta a preocupação dos pesquisadores com relação às atuais políticas de conservação. “Há áreas que tem elevada biodiversidade e nem tanto volume de carbono e se formos usar a atual lógica, áreas assim seriam degradadas e perderíamos a sua biodiversidade. As atuais políticas públicas caminham para uma supervalorização de áreas com grandes quantidades de carbono, visto que a biodiversidade ainda não se tornou algo tão atrativo para o mercado. Nossa pesquisa mostrou que nem sempre que se consegue conservar o estoque de carbono é possível preservar a biodiversidade”.O estudo é parte da produção acadêmica da Rede Amazônia Sustentável, que integra mais de cem pesquisadores. Foram analisadas 39 microbacias do Pará, desde áreas de pastagens até áreas de florestas primárias sem qualquer distúrbio. Os pesquisadores avaliaram a região, durante 18 meses, com medições do conteúdo de carbono e da diversidade de espécies de plantas, pássaros e besouros em 234 áreas.

Até então, acreditava-se que ao preservar grandes estoques de carbono, automaticamente, a biodiversidade estaria garantida. “Uma empresa dos EUA, por exemplo, lança muito carbono na atmosfera, e para compensar esse dano, ela pode comprar carbono de outro local, como das florestas tropicais. Esse movimento resultou em grande interesse nos estoques mundiais de carbono”, destaca o professor Louzada.

A pesquisa mostra que a relação entre carbono estocado e biodiversidade ocorre, só que até determinado ponto. “Nas florestas mais conservadas e sem distúrbio essa relação é bem menor que nas florestas secundárias, por exemplo, pois há outros fatores que interferem na biodiversidade, como as interações ecológicas e heterogeneidade microclimática”.

Desta forma, os pesquisadores chegaram à conclusão de que é necessário realizar um planejamento mais integrado. “Políticas públicas focadas exclusivamente na conservação de maiores estoques de carbono não são sinônimo de maior biodiversidade e medidas conservacionistas mais elaboradas precisam ser colocadas em pauta”. Os pesquisadores salientam que é possível balancear os ganhos com a conservação de carbono e a biodiversidade, assim, garante-se a conservação e reduz as emissões desnecessárias de carbono para a atmosfera. 

Diretrizes para publicação de notícias de pesquisa no Portal da UFLA e Portal da Ciência

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A Comunicação da UFLA, por meio do projeto Núcleo de Divulgação Científica e da Coordenadoria de Divulgação Científica, assumiu o forte compromisso de compartilhar continuamente com a sociedade as pesquisas científicas produzidas na Instituição, bem como outros conteúdos de conhecimento que possam contribuir com a democratização do saber.

Sendo pequeno o número de profissionais na equipe de Comunicação da UFLA; sendo esse órgão envolvido também com todas as outras demandas de comunicação institucional, e considerando que as reportagens de pesquisa exigem um trabalho minucioso de apuração, redação e revisões, não é possível pautar todas as pesquisas em desenvolvimento na UFLA para que figurem no Portal da Ciência e no Portal UFLA. Sendo assim, a seleção de pautas seguirá critérios jornalísticos. Há também periodicidades definidas de publicação.

Todos os estudantes e professores interessados em popularizar o conhecimento e compartilhar suas pesquisas, podem apresentar sugestão e pauta à Comunicação pelo Suporte. As propostas serão analisadas com base nas seguintes premissas:

  • Deve haver tempo hábil para produção dos conteúdos: mínimo de 20 dias corridos antes da data pretendida de publicação. A possibilidade de publicações em prazo inferior a esse será avaliada pela Comunicação.

  • Algumas pautas (pesquisas) podem ser contempladas para publicação no Portal, produção de vídeo para o Youtube, produção de vídeo para Instagram e produção de spot para o quadro Rádio Ciência (veiculação na Rádio Universitária). Outras pautas, a critério das avaliações jornalísticas, poderão ter apenas parte desses produtos, ou somente reportagem no Portal. Outras podem, ainda, ser reservadas para publicação na revista de jornalismo científico Ciência em Prosa.

  • As matérias especiais de pesquisa e com conteúdos completos serão publicadas uma vez por semana.

  • É possível a publicação de notícias sobre pesquisa não só quando finalizadas. Em algumas situações, a pesquisa pode ser noticiada quando é iniciada e também durante seu desenvolvimento.

  • A ordem de publicação das diversas matérias em produção será definida pela Comunicação, considerando tempo decorrido da sugestão de pauta, vínculo do estudo com datas comemorativas e vínculo do estudo com acontecimentos factuais que exijam a publicação em determinado período.

  • O pesquisador que se dispõe a divulgar seus projetos também deve estar disponível para responder dúvidas do público que surgirem após a divulgação, assim como para atendimento à imprensa, caso haja interesse de veículos externos em repercutir a notícia.

  • Os textos são publicados, necessariamente, em linguagem jornalística e seguindo definições do Manual de Redação da Comunicação. O pesquisador deve conferir a exatidão das informações no texto final da matéria e dialogar com o jornalista caso haja necessidade de alterações, de forma a se preservar a linguagem e o formato essenciais ao entendimento do público não especializado.

Sugestões para aperfeiçoamentos neste Portal podem ser encaminhadas para comunicacao@ufla.br.



Plataforma de busca disponibilizada pela PRP para localizar grupos de pesquisa, pesquisadores, projetos e linhas de pesquisa da UFLA