Professor da UFLA apresenta tendências durante o Simpósio Cafés do Brasil

As cápsulas de café caíram no gosto do consumidor e passou de tendência para uma realidade no Brasil e no mundo. O café em “dose única”, também conhecido como monodose, une praticidade com qualidade. Comparado ao modo tradicional para tomar um bom café em casa, uma xícara produzida a partir das cápsulas leva apenas 30 segundos.

O mercado de cápsulas de café foi um dos temas abordados pelo professor da Universidade Federal de Lavras (UFLA) Luiz Gonzaga Castro Júnior, no primeiro dia da programação do IX Simpósio de Pesquisa Cafés do Brasil, realizado de 24 a 26 de junho, em Curitiba – Paraná. O professor participou do Painel Tendências do Consumo de Café, compartilhando a sessão com o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café – ABIC, Nathan Herszkowicz e a mediação do pesquisador Celso Vegro, do Instituto de Economia Agrícola (IEA).

Diretor da Agência de Inovação do Café – Inovacafé e coordenador do Bureau de Inteligência Competitiva do Café e Centro de Inteligência em Mercados, o professor Gonzaga apresentou os principais players do mercado e as tendência do consumo de café em diferentes partes do mundo, como China, Índia, Vietnã, México, Itália, Japão e Estados Unidos. Em todos os países, registra-se um crescimento significativo do consumo de cafés em cápsulas.

O professor destacou que além de toda a praticidade oferecida, as empresas do setor prezam por oferecer um produto diferenciado, com qualidade superior aos cafés torrados e moídos tradicionalmente comercializados no varejo. Nos Estados Unidos, por exemplo, maior consumidor de café no mundo, o aumento do consumo de cápsulas foi superior a 1000% nos últimos seis anos, já representando 15% do mercado. Na Itália, berço do café “espresso”, as cápsulas tiveram um crescimento de 220% no mesmo período.

Para o professor Gonzaga, as cápsulas seguem à tendência de se tomar café em casa, como a comodidade das máquinas modernas e qualidade superior do produto. Ele considera que o mercado de cápsulas tem alterado o padrão de consumo e as tendências apontam por inovações neste setor, em especial no desenvolvimento de novos materiais e apelo pela sustentabilidade. O fato é que o mercado avança e tira uma fatia de consumidores do torrado e moído tradicional e do café solúvel.

Em sua avaliação, o crescimento do mercado das monodoses não deverá afetar o consumo mundial de café, que segue a uma constante. O que pode acontecer é uma maior competitividade do café arábica, com agregação de valor ao produto e valorização do segmento de cafés especiais.

Esse ponto também foi reforçado por Celso Vegro, especialista em análises do setor. Ele considera que o debate não deve estar na redução da quantidade de café consumido, mas sim, no valor adicional que o novo modelo de negócio pode movimentar. Vegro defende que o mercado de cápsulas poderá gerar novos empregos e receitas, com uma nova dinâmica que pode ser benéfica ao setor. “Trata-se de um mercado diferentes, com outra logística e muito investimento em inovação”, enfatiza.

Sobre a política de preço desse segmento, Vegro explica que com a quebra de patente da cápsula em 2013 e a entrada de novos concorrentes a tendência será a redução gradativa do preço, entretanto, vale a lei do mercado, e o brasileiro tem aceitado bem os preços praticados, com crescimento no consumo desse produto na ordem de 50% ao ano. Crescimento que tem atraído a atenção e investimentos de grandes empresas no país.

Em sua apresentação, Nathan Herszkowicz também reforçou a força do mercado das cápsulas como uma das principais tendências de consumo. Segundo maior produtor de café no mundo, o Brasil consume cerca de 40% do café produzido no país (20,3 milhões de sacas em 2014). Ele destacou que não cresce apenas o consumo de cápsulas, mas também o desenvolvimento de tecnologias e empreendimentos, incluindo pequenas empresas que estão testando o novo modelo de negócio em seus mercados regionais.

Conhecimento Compartilhado

O Simpósio de Pesquisa dos Cafés é realizado a cada dois anos e esta edição está sendo realizada no Centro de Convenções de Curitiba, no estado do Paraná. Cerca de 600 participantes trocam informações sobre café e fortalecem a maior rede de pesquisa sobre o produto no mundo.  Representantes dos setores que compõem o agronegócio café, como pesquisadores, técnicos da extensão rural, estudantes, lideranças da cafeicultura, produtores de café, empresários do setor, imprensa especializada e demais interessados nos avanços da ciência e da tecnologia cafeeira participam do evento.

Com o tema “Consórcio Pesquisa Café – Oportunidades e Novos Desafios”, estão sendo apresentados resultados das pesquisas realizadas no País e, sobretudo, nas 10 instituições fundadoras do Consórcio Pesquisa Café, entre elas, a Universidade Federal de Lavras (UFLA). O evento é uma oportunidade para promover ampla discussão da comunidade científica com os diversos setores da cadeia produtiva do café, visando ao desenvolvimento de tecnologias para o aumento da competitividade, melhoria da qualidade do produto e sustentabilidade do setor.

Como tradicionalmente acontece, a UFLA é uma das apoiadoras do evento, que conta com a participação de estudantes e professores da Instituição.

Texto com a colaboração da jornalista Marina Botelho –  bolsista Rede Social do Café/Consórcio Pesquisa Café.

Diretrizes para publicação de notícias de pesquisa no Portal da UFLA e Portal da Ciência

Mais>>

A Comunicação da UFLA, por meio do projeto Núcleo de Divulgação Científica e da Coordenadoria de Divulgação Científica, assumiu o forte compromisso de compartilhar continuamente com a sociedade as pesquisas científicas produzidas na Instituição, bem como outros conteúdos de conhecimento que possam contribuir com a democratização do saber.

Sendo pequeno o número de profissionais na equipe de Comunicação da UFLA; sendo esse órgão envolvido também com todas as outras demandas de comunicação institucional, e considerando que as reportagens de pesquisa exigem um trabalho minucioso de apuração, redação e revisões, não é possível pautar todas as pesquisas em desenvolvimento na UFLA para que figurem no Portal da Ciência e no Portal UFLA. Sendo assim, a seleção de pautas seguirá critérios jornalísticos. Há também periodicidades definidas de publicação.

Todos os estudantes e professores interessados em popularizar o conhecimento e compartilhar suas pesquisas, podem apresentar sugestão e pauta à Comunicação pelo Suporte. As propostas serão analisadas com base nas seguintes premissas:

  • Deve haver tempo hábil para produção dos conteúdos: mínimo de 20 dias corridos antes da data pretendida de publicação. A possibilidade de publicações em prazo inferior a esse será avaliada pela Comunicação.

  • Algumas pautas (pesquisas) podem ser contempladas para publicação no Portal, produção de vídeo para o Youtube, produção de vídeo para Instagram e produção de spot para o quadro Rádio Ciência (veiculação na Rádio Universitária). Outras pautas, a critério das avaliações jornalísticas, poderão ter apenas parte desses produtos, ou somente reportagem no Portal. Outras podem, ainda, ser reservadas para publicação na revista de jornalismo científico Ciência em Prosa.

  • As matérias especiais de pesquisa e com conteúdos completos serão publicadas uma vez por semana.

  • É possível a publicação de notícias sobre pesquisa não só quando finalizadas. Em algumas situações, a pesquisa pode ser noticiada quando é iniciada e também durante seu desenvolvimento.

  • A ordem de publicação das diversas matérias em produção será definida pela Comunicação, considerando tempo decorrido da sugestão de pauta, vínculo do estudo com datas comemorativas e vínculo do estudo com acontecimentos factuais que exijam a publicação em determinado período.

  • O pesquisador que se dispõe a divulgar seus projetos também deve estar disponível para responder dúvidas do público que surgirem após a divulgação, assim como para atendimento à imprensa, caso haja interesse de veículos externos em repercutir a notícia.

  • Os textos são publicados, necessariamente, em linguagem jornalística e seguindo definições do Manual de Redação da Comunicação. O pesquisador deve conferir a exatidão das informações no texto final da matéria e dialogar com o jornalista caso haja necessidade de alterações, de forma a se preservar a linguagem e o formato essenciais ao entendimento do público não especializado.

Sugestões para aperfeiçoamentos neste Portal podem ser encaminhadas para comunicacao@ufla.br.



Plataforma de busca disponibilizada pela PRP para localizar grupos de pesquisa, pesquisadores, projetos e linhas de pesquisa da UFLA