As pessoas com deficiência auditiva ainda enfrentam muitos obstáculos, como a locomoção nas vias públicas e o acesso aos transportes públicos. Ao unir ciência, tecnologia e vivência pessoal o pesquisador William Machado, mestrando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Sistemas e Automação da Universidade Federal de Lavras (PPGESISA/UFLA),  desenvolveu  um protótipo para detecção da direção sonora, que faz uso de inteligência artificial e propõe a acessibilidade. Com o equipamento, é possível auxiliar o deficiente auditivo na locomoção no ambiente urbano, evitando acidentes e proporcionando conforto e sensação de pertencimento aos espaços pelos quais todos circulam.

O pesquisador relata que o trabalho teve várias motivações, mas a principal delas foi a acessibilidade. “Pela minha vivência, há uma dificuldade para deficientes auditivos na locomoção do dia a dia, principalmente na identificação dos tipos de sons e da direção em que o objeto sonoro está. Por exemplo, se não prestar muita atenção ao se locomover na rua, dependendo do grau da perda auditiva, não é possível à pessoa com deficiência auditiva escutar o barulho do automóvel”, explica.  

O sistema, já em fase de patente, detecta a direção pela qual um carro, por exemplo, se aproxima da pessoa. Assim que o sistema detecta a direção, ele vibra e alerta o usuário em que direção o objeto se aproxima. “Se um usuário estiver de costas para a rua e houver um automóvel se aproximando do lado direito, o sistema capta os sons, com isso ele irá vibrar e alertar o usuário, indicando a direção do objeto”, destaca professor Wilian Soares Lacerda do Departamento de Automática da Escola de Engenharia (EE/UFLA), orientador da pesquisa.

Os resultados obtiveram uma taxa de acerto de até 100% nos casos testados em simulação, já os testes em um ambiente real controlado obtiveram uma acurácia de até 85,5%. Foram utilizados diversos tipos de sons, como barulho de carro, tambor, apito, gerador de frequência sonora, entre outros. O principal impacto da pesquisa é que existe a possibilidade de ajudar as pessoas e evitar acidentes no trânsito, como atropelamento. 

Outro resultado almejado foi a construção de um protótipo de baixo custo, pois a maioria dos objetos utilizados foram coletados em reciclagem. Alguns componentes eletrônicos, como microcontrolador, resistores, capacitores, fios, entre outros, foram coletados de outros equipamentos que estavam na sucata do laboratório. 

A pesquisa teve caráter interdisciplinar e perpassou várias áreas, desde Física, Matemática, Eletrônica, Inteligência Artificial, Sistemas Embarcados, até Acessibilidade.

“Sistemas Embarcados e a Inteligência Artificial, ou IA, são áreas que estão em grande destaque. Hoje em dia utilizamos muitas coisas que possuem essas duas tecnologias, como por exemplo automóveis, eletrodomésticos, casas inteligentes, ou seja, temos diversos dispositivos que possuem IA e Sistemas Embarcados. Até mesmo aparelhos eletrônicos e dispositivos como Alexa, que são capazes de realizar tarefas por meio de comandos de voz”, ressalta William Machado. 

O estudo teve o apoio do professor Danton Diego Ferreira, também do PPGESISA/UFLA, do profissional de TI Guilherme Rezende, e de Luciano Mendes dos Santos, responsável técnico pelo Laboratório de Eletrônica do Departamento de Ciência da Computação.

Diretrizes para publicação de notícias de pesquisa no Portal da UFLA e Portal da Ciência

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A Comunicação da UFLA, por meio do projeto Núcleo de Divulgação Científica e da Coordenadoria de Divulgação Científica, assumiu o forte compromisso de compartilhar continuamente com a sociedade as pesquisas científicas produzidas na Instituição, bem como outros conteúdos de conhecimento que possam contribuir com a democratização do saber.

Sendo pequeno o número de profissionais na equipe de Comunicação da UFLA; sendo esse órgão envolvido também com todas as outras demandas de comunicação institucional, e considerando que as reportagens de pesquisa exigem um trabalho minucioso de apuração, redação e revisões, não é possível pautar todas as pesquisas em desenvolvimento na UFLA para que figurem no Portal da Ciência e no Portal UFLA. Sendo assim, a seleção de pautas seguirá critérios jornalísticos. Há também periodicidades definidas de publicação.

Todos os estudantes e professores interessados em popularizar o conhecimento e compartilhar suas pesquisas, podem apresentar sugestão e pauta à Comunicação pelo Suporte. As propostas serão analisadas com base nas seguintes premissas:

  • Deve haver tempo hábil para produção dos conteúdos: mínimo de 20 dias corridos antes da data pretendida de publicação. A possibilidade de publicações em prazo inferior a esse será avaliada pela Comunicação.

  • Algumas pautas (pesquisas) podem ser contempladas para publicação no Portal, produção de vídeo para o Youtube, produção de vídeo para Instagram e produção de spot para o quadro Rádio Ciência (veiculação na Rádio Universitária). Outras pautas, a critério das avaliações jornalísticas, poderão ter apenas parte desses produtos, ou somente reportagem no Portal. Outras podem, ainda, ser reservadas para publicação na revista de jornalismo científico Ciência em Prosa.

  • As matérias especiais de pesquisa e com conteúdos completos serão publicadas uma vez por semana.

  • É possível a publicação de notícias sobre pesquisa não só quando finalizadas. Em algumas situações, a pesquisa pode ser noticiada quando é iniciada e também durante seu desenvolvimento.

  • A ordem de publicação das diversas matérias em produção será definida pela Comunicação, considerando tempo decorrido da sugestão de pauta, vínculo do estudo com datas comemorativas e vínculo do estudo com acontecimentos factuais que exijam a publicação em determinado período.

  • O pesquisador que se dispõe a divulgar seus projetos também deve estar disponível para responder dúvidas do público que surgirem após a divulgação, assim como para atendimento à imprensa, caso haja interesse de veículos externos em repercutir a notícia.

  • Os textos são publicados, necessariamente, em linguagem jornalística e seguindo definições do Manual de Redação da Comunicação. O pesquisador deve conferir a exatidão das informações no texto final da matéria e dialogar com o jornalista caso haja necessidade de alterações, de forma a se preservar a linguagem e o formato essenciais ao entendimento do público não especializado.

Sugestões para aperfeiçoamentos neste Portal podem ser encaminhadas para comunicacao@ufla.br.



Plataforma de busca disponibilizada pela PRP para localizar grupos de pesquisa, pesquisadores, projetos e linhas de pesquisa da UFLA