Por Gilmar Tavares

Professor Titular aposentado e extensionista voluntário do Departamento de Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Lavras (DEA/UFLA)

*Post objetivando defender a popularização das ciências, propondo a criação, na Universidade, de uma área específica de pesquisas científicas aplicadas direcionada exclusivamente às "Tecnologias Socioambientais Sustentáveis da Agroecologia".

 

Do ponto de vista holístico, nas crenças populares, atribui-se às joaninhas o condão de darem felicidade, sorte e serenidade às pessoas. E Rubem Alves escreveu: "...a universidade existe só para ajudar aos homens a transformarem os desertos em jardim...".

Do ponto de vista científico, segundo o site Wikipedia, do qual sou admirador e doador/mantenedor, joaninha é o nome comum dos insetos coleópteros da família das Coccinellidae (Coccinelídeos, provém do étimo latini coccĭnus, que significa escarlate).

Do ponto de vista agroecológico, as joaninhas assumem notório destaque na agricultura biodinâmica, como predadoras de inúmeras pragas agrícolas; porquanto, desempenham reconhecidas e significativas funções de controle biológico.

A maioria das espécies dessa família alimenta-se de afídios ou pulgões, moscas-das-frutas, cochonilhas, ácaros, ovos de larvas e outros tipos de invertebrados nocivos para as plantas.

Por conseguinte, as joaninhas destacam-se por serem benéficas para a economia socioambiental sustentável, contribuindo, com sucesso, para o controle natural dessas pragas, uma vez que a maioria das suas presas causa estragos consideráveis às plantações e às colheitas. Sabe-se que apenas uma larva ou adulto de joaninha chega a predar até 200 pulgões por dia. 

Do ponto de vista natural, inofensivas ao meio ambiente e aos seus ecossistemas, elas são animais de sangue frio e hibernam no inverno. Seus principais predadores são os pássaros, rãs, vespas, aranhas e libélulas.

Mas como as joaninhas defendem-se de seus predadores?

As cores vistosas no reino animal indicam veneno ou gosto muito ruim. Se atacadas, essas espécies são capazes de liberar um líquido com substâncias tóxicas e cheiro desagradável. Dessa forma, elas ficam livres de predadores, porém, sem extingui-los.

Do ponto de vista do perigo de extinção da própria espécie desses insetos, e apesar de suas reconhecidas utilidades econômica e socioambientais sustentáveis...

...as joaninhas representam, neste post, toda biodiversidade que está seriamente ameaçada de extinção pelos desmatamentos, queimadas, mineração predatória, monoculturas, agroquímicos em geral (agrotóxicos, inseticidas, pesticidas, herbicidas, fungicidas, nematicidas etc...)

Sabemos que a Agroecologia tem visão holística do conhecimento humano e, assim, une e conecta o saber popular consagrado com todas as modernas ciências aplicadas, visando à utilização desse conhecimento para a solução de problemas práticos. A ela denominamos P&D econômico/socioambiental/cultural, ou validação científica e viés extensionista, conforme preconizou Brechet:

"A ciência existe para melhorar a vida das pessoas".

As "Tecnologias Socioambientais Sustentáveis da Agroecologia", caracterizam-se por serem: Economicamente viáveis. Ecologicamente corretas. Socialmente justas. Culturalmente adequadas. Tecnologicamente apropriadas e Cientificamente comprovadas.Neste âmbito, e em apoio à popularização das ciências, por meio da validação científica e viés extensionista, já publiquei em 2017, o livro "Validação Científica e Viés Extensionista para a Ecofossa", Editora Novas Edições Acadêmicas, ISBN 978-3-330-19848-7.

Já publiquei, também, neste mesmo site, dois posts em defesa da criação, nas Universidades, de uma área específica de pesquisas científicas aplicadas, direcionada exclusivamente às "Tecnologias Socioambientais Sustentáveis da Agroecologia", a saber:

"VALIDAÇÃO CIENTÍFICA E VIÉS EXTENSIONISTA"

Quo Vadis Universitas”

E, muito recentemente, apresentei à Diretoria de Relações Internacionais da Universidade Federal de Lavras (UFLA), via Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec), uma proposta em nível internacional de:

"Programa Universitário de Integração da Extensão Inovadora com a Pesquisa Científica", com os seguintes objetivos:

Objetivo 1: Popularização das ciências, nos níveis nacional e internacional;

Objetivo 2: Promover a integração da extensão com a pesquisa, com validações científicas e viés extensionista, para uma rápida, suficiente e sistemática produção de alimentos básicos e fundamentais para as populações carentes, com geração de emprego e renda dignos, e com proteção e conservação ambiental.

Objetivo 3: Capacitações extensionistas inovadoras no Brasil e ao redor do mundo, concomitantemente às orientações científicas aplicadas em "Tecnologias Socioambientais Sustentáveis da Agroecologia". 

Na mesma proposta, anexei 26 sugestões de integração imediata da extensão inovadora com a pesquisa científica, nos moldes da proposta, que estão disponíveis em: NEAPE/UFLA.

Informo que duas universidades da República Democrática do Congo, no continente africano (Universidade Livre dos Países dos Grandes Lagos-ULPGL/Goma e Universidade do Kindu-UniKi/Maniema), já aceitaram a proposta e preparam-se para implementação imediata.

Portanto, em nome da "Responsabilidade Socioambiental Sustentável da Universidade", conclamo mais uma vez a própria Universidade a criar, imediatamente, a área específica de pesquisas científicas aplicadas, direcionadas exclusivamente às "Tecnologias Socioambientais Sustentáveis da Agroecologia",a fim de promover validações científicas, concomitantemente aos respectivos vieses extensionistas.

A área de Extensão Universitária tem centenas de sugestões de pesquisas aplicadas, muito além das 26 acima citadas como exemplos, todavia, sugere-se começar com Compostagem, Biofertilização e Biopesticidas.

Para encerrar, recomendo que acessem o post:

Proposta de paz para todas as regiões do planeta, e pela produção de alimentos básicos e fundamentais para todas as populações”.

 

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