Meditar. Fechar os olhos e se concentrar na própria respiração. Refletir a respeito do que se está fazendo naquele exato momento. Escrever diários sobre eventos prazerosos e difíceis vivenciados no dia a dia. Como essas ações podem ajudar você a combater o estresse? No mundo inteiro, pesquisadores já comprovaram os efeitos na área da saúde de um programa de redução de estresse baseado na meditação mindfulness. A expressão foi traduzida no Brasil como “atenção plena”. Embora tenha origem na meditação budista, o mindfulness está dissociado de práticas religiosas e espirituais. 

"Mindfulness é uma atenção intencional no presente momento, com uma atitude de gentileza, curiosidade, abertura e cordialidade com a experiência vivida naquele momento. A prática auxilia no fortalecimento da resiliência, na forma como o indivíduo lida com o estresse", esclarece o psiquiatra Ulisses de Miranda Vieira, que ensinou esse tipo de técnica na palestra "Mindfulness: neurociência e atenção plena para redução do estresse", durante a programação do Setembro Amarelo na Universidade Federal de Lavras (UFLA).  

Um estudo de Harvard, publicado em 2010, mostra que, de todo o tempo em que estamos acordados, 47% é gasto com a mente dipersa, o famoso “mundo da Lua”.  “Quando divagamos, a possibilidade de pensar negativamente é alta. O estudo comprovou que uma mente desatenta é um mente infeliz e prejudica a produtividade no dia a dia. Então, uma mente atenta é mais feliz", disse o médico.  

É esse comportamento de desatenção que a técnica busca combater. "Nós temos um mecanismo cerebral de conversa interna. Dispersos, a nosssa mente remói o passado e se volta para um futuro distante", explica. Nesse momento, normalmente, o indivíduo inicia uma série de julgamentos sobre si próprio, um dos maiores violões do bem-estar. "Somos severos demais com a gente, mais do que em relação a outra pessoa. O julgamento causa estado emocional de tristeza. Se focamos nas autopunições, elas estarão mais desenvolvidas, porque o que cuidamos dentro da nossa mente é o que cresce em nós", frisa o psiquiatra. 

Com mindfulness, os praticantes desenvolvem a capacidade de prestar mais atenção ao momento presente. Daí, o eventual enxergar a vida com mais clareza. "Os treinamentos diminuem os quadros de sofrimento, transtornos mentais, picos de felicidade e tristeza", ressalta.

Atenção plena

O programa de redução de estresse e melhora da qualidade de vida baseado na meditação mindfulness consiste em exercícios e orientações sobre técnicas para a busca desse estado de atenção plena. Durante oito semanas, participantes se encontram em sessões de duas horas, aprendem a ouvir os próprios pensamentos e tentar acalmar a mente. Por exemplo, prestar atenção nas tarefas desenvolvidas em casa e no trabalho. Anotar em um diário eventos prazerosos. Ficar atento ao caminho feito diariamente até chegar em casa e, vez por outra, mudá-lo. "É importante estimular a curiosidade para o novo", comenta. Desenvolver de forma mais lenta as atividades do cotidiano. 

Escrever um diário de momentos difíceis também é benéfico. "Ali surgem apontamentos de como a pessoa reagiu ao problema e suas sensações em relações a ele. Assim, o próprio indivíduo reconhece a forma de agir diante daquela situação. Em vez de reagir de forma negativa diante do mesmo evento no futuro, ele conseguirá agir de melhor forma, de acordo com seus valores", informa. 

Transtornos mentais

Mindfulness auxilia não apenas no combate ao estresse. O método é indicado para pessoas que sofrem vários tipos de doenças crônicas e transtornos mentais - como depressão, dependência química, incluindo o álcool, entre outros. Segundo Ulisses, em cada cem pessoas, trinta já passaram por algum tipo de transtorno mental durante sua vida, e em cada cinco, pelo menos uma vai ter algum tipo de transtorno nos próximos 12 meses. Tanto  é benéfico que o programa de meditação mindfulness é aplicado no sistema de saúde da Inglaterra para tratar pacientes com depressão. Com a técnica, um dos resultados obtidos foi a queda na taxa de reincidência da depressão. "Depois do programa, os participantes utilizaram 43% menos outros serviços médicos ingleses em relação ao ano anterior", aponta. 

Embora o tratamento seja de baixo custo e a eficácia alta, o psiquiatra Ulisses de Miranda Vieira adverte: "Mindfulness é um tipo de terapia complementar, não substitui a terapia tradicional e medicações", lembra. 

 

 

Pollyanna Dias, jornalista- bolsista Dcom/Fapemig  

Edição do Vídeo:  Luiz Felipe Souza Santos  - bolsista Dcom/Fapemig

Diretrizes para publicação de notícias de pesquisa no Portal da UFLA e Portal da Ciência

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A Comunicação da UFLA, por meio do projeto Núcleo de Divulgação Científica e da Coordenadoria de Divulgação Científica, assumiu o forte compromisso de compartilhar continuamente com a sociedade as pesquisas científicas produzidas na Instituição, bem como outros conteúdos de conhecimento que possam contribuir com a democratização do saber.

Sendo pequeno o número de profissionais na equipe de Comunicação da UFLA; sendo esse órgão envolvido também com todas as outras demandas de comunicação institucional, e considerando que as reportagens de pesquisa exigem um trabalho minucioso de apuração, redação e revisões, não é possível pautar todas as pesquisas em desenvolvimento na UFLA para que figurem no Portal da Ciência e no Portal UFLA. Sendo assim, a seleção de pautas seguirá critérios jornalísticos. Há também periodicidades definidas de publicação.

Todos os estudantes e professores interessados em popularizar o conhecimento e compartilhar suas pesquisas, podem apresentar sugestão e pauta à Comunicação pelo Suporte. As propostas serão analisadas com base nas seguintes premissas:

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  • Algumas pautas (pesquisas) podem ser contempladas para publicação no Portal, produção de vídeo para o Youtube, produção de vídeo para Instagram e produção de spot para o quadro Rádio Ciência (veiculação na Rádio Universitária). Outras pautas, a critério das avaliações jornalísticas, poderão ter apenas parte desses produtos, ou somente reportagem no Portal. Outras podem, ainda, ser reservadas para publicação na revista de jornalismo científico Ciência em Prosa.

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