A floresta Amazônica, considerada a maior área tropical do mundo, sempre está em destaque na mídia, seja por sua riqueza em biodiversidade, ou pelas trágicas ações relacionadas ao desmatamento territorial. A UFLA, em parceria com outras Instituições tem fomentado ações que a colocam em destaque. Por isso, essa semana, será apresentado uma série com três pesquisas que buscam alternativas e soluções para recuperação e preservação ambiental.
A Universidade Federal de Lavras (UFLA) é uma das instituições que integra o Programa Nacional de Cooperação Acadêmica (Procad), por meio do seu setor de Ecologia e Conservação, realizando trabalhos em parceria com as universidades federais do Acre (Ufac) e do Pará (UFPA).
Os projetos conjuntos de ensino e pesquisa em diversas universidades visam melhorias da qualidade dos programas de pós-graduação do Norte e Nordeste do País. O consórcio entre UFLA, Ufac e UFPA foi contemplado com recursos financeiros destinados ao desenvolvimento de trabalhos sobre o efeito da mudança do uso do solo e a cobertura florestal na Amazônia.
Com nota 5 (conceito de excelência) na avaliação da Capes, o curso de Pós-Graduação em Ecologia Aplicada da UFLA tem norteado as atividades. “Essa troca científico-acadêmica gera novas linhas de pesquisas, o que, de certa forma, contribui para o equilíbrio regional da pós-graduação brasileira”, explicou a professora do Departamento de Biologia (DBI/UFLA) Carla Ribas.
Uma das vertentes do Procad/Amazônia é o fortalecimento de recursos humanos de alto nível. Carla explica que “proporcionar a mobilidade de professores e estudantes vai agregar qualidade à formação e crescimento profissional de cada um”.
Assim, em agosto de 2019, um grupo de professores e estudantes dos programas de pós-graduação das três instituições iniciou as atividades, estabelecendo os pontos de coleta ao longo da estrada que liga o município de Assis Brasil ao Rio Iaco. “Ao acessarmos a Reserva Extrativista Chico Mendes, percebemos uma expressiva variação na quantidade de cobertura florestal; ao passo que a área externa é dominada por pastagens”, explica a professora Carla. Foram estabelecidos oito locais que possuem diferentes níveis de cobertura florestal, para coleta de diversos grupos de organismos, pelos quais será possível avaliar a biodiversidade terrestre e aquática e as suas funções ecossistêmicas frente à redução das áreas florestais.
Espera-se que, até 2023, sejam realizados diversos intercâmbios entre os estudantes e docentes dos três programas de pós-graduação envolvidos no projeto, com desenvolvimento de oficinas para análises de dados e intensificação da escrita científica.
Ao final do projeto, também será realizado um seminário científico para a apresentação e discussão dos estudos executados, bem como atividades de divulgação e popularização da ciência junto aos moradores da comunidade onde foi desenvolvido o estudo na Resex Chico Mendes. “A intenção é proporcionar um retorno social aos moradores, uma troca de conhecimentos do popular com o acadêmico”, comenta Carla.
Para o professor da Ufac Fernando Augusto Schmidt, coordenador do projeto, a colaboração dos colegas das demais instituições chegou num momento muito oportuno. “Passamos, nos últimos quatro anos, por várias ações de reestruturação na pós-graduação. Hoje contamos com um quadro de docentes renovado e essa interação agregará muita qualidade na formação dos nossos estudantes e parcerias produtivas aos nossos professores”, concluiu.
Esse trabalho conjunto entre as universidades, além dos inúmeros benefícios aos programas de pós-graduação das instituições envolvidas, irá estimular a construção e implementação de um curso de doutorado em Ecologia na Ufac, além da contribuição ao projeto de gestão da Resex Chico Mendes em relação ao monitoramento da biodiversidade econservação da área.
Texto: Caroline Batista - Jornalista, bolsista Comunicação/UFLA
Edição do Vídeo: Eder Spuri - Comunicação / UFLA