Algumas espécies de plantas endêmicas de regiões de ocorrência e captação de minério de ferro, conhecida como Campo Rupestre Ferruginoso, estão em risco de extinção. O desenvolvimento de protocolos de micropropagação para essas espécies configura uma importante área de pesquisa, especialmente porque esse ecossistema é único, frágil e abriga grande diversidade de espécies vegetais. Uma parceria entre o Laboratório de Cultivo in vitro de Espécies Florestais da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e a empresa Gerdau (Unidade de Pesquisa e Inovação em Campos Rupestres Ferruginosos) tem trazido resultados positivos nessa área. 

Por meio dessa parceria, têm sido desenvolvidos protocolos de micropropagação para diversas espécies desse ecossistema, entre elas espécies forrageiras e ornamentais. Muitas delas são raras, devido a baixa frequência de indivíduos na natureza associada a uma distribuição mais restrita. A opção pela micropropagação facilita a rápida produção de mudas, além da criação de um banco de germoplasma in vitro das espécies ameaçadas de extinção.

fabiola plantas ed“Esses protocolos desempenham um papel fundamental para a preservação de espécies únicas desse ecossistema, contribuindo para a preservação da biodiversidade e do meio ambiente”, reforça o coordenador do projeto, o professor Gilvano Ebling Brondani, do departamento de Ciências Florestais (DCF). 

Através desses protocolos é possível garantir a conservação da diversidade genética de um grande número de espécies ameaçadas, além de produzir mudas que podem ser utilizadas para a recuperação e restauração de áreas degradadas. 

Até o momento já foram produzidas cerca de duas mil mudas de 14 espécies diferentes, que foram destinadas ao plantio no campo.

Sobre o processo

A micropropagação é uma técnica da cultura de tecidos para obtenção de plantas em larga escala, de maneira rápida e eficiente. Consiste em cultivar plantas em tubos de ensaio ou outros recipientes, a partir de tecidos vegetais como folhas, caules e raízes. Para isso, é necessário ambiente controlado e estéril, conhecido como sala de cultura. Nesse espaço, os tecidos são cultivados em soluções nutritivas que estimulam seu crescimento e divisão celular, permitindo produção de mudas em larga escala em um curto período de tempo, independente da estação do ano, sem a necessidade de coleta periódica de sementes. Além disso, é possível armazenar o material genético dessas plantas no laboratório, ou seja, criando um banco de germoplasma que permite a conservação dessas espécies.

viveiro plantas edOs protocolos de micropropagação são específicos para cada espécie, pois as condições ideais de cultivo variam de acordo com suas características biológicas. Os pesquisadores têm se dedicado a identificar as melhores técnicas para cada espécie estudada, de forma a evitar a sua extinção.

Na equipe da pesquisa estão estudantes de graduação, pós-graduação e até alunos do ensino médio que participam do programa de iniciação científica BIC Júnior. Eles desempenham atividades relacionadas ao cultivo in vitro dessas espécies, trabalhando desde as fases de germinação, multiplicação de células, alongamento e enraizamento, e depois continuam no processo de adaptação em ambiente controlado e no viveiro e, por fim, voltam ao campo de origem. 

Foto 1: professor Gilvano Ebling Brondani
Foto 2: Fabíola Magalhães Mendes - doutoranda do Programa em Engenharia Florestal, 
Foto 3: Douglas Machado Leite - doutorando do Programa em Engenharia Florestal
 

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais - Fapemig.

 

 

Diretrizes para publicação de notícias de pesquisa no Portal da UFLA e Portal da Ciência

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A Comunicação da UFLA, por meio do projeto Núcleo de Divulgação Científica e da Coordenadoria de Divulgação Científica, assumiu o forte compromisso de compartilhar continuamente com a sociedade as pesquisas científicas produzidas na Instituição, bem como outros conteúdos de conhecimento que possam contribuir com a democratização do saber.

Sendo pequeno o número de profissionais na equipe de Comunicação da UFLA; sendo esse órgão envolvido também com todas as outras demandas de comunicação institucional, e considerando que as reportagens de pesquisa exigem um trabalho minucioso de apuração, redação e revisões, não é possível pautar todas as pesquisas em desenvolvimento na UFLA para que figurem no Portal da Ciência e no Portal UFLA. Sendo assim, a seleção de pautas seguirá critérios jornalísticos. Há também periodicidades definidas de publicação.

Todos os estudantes e professores interessados em popularizar o conhecimento e compartilhar suas pesquisas, podem apresentar sugestão e pauta à Comunicação pelo Suporte. As propostas serão analisadas com base nas seguintes premissas:

  • Deve haver tempo hábil para produção dos conteúdos: mínimo de 20 dias corridos antes da data pretendida de publicação. A possibilidade de publicações em prazo inferior a esse será avaliada pela Comunicação.

  • Algumas pautas (pesquisas) podem ser contempladas para publicação no Portal, produção de vídeo para o Youtube, produção de vídeo para Instagram e produção de spot para o quadro Rádio Ciência (veiculação na Rádio Universitária). Outras pautas, a critério das avaliações jornalísticas, poderão ter apenas parte desses produtos, ou somente reportagem no Portal. Outras podem, ainda, ser reservadas para publicação na revista de jornalismo científico Ciência em Prosa.

  • As matérias especiais de pesquisa e com conteúdos completos serão publicadas uma vez por semana.

  • É possível a publicação de notícias sobre pesquisa não só quando finalizadas. Em algumas situações, a pesquisa pode ser noticiada quando é iniciada e também durante seu desenvolvimento.

  • A ordem de publicação das diversas matérias em produção será definida pela Comunicação, considerando tempo decorrido da sugestão de pauta, vínculo do estudo com datas comemorativas e vínculo do estudo com acontecimentos factuais que exijam a publicação em determinado período.

  • O pesquisador que se dispõe a divulgar seus projetos também deve estar disponível para responder dúvidas do público que surgirem após a divulgação, assim como para atendimento à imprensa, caso haja interesse de veículos externos em repercutir a notícia.

  • Os textos são publicados, necessariamente, em linguagem jornalística e seguindo definições do Manual de Redação da Comunicação. O pesquisador deve conferir a exatidão das informações no texto final da matéria e dialogar com o jornalista caso haja necessidade de alterações, de forma a se preservar a linguagem e o formato essenciais ao entendimento do público não especializado.

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