Pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA) chegaram a uma metodologia capaz de fornecer mecanismos de classificação automática de emoções com base na análise da atividade cerebral de uma pessoa. Por meio do treinamento de métodos de Inteligência Artificial, foi possível identificar, a partir dos sinais elétricos gerados pelo cérebro, qual emoção a pessoa estava sentindo, com uma classificação que inclui, por exemplo, tristeza, alegria, espanto e dor.

Para o professor do Departamento de Automática da Escola de Engenharia da UFLA Wilian Soares Lacerda, orientador do estudo, a pesquisa tem relevância pela sua aplicabilidade, especialmente para pacientes que não conseguem se comunicar. “Imagina uma pessoa que percebe tudo o que ocorre à sua volta, mas não consegue descrever; então, com base nesse método, é possível captar as ondas cerebrais e classificar suas emoções, podendo, assim, ajudá-la, ao tentar aliviar o que ela está sentindo, caso seja uma emoção prejudicial. Isso abre várias outras perspectivas de pesquisas futuras”, conclui o professor.

A metodologia 

Entre as principais formas de obter os sinais elétricos produzidos pela atividade cerebral, tem-se a utilização do aparelho de eletroencefalograma (EEG), que realiza o sensoriamento do cérebro. Um sinal de EEG é composto pela soma dos pequenos impulsos elétricos emitidos pelas centenas de milhões de neurônios presentes no cérebro humano. Aplicações que utilizam sinais de EEG são abundantes, abrangendo áreas da Psiquiatria, Psicologia, Pedagogia, entre outras. A análise de um sinal de EEG pode ajudar a fornecer informações importantes para a identificação de doenças, por exemplo; entretanto, também apresenta algumas limitações.

“Um dos principais problemas encontrados em classificar emoções por meio dos sinais obtidos por um EGG está em achar as principais características que melhor representam esse sinal, assim como achar as especificidades de cada emoção”, explicam os pesquisadores Wilian Soares Lacerda e Vancley Oliveira Simão, esse último mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Sistemas e Automação da UFLA. Os pesquisadores da UFLA desenvolveram, então, modelos fundamentados em algumas técnicas de aprendizado de máquina, como Redes Neurais Artificiais (RNA), Florestas Aleatórias e Máquinas de Vetor Suporte (SVM), que são utilizadas na Inteligência Computacional para a tomada de decisões. Essas técnicas tentam, utilizando um software, imitar alguma forma do pensamento humano e, assim, conseguir resolver problemas, como identificar, por meio de sinais de eletroencefalograma, que tipo de emoção a pessoa sente. “Classificar uma emoção é um processo complexo. A utilização de técnicas de aprendizado de máquina, como Redes Neurais Artificiais e Florestas Aleatórias, entre outras, pode vir a apresentar bons resultados, devido à sua alta capacidade de generalização em reconhecimento de padrões”, comentam.

O professor William explica que foram utilizados sinais obtidos de um banco de dados já existente, para que fosse possível treinar alguns sistemas de aprendizado. “Treinamos alguns métodos de Inteligência Artificial para que o sistema identificasse qual emoção a pessoa estava sentindo. São vários sinais, cerca de 32, que são captados no cérebro por sensores especiais colocados na cabeça da pessoa por meio de uma touca. É um método não invasivo, sem prejuízo físico. Com o suporte desse banco de dados, treinamos algumas máquinas de aprendizado, utilizando as técnicas mencionadas, já consagradas na literatura, e conseguimos um índice de acerto de quase 90%”, relata Wilian. 

Com os parâmetros desse banco de dados, foi possível identificar, a partir dos sinais elétricos gerados pelo cérebro da pessoa, qual emoção ela estava sentindo, por exemplo, tristeza, alegria, espanto, dor. “No trabalho, inclusive, são evidenciadas as classes de emoções que são possíveis de se identificar por meio desses sinais. Acredito que isso seja bastante útil para quem não tem a capacidade de se comunicar, por exemplo, quem não consegue falar, mexer-se, escrever. Assim, para saber o que essa pessoa está sentindo num determinado momento, uma alternativa seria utilizar as ondas cerebrais para identificar a sua emoção”, afirma Wilian.

 

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais - Fapemig.

Diretrizes para publicação de notícias de pesquisa no Portal da UFLA e Portal da Ciência

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A Comunicação da UFLA, por meio do projeto Núcleo de Divulgação Científica e da Coordenadoria de Divulgação Científica, assumiu o forte compromisso de compartilhar continuamente com a sociedade as pesquisas científicas produzidas na Instituição, bem como outros conteúdos de conhecimento que possam contribuir com a democratização do saber.

Sendo pequeno o número de profissionais na equipe de Comunicação da UFLA; sendo esse órgão envolvido também com todas as outras demandas de comunicação institucional, e considerando que as reportagens de pesquisa exigem um trabalho minucioso de apuração, redação e revisões, não é possível pautar todas as pesquisas em desenvolvimento na UFLA para que figurem no Portal da Ciência e no Portal UFLA. Sendo assim, a seleção de pautas seguirá critérios jornalísticos. Há também periodicidades definidas de publicação.

Todos os estudantes e professores interessados em popularizar o conhecimento e compartilhar suas pesquisas, podem apresentar sugestão e pauta à Comunicação pelo Suporte. As propostas serão analisadas com base nas seguintes premissas:

  • Deve haver tempo hábil para produção dos conteúdos: mínimo de 20 dias corridos antes da data pretendida de publicação. A possibilidade de publicações em prazo inferior a esse será avaliada pela Comunicação.

  • Algumas pautas (pesquisas) podem ser contempladas para publicação no Portal, produção de vídeo para o Youtube, produção de vídeo para Instagram e produção de spot para o quadro Rádio Ciência (veiculação na Rádio Universitária). Outras pautas, a critério das avaliações jornalísticas, poderão ter apenas parte desses produtos, ou somente reportagem no Portal. Outras podem, ainda, ser reservadas para publicação na revista de jornalismo científico Ciência em Prosa.

  • As matérias especiais de pesquisa e com conteúdos completos serão publicadas uma vez por semana.

  • É possível a publicação de notícias sobre pesquisa não só quando finalizadas. Em algumas situações, a pesquisa pode ser noticiada quando é iniciada e também durante seu desenvolvimento.

  • A ordem de publicação das diversas matérias em produção será definida pela Comunicação, considerando tempo decorrido da sugestão de pauta, vínculo do estudo com datas comemorativas e vínculo do estudo com acontecimentos factuais que exijam a publicação em determinado período.

  • O pesquisador que se dispõe a divulgar seus projetos também deve estar disponível para responder dúvidas do público que surgirem após a divulgação, assim como para atendimento à imprensa, caso haja interesse de veículos externos em repercutir a notícia.

  • Os textos são publicados, necessariamente, em linguagem jornalística e seguindo definições do Manual de Redação da Comunicação. O pesquisador deve conferir a exatidão das informações no texto final da matéria e dialogar com o jornalista caso haja necessidade de alterações, de forma a se preservar a linguagem e o formato essenciais ao entendimento do público não especializado.

Sugestões para aperfeiçoamentos neste Portal podem ser encaminhadas para comunicacao@ufla.br.



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